Um belo puxão de orelhas nunca fez mal a ninguém
João Silva
Mal não faz, certamente.
Ninguém gosta de ser chamado à atenção, mas, por vezes, é o momento certo para que se ganhe juízo e se pense na evolução das coisas.
Na primeira semana de julho, andei endiabrado e fiz três treinos seguidos de corrida com a duração mínima de 2 horas.
Ora, quem não é novo nestas andanças, sabe que não deve ser feito devido ao risco elevado de lesões.
Depois, podem ser lesões menores, mas vão diminuindo a performance com o passar do tempo.
Tenho perfeita noção disso, mas tambem não esqueço que o coração às vezes precisa de coisas que a cabeça sabe serem erradas.
Perante a minha divulgação daqueles treinos, um atleta que me segue no Instagram sentiu-se no direito de perceber o porquê dos meus treinos e de me alertar para o risco de lesões.
Reconheci a observação da pessoa e a validade da sua afirmação, ainda por cima, sendo alguém ligado ao desporto e tendo já créditos firmados, como se pode ver no seu objetivo de fazer 40 maratonas até aos 40 anos. Algo que eu próprio gostaria de fazer.
Não levei a mal tal ato altruísta e o lado positivo foi o empurrão que me deu para que pudesse refletir melhor sobre a sobrecarga.
E devo dizer que contribuiu muito para que essa reflexão fosse mais assertiva.
Portanto, apesar de gostar de retirar as minhas próprias ilações, considero muito útil que haja pessoas dispostas a puxarem-nos as orelhas para o nosso bem. É importante levar uns "sermões" e uns "raspanetes" para abrirmos os olhos de vez em quando. É saudável.
Sendo nosso "par" na modalidade, melhor ainda. Diz-se que "quem está fora não racha lenha". Eu reformulo para "quem está dentro pode rachar (alguma) lenha".
O resto vem por acréscimo.