Um balanço em revista - 10 km em 2022
João Silva
O primeiro eixo de melhoria que tinha projetado era este tipo de prova. Mudei a minha forma de treinar e ganhei método. Ia funcionar. Tinha de funcionar. Funcionou na perfeição. Corri cinco provas de 10 km e em nenhuma fiquei acima dos 41 minutos. Na verdade, fiz as três primeiras abaixo dos 40. As duas últimas tiveram um sabor igual pela dureza. Senti que este género de provas me deu uma espécie de entrada num grupo restrito. Passei a ficar mais vezes num vazio de atletas, comecei a cavar fossos para quem vinha atrás.
Começando pelo início, em janeiro fui até Soure e consegui fazer o meu primeiro tempo inferior a 40 minutos no ano. O trajeto era regular, mas lembro-me que foi uma roda-viva e que fiquei constantemente com o “credo na boca”, como se diz.
Uma semana depois, com muito descanso no corpo (uma inovação) lá fui fazer o mesmo em Leiria, numa prova com muito mais gente por ocasião da Taça da Liga. A emoção foi muita, a prestação foi sempre ao mesmo nível.
Em fevereiro, já perto do final, novo desempenho dos bons em Coimbra, em mais um evento cheio de gente, numa espécie de celebração da primavera. O meu maior feito nessa prova foi ter “mordido” os calcanhares à primeira atleta feminina, que estava a ser acompanhada pela Federação Portuguesa de Atletismo. Quebrei imenso na última parte dessa prova, mas senti-me na lua.
Perante o interregno de provas decidido pela questão financeira, voltei a fazer provas de 10 km no final do ano. Em novembro, numa espécie de carrossel na Venda da Luísa. Tinha feito a maratona do Porto uma semana antes. Dei claramente mais do que tinha para conseguir chegar ao meu colega Tiago. Não consegui, mas acabei muito feliz.
Última prova de 2022 e foi também uma das mais prazerosas. Falo da São Silvestre de Coimbra. Que luxo poder estar com tanta gente. Acabei no 84.º lugar num total de 1433 atletas. Orgulhos e missão cumprida foi o que senti. Isso e dores pela mítica subida.