Treinar sem saber para quê, mas porque sim
João Silva
Às vezes, penso que seria difícil passar por estas fases, caso não tivesse esta paixão pelo desporto.
O treino fascina-me. A disciplina dirária e a metodologia de treino sempre foram vistas por mim como uma finalidade em si. Ou seja: as provas dão sentido ao meu treino, mas não são a essência do meu plano. Se não tiver uma prova marcada, não deixo de treinar. E só isso é que justifica o meu gosto pelo desporto, "a cru".
Julho representou a entrada num semestre mais vazio de provas, contrariamente ao que sucedeu nos anos anteriores, mas nem sempre a vida é como desejamos e existem contrariedades às quais é necessário responder com serenidade.
E por aí poderíamos colocar a questão: treinar para quê, se não há provas? Treinar porque fomenta a saúde, porque é maravilhoso, porque as coisas mudam e voltamos a dispor do que deixámos de ter no passado e temos de estar preparados e, em última análise, porque terei uma grande prova já confirmada em novembro.
Até essa data ainda faltam uns belos meses, mas o tempo passa depressa e não é num mês que se ganha força. Aliás, o mês de outubro já deverá ser utilizado para maior repouso, apesar de ir participar em duas meias maratonas (Leiria e Coimbra). Portanto, não poderia ficar sem treinar até essa altura.
No fim de contas, treino é evolução e fiquei contente quando vi que vinha aí esta fase sem tantas provas, porque isso me dá liberdade suficiente para testar novos percursos, para experimentar novas modalidades e para cometer alguns erros na gestão dos percursos. Sim, eu adoro treinos longuíssimos e tenho uma, só uma, tara por andar com a roda no ar por "caminhos nunca por mim percorridos".
Resumindo, houve uma certa infelicidade na situação, que, estou seguro, será resolvida, mas isso também me ofereceu uma excelente oportunidade para experimentar, para me dedicar ao treino. E como gosto tanto de o fazer!!!!