Treinador até quando?
João Silva
Uma vez mais, este "material" de trabalho veio da audição de podcasts.
E, invariavelmente, surgiu de um áudio sobre ciclismo.
A dada altura, um dos treinadores referiu que o grande objetivo dele era treinar a filha até que ela chegasse ao ponto em que não precisaria mais dele para evoluir mas escolheria continuar com a colaboração.
De seguida, o outro elemento participante no debate referiu que a maioria dos profissionais sabe o que fazer em termos de treino e que o treinador acaba por servir como agregador, motivador e disciplinador.
Sem dúvida que fiquei intrigado com estes dois pontos de vista.
E, na verdade, consigo perceber bem a ideia: dar-nos as ferramentas para que saibamos como podemos evoluir.
Dou um exemplo onde a presença de um treinador se revela importante: na leitura dos dados dos treinos. Mais do que ver os números objetivos e por vezes cruéis, o treinador vê a evolução e procura transmitir essa ideia ao atleta.
Portanto, em jeito de conclusão, diria mesmo que esse pode ser o lado mais importante do treinador: fazer acreditar que o trabalho é bem feito nos dias em que o desempenho não é o melhor.
Como disse um deles a dada altura: é impossível ter treinos de topo todos os dias.
Não tenho treinador e, honestamente, dificilmente virei a ter, já que gosto de evoluir por mim e sem pressões externas. Já bem basta as que coloco em mim. Ainda assim, reconheço por inteiro a necessidade de contar com um elemento capaz de disciplinar e, no meu caso, de puxar o travão quando começam a aparecer excessos.
Posto isso: faz sentido manter um treinador para sempre ou há uma altura para abdicar dos serviços?