Aceito o argumento de que pode parecer estranho o que disse.
No entanto, tem fundamento.
Vamos às explicações, não sem antes deixar uma nota prévia, que, na verdade, acaba por ser repetitiva em relação ao que já disse várias vezes: não me considero um corredor naturalmente rápido. Isto é, não faço um sprint a um nível elevadíssimo. Na verdade, aos 400 m, numa série boa, consigo andar entre os 1'25'' e os 1'30''.
Portanto, há atletas que têm mais essa característica do que eu.
Considero é que, através do ritmo e dos km nas pernas, consigo ganhar alguma velocidade. Numa hora, em treino, consigo encaixar mais de 12 km, o que, na melhor das hipóteses, dá para apresentar um ritmo de 04'50''/km. No meu entender, é bom.
Apesar de não ser um rápido explosivo, tenho de fazer treinos de velocidades. Porquê? )perguntarão alguns), isso é contraditório (afirmarão outros). Nada disso, os treinos de velocidades são importantíssimos (e dolorosos e malvados) pois são os responsáveis pelas grandes melhorias em termos de gestão de ritmos e de capacidade para aguentar um ritmo elevado durante muito mais tempo.
Esses danados desses treinos põe-nos a arfar, fazem-nos suar as estopinhas, obrigam-nos a gerar oxigénio onde ele não existe e dão-nos um abanão (qual rajada de vento) que mete o nosso metabolismo em sentido, como se alguém nos tivesse dado uma chapada e isso nos obrigasse a reagir.
A questão da geração de oxigénio é a mais importante nesses treinos, onde os tempos de "explosão" têm de ser superiores aos de retorno à calma.
No fundo e em jeito de conclusão, esses treinos de velocidades fazem-nos entrar num patamar produção alternativa de energia e por isso é que são tão decisivos na evolução de um atleta. Passo a explicar: os treinos de velocidade fazem-nos entrar no treino anaeróbio, onde o oxigénio (elemento essencial para produção de glicose, logo, de energia) é gerado pelos músculos e não através do ar que respiramos.
Moral da história: se dói (e doem imenso!), é porque faz bem.