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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje estou na segurança de meias maratonas e maratonas. Além disso, sou pai de um menino e sou um apaixonado pela mente humana. Aqui e ali também gosto de cozinhar. Falo sobre tudo isso aqui.

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10
Abr23

1, 2, 3, uma última entrevista desta vez

Fátima Gramaxo - parte 2


João Silva

E pronto, passou a Páscoa, que espero que tenha sido boa, e agora entrego-vos a segunda parte da entrevista da Fátima Gramaxo, a última neste tipo de apontamento. Podem reler ou ler do início a primeira parte da entrevista desta atleta da ARCD Venda da Luísa.

Aqui veremos uma reflexão mais apurada da Fátima sobre o atletismo.

 

2.ª parte

2023sico2.jpgAventura marcante

Até à data a trail mais marcante que fiz o trail de Piodão, pelas suas paisagens únicas, simplesmente encantador.

Participação em prova mais longa

Meia Maratona da Figueira da Foz, em Junho de 2018: A cidade que me recebeu na minha primeira prova de corrida – 10km, recebeu-me também na minha primeira meia-maratona, a prova mais longa que fiz até à data.

Este dia foi muito marcante para mim e de grande superação pessoal, com muitas emoções à mistura. Recordo os treinos, o ponto de saturação a que cheguei antes da prova e como consegui dar a volta. Os treinos à chuva, coisa que nunca tinha feito antes e que seria impensável para mim no passado, coisa que só é entendida pelos “maluquinhos da corrida”. Terminei a prova radiante e surpreendida com o meu desempenho. Ajudou-me o apoio do meu marido nos treinos e na prova, e ,à chegada, a cereja do bolo, as minhas filhas que atravessaram a meta comigo.

2019_4EstacoesVendaLuisa (1).jpg

Objetivos pessoais futuros

Gostava de voltar a superar-me numa meia-maratona, para manter a motivação de aumentar os kms pois só tenho corrido em provas mais curtas. 

Como vê o atletismo daqui a 5 anos

O atletismo tem atraído cada vez mais atletas, penso que a tendência será continuar a crescer. As inúmeras provas existentes, muito diversificadas, favorecem essa tendência.

Como se vê no atletismo daqui a 5 anos

Daqui a 5 anos quero continuar motivada e a praticar a modalidade.

 

2019TrailBarcouco-JoseAlmeida.jpg

Porque existem tão poucas mulheres a fazer atletismo e porque há tão poucas em provas de grandes distâncias?

Talvez as mulheres não tenham tanto interesse pela modalidade comparativamente com os homens e no caso das provas de grande distância porque exigem uma maior disponibilidade para treinos.

 Existem diferenças de tratamento em relação aos homens?

Na minha opinião, não, pelo menos, que me tenha apercebido delas.

2021_4estacoes.jpg

 

07
Abr23

1, 2, 3, uma última entrevista desta vez

Fátima Gramaxo - parte 1


João Silva

Esta vai sera última entrevista neste formato mais tradicional. A ideia não é acabar com o processo, é transformá-lo, adaptá-lo aos tempos e melhorá-lo. Estou a trabalhar nisso e terei novidades no futuro.

Por agora, deixa-me feliz partilhar convosco a entrevista da Fátima Gramaxo. Antes de mais, é minha "vizinha" e já é mais do que uma colega corredora. É uma espécie de parceira de histórias recambolescas de "espionagem" polvilhadas com muito humor britânico.

Contudo, o que me interessa mais neste caso é que possam conhecê-la como corredora e pessoa ligada ao desporto.

Fiquem, pois, com a primeira parte da entrevista da Fátima Gramaxo:

2019_4Estacoes-Coimbra.jpg

Nome

Fátima Gramaxo

Idade

41

 Equipa

A equipa de que faço parte é muito mais do que uma equipa... ARCD Venda da Luísa

 

Praticante de atletismo desde

Fiz a minha primeira corrida em 2017. Em miúda não gostava nada de desporto e muito menos de corrida,  fazia parte do grupo de alunos que, nas aulas de educação física, inventava desculpas para ficar no banco, apenas a exercitar as cordas vocais. Nunca me identifiquei com a prática. Já adulta comecei a fazer aeróbica e outras aulas semelhantes, em grupo, uma forma de exercitar o corpo e a cabeça. Em 2016, depois de uma dieta rigorosa, percebi que se queria manter o peso e melhorar a saúde e que precisava de fazer algo mais pelo meu corpo, o prazer de comer teria de ser compensado com algo mais eficaz do que o exercício que fazia até esta data. Em abril de 2017 decidi começar a correr e assim nasceu a paixão. Nas primeiras corridas, no choupal, acompanhada pelo meu marido, que teve um papel essencial nessa altura e andava ao meu lado enquanto eu corria, de tão lenta que eu era, na verdade ainda continuo a ser... O choupal foi durante meses o meu local de eleição para a corrida, comecei por aumentar a distância e depois a velocidade. No final desse ano fiz os meus primeiros 10km em prova, na São Silvestre da Figueira da Foz, um momento épico.

2019MeiaMaratona- FigueiraFoz (1).jpeg

Modalidade de atletismo preferida

Não tenho modalidade preferida: divido o coração entre corrida de montanha e estrada.

Gosto de corrida de montanha mais rolantes, com paisagens cativantes. Procuro percursos que não me levem ao extremo, valorizo a minha área de conforto para conseguir usufruir do momento, cumprir o meu objetivo pessoal e ficar bem comigo e com o meu corpo.  

Noutras ocasiões, prefiro a corrida de estrada, por norma sempre no mesmo percurso, isso permite-me estabelecer comparações pessoais e ouvir melhor o meu corpo.

 

Prefere curtas ou longas distância

Prefiro provas mais curtas, não me sinto preparada para grandes aventuras

 

Na atual equipa desde

Época 2019/2020.

Volume de treinos por semana

Depende das alturas, mas, por norma, 2 treinos semana.

Importância dos treinos

São essenciais, os treinos permitem-nos melhorar o desempenho. A falta deles faz-nos regredir, quer fisicamente quer psicologicamente. Quanto mais treinamos, mais vontade temos de treinar e melhores resultados temos, o que também nos motiva mais, um círculo vicioso. Os treinos são essenciais para a preparação.

2022Monsanto (2).jpgSe tem ou não treinador

Não tenho treinador.

Diferenças existentes entre o atletismo passado e atual

O atletismo está cada vez mais moda, há cada vez mais pessoas a correr e cada vez mais provas.

Histórias insólitas, curiosas ou inéditas

Não me recordo assim de nenhuma história em especial, embora cada trail de treino que faço sejam sempre verdadeiras aventuras pessoais. O meu sentido de orientação, ou falta dele, é ímpar. Já não tenho dedos nas mãos para contar as vezes que estive perdida pelo meio dos montes… talvez por isso privilegie tanto repetir os percursos...

Numa dessas vezes em que me meti em aventuras, sempre sozinha, fiquei sem GPS e sem água, tive uma cãibra abdominal, coisa que desconhecia, por falta de hidratação. O mau estar e sede eram tão grandes que me lembro de olhar para as poças de água e ter pensado em beber, mas consegui resistir ao cocktail...

2023Sico.jpg

 

31
Mar23

O que dão afinal as provas?


João Silva

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Muitas vezes falei na importância dos treinos e na necessidade que não tenho de participar em provas para me motivar porque, para isso, uso os treinos. 

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Pois bem, chegou o momento em que reconheço que as provas são igualmente importantes. E precisei de mais de dois anos sem elas para compreender que me dão algo que não consigo ter nos treinos: o convívio com pessoas agradáveis mas também aquele extra de competição saudável que nos faz querer ir mais além.

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Competir bem e com Fairplay é muito importante, até para que consigamos ter uma noção da nossa forma e dos pontos que temos de melhorar.

Quando voltei, disse que ia ter alguma ponderação na primeira prova.

A verdade é que o corpo ganha uma vida própria, que, por vezes, chega a ser necessário travar.

 

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É possível ser muito feliz em treinos, até porque temos liberdade para experimentar técnicas novas, mas as provas são, de facto, aquela pontinha de felicidade extra que dão um sentido diferente às corridas. E têm ainda o extra de nos tirarem do nosso "centro habitual de treinos". Fazem-nos competir em ambientes novos e distintos.

17
Mar23

Uma corrida, vários tipos, é à escolha...


João Silva

Uma das pesquisas ao meu "arquivo" presenteou-me com informação clara e precisa do que são os diferentes estilos de corrida. 

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Na altura, há mais de seis anos, fui desencantar estas linhas na página do Ex-sedentário José Guimarães.

Ele explica bem o que é suposto em cada estilo e como se pode "resolver" isso de forma prática.

Da mesma forma, acrescento a fonte escrita sobre os treinos de resistência, que são importantíssimos para as provas de longa distância. O artigo está mesmo bem explicado, pelo que não vale a pena estar eu a recriar esse texto:

https://aminhacorrida.com/geracao-de-resistencia/

E antes de terminar, um bombom para quem está a fazer treino intervalado (séries) e quer saber uma distância média para a sua VMA:

https://souesportista.decathlon.com.br/o-que-e-um-treino-fracionado/

 

05
Mar23

A maturidade para perceber as coisas


João Silva

Quando comecei a correr, procurei logo reunir muita informação. Sempre fui assim com tudo. 

Li, confrontei informações e, honestamente, muitas vezes nem percebi o que queriam dizer, porque alguns ensinamentos eram mais técnicos.

Ainda assim, reuni a minha "enciclopédia" num dossier, onde também apontava os exercícios de reforço muscular e guardava os diplomas das provas.

Mais tarde, compilei um vasto conjunto de alongamentos.

Agora, muito tempo depois e já sem precisar verdadeiramente do dossier, decidi ver o que andava para lá e o que me poderia ser útil. 

IMG_20211120_084936.jpg

E não é que chego lá, folheio e começo a ver exercícios de alongamentos que me são muito úteis agora depois das minhas lesões de 2021 e agora de 2022-2023?!

Eu já os tinha! Alguns até já fazia.

Ando mais um pouco e vejo uma bela folha com a informação de cada estilo de corrida mais comum!!!

Durante muito tempo não percebi aquelas explicações e, de algum modo, acabei por eliminar isso do meu cérebro. Mas já estava rodeado dessa informação toda. 

Mais uma vez, foi preciso deixar-me andar e ir consultando aqui e ali para perceber algo com que já me tinha deparado anos antes.

Uma espécie de autoajuda: por vezes, é preciso não forçar, deixar tudo seguir um curso evolutivo e as coisas aparecem naturalmente.

Também têm está sensação de "eu já sabia o que era, mas não sabia que era isto?"

15
Fev23

Uma lesão que tudo mudou - versão 2021


João Silva

Logo assim de caras, a lesão na BIT (banda iliotibial) mudou os momentos pré e pós corrida. 

Desde então que passei a integrar 10 minutos de exercícios dinâmicos de aquecimento.

Nesse período, faço aberturas lentas das coxas, para dentro e para fora e alguns exercícios de equilíbrio. Na segunda metade desse tempo, adoto alguns exercícios técnicos: subir joelhos à zona da cintura, subir calcanhares à zona dos glúteos, abrir a coxa em corrida para fora e para dentro, corrida lenta com pernas esticadas, corrida lenta com pequenos saltos ritmados, corrida lenta de costas e corrida lateral com cruzamento das pernas.

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O objetivo passa por deixar o corpo pronto para a dificuldade da corrida. No início, custa um pouco, mas rapidamente trazem melhorias à própria postura da corrida. Já não prescindo desses exercícios.

No fim da corrida, dedico 10 minutos a alojamentos lentos mas dinâmicos. Aprendi que o dinamismo é mais benéfico para o alongamento dos músculos do que o lado estático. 

Agora vem o clichê tão verdadeiro: corro menos tempo mas corro com uma técnica mais apurada.

P.S.: e é tão engraçado perceber que já tinha este texto agendado há quase um ano e que agora ando a fazer fisioterapia para resolver uma pubalgia. Apesar de ter reduzido muito a carga, continuo a poder praticar desporto e essa é a minha grande vitória aqui. Não tenho conseguido, porque também ando numa autodescoberta que me tem ajudado a resolver algumas questões mentais, mas aqui deixarei um testemunho qualquer sobre como foi enfrentar esta lesão agora e o que de bom isto me tem dado. 

12
Fev23

Repensar e ajustar


João Silva

Se houve coisa boa na lesão mais complexa que tive foi a necessidade de ajustar e de mudar o meu método de treino.

Não era viável continuar com um período mínimo diário de 1h30 de corrida. Andei assim durante dois anos e sei que isso contribuiu para uma quebra no rendimento e para o meu problema. Porque o corpo estava constantemente sujeito a uma carga que o impedia de regenerar. E mesmo os 10 minutos extra diários de reforço muscular acabavam por não ser suficientes para compensar a necessidade de massa muscular.

Nada melhor do que bater no fundo para subir outra vez.

E acabei por criar um plano mais abrangente e diversificado.

De 1h30 de corrida passei a 1h00 (1h15 apenas nos dias de treinos técnicos), com 10 minutos de aquecimento específico e 10 minutos de alongamentos dinâmicos.

Em vez de sete dias a correr, durante muito tempo fiz 5 e 6 dias de corrida por semana.

De 10 minutos diários de reforço, passei a 45 minutos com dois dias semanais dedicados inteiramente aos abdominais e aos glúteos/estabilizadores.

Num dos dias, substituí a corrida pela bicicleta estática (reduzindo assim muito o impacto).

O cansaço vai continuando a aparecer (também não era suposto desaparecer), mas o impacto foi reduzido e, com isso, o perigo de uma nova lesão. Diria que o meu plano ganhou um equilíbrio.

21
Dez22

As subidas que a noite não permite


João Silva

A chegada do inverno marca o fim oficial de alguns percursos.

Uma coisa é ir para zonas com menos iluminação quando o dia está a nascer, como é o caso no verão, altura em que se veem os primeiros raios de luz logo às 05h30.

Com isto, o meu "portfólio" de trajetos fica mais restrito. Procuro sempre alternar rotas, mas entre meados de novembro e de fevereiro, os locais não mudam muito.

Nesta fase do ano, há algumas localidades que não visito tanto. Duas delas são Alcouce e "Tanques de Alcabideque" (a terra só tem o segundo nome, o primeiro foi invenção minha para efeitos de referência.

Quem conhece, sabe que tem ora subidas mais longas pelo meio da serra ora subidas mais inclinadas e explosivas. São bem tramadas de fazer, devo admitir, embora nos ofereçam uma enorme evolução em termos respiratórios e musculares (na zona das coxas fica um empeno bem jeitoso).

Talvez sejam ainda mais especiais por não as poder fazer nas madrugadas de inverno. Além da fraca luminosidade, tenho mesmo de atravessar os espaços, o que me deixa muito medo, confesso. 

Resta esperar que passe. Como se sabe, o tempo passa a correr.

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12
Dez22

Proprioceção ou o modo cego do corpo


João Silva

O nome é pomposo e não significa mais do que a capacidade de o corpo se conhecer e se corrigir.

Com o passar do tempo e das repetições de treino, o corpo adquire conhecimento da forma como se posiciona e da postura que adota no exercício. No meu caso, vejo muito isso quando corro no escuro. Já o faço há muitos anos e o corpo habituou-se, já sabe onde deve meter o pé e como me deve manter em equilíbrio. Esta rotina evita que me estrampalhe em alguns trajetos (com algumas exceções, claro). 

Neste momento, o meu corpo já levanta os joelhos a uma determinada altura. Em condições normais, tudo isso é mecânico. Se eu quiser mudar isso, tenho de obrigar o corpo, de lhe mudar e moldar os movimentos, o que demora tempo. Regra geral, é por essa razão que demoramos cerca de seis meses a mudar uma postura de corrida.

Em estrada, este processo é mais comum, porque o percurso também é mais linear e repetitivo.

Um trail tem o lado bom de nos obrigar a estar mais atentos, de não nos deixar cair em hábitos, porque não há serras iguais. Ainda assim, por outro lado, são precisos muitos meses (ou mesmo anos) de treino para que o organismo se movimente sozinho e de forma mecânica pelos trilhos.

05
Dez22

Os esquemas de repetição


João Silva

Começa mais uma época, por assim dizer.

O mês de novembro assinalou o meu ponto alto da temporada passada e, ao mesmo tempo, foi o meu ponto de partida para uma pausa da corrida.

Serviu para refletir no que fazer de seguida, para analisar o que fiz menos bem e o que fiz bem, para me inscrever já para novas provas em 2023.

Este arrancar é especial porque vou fazer uma maratona nova em 2023. Vou correr a maratona de Coimbra a 10 de junho.

Assim, este mês de dezembro vai assinalar um iniciar suave e, ao mesmo tempo, um começo já direcionado para junho.

Uma das chaves na maratona passada esteve na repetição de trajetos a nível semanal.

Passo a explicar: não fazia todos os dias o mesmo percurso. Em vez disso, fazia o mesmo caminho em cada dia da semana, à exceção do dia de treino longo.

A ideia de ter um trajeto por dia ajudou a criar estrutura de ritmo no meu corpo. Uma espécie de rotina disfarçada de disciplina.

Não sei se aí alguém também já se preparou para provas dessa forma.

A título de exemplo, posso referir que fazia os treinos de VMA todas as quintas-feiras no campo antigo (ainda em terra batida) do Condeixa.

Os treinos de recuperação eram feitos até ao Intermarché (quartas-feiras) ou na Urbanização Nova I (sextas-feiras).

Um método que irei repetir nesta nova preparação.

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