Pode ajudar, mas prefiro à antiga
João Silva
Há uma espécie de modalidade desportiva que tem cada vez mais adeptos nos ginásios.
Falo da eletroestimulação.
De forma muito rápida, consiste na aplicação de elétrodos em diferentes pontos estratégicos do corpo e, através de movimento (normalmente, treino funcional), esses mecanismos "disparam" uma descarga elétrica nos músculos, levando-os a ativar a circulação sanguínea e, entre outras coisas e de uma forma mais complexa, a produzir massa muscular.
O argumento de "venda" é de que se trata de algo ideal para quem tem muito pouco tempo, pois as sessões são de apenas 20 minutos. Em poucos dias, começam a surgir os primeiros resultados.
Este facilitismo aborrece-me porque se trata de substituir o momento em troca de músculo. Mais uma vez, vamos atrás da tecnologia.
E nem tenho nada contra a dita, é muito útil, por exemplo, para regenerar os músculos e para tratar lesões. Se pensarem bem, era um pouco isso que já acontecia (e acontece) com a fisioterapia.
Mas do tratamento passamos ao "fazer pelos outros" e ao "ter em vez de ganhar".
Se há algo de maravilhoso no desporto, é a capacidade de nos ultrapassarmos, de puxarmos um pouquinho mais, mesmo com todos os riscos associados. O prazer de ganhar músculo e força e capacidade de corrida é ir treinando e avaliando o crescimento.
Claro que a eletroestimulação também tem vários níveis de intensidade e, consequentemente, promove vários níveis de crescimento muscular.
Não sou um purista e, reforço a ideia, acho mesmo que a evolução veio fazer maravilhas por nós. Porém, quem tem hipótese de treinar e prefere ir a um ginásios levar "choques"...
Se há 20 minutos para ir levar choques (mais uns 10 ou 20 em deslocações), também os há para uma corrida, uma caminhada, um levantamento de pesos/garrafões em casa (era assim que fazia trabalho de braços em casa). Até há à possibilidade de ter PT em casa por esse período. Sai do corpo, sabe ainda melhor, a meu ver.