Usar ou não usar?
João Silva
Venho agora falar de algo mais sério.
Falo do uso de analgésicos ou anti-inflamatórios como forma de tratamento de lesões/dores mas também como potenciadores de desempenho.
Refiro-me concretamente ao Ibuprofeno. Previamente, importa esclarecer que este princípio ativo não tem uma ação direta numa melhoria de desempenho desportivo (ou outro). Não pode, pelo menos até ver, ser metido no mesmo barco de substâncias como EPO.
O IBUPROFENO NÃO É DOPING.
Dito isto, pode (e deve) ser tomado como potencial aliviador da dor. Mas deve ser tomado com moderação.
O mesmo Ibuprofeno pode ser tomado numa manhã de prova (no caso do atletismo) por alguém que está cheio de dores (por várias razões) ou por alguém que procura diminuir o desgaste muscular e ter um melhor desempenho na corrida.
Sim, leram bem, é possível que o Ibuprofeno vos ajude a ter uma melhor prestação. Como? Sendo anti-inflamatório, impede que os músculos inchem na atividade física. Ou seja, não se produz tanto ácido láctico e não há tanto desgaste nos músculos. Ficam mais frescos.
Importa é não esquecer que o coração também é um músculo e que, por isso, é afetado, podendo ter dificuldades em fornecer oxigénio ao corpo e colapsar.
Sou contra esse tipo de ações. Na verdade, só tomo medicamentos se estiver de tal forma empenado que não me consigo mexer.
Foi o caso há uns tempos por causa de adormecer o Mateus (tem de ser ao colo e a caminhar pela casa) e dos treinos. Assim, num rasgo de tontice, decidi perceber se havia mesmo melhoria no treino. Como tinha muitas dores na zona lombar, tomei 1 ibuprofen em cada um dos dias do fim de semana.
No primeiro, senti-me bem (e tinha dormido mal), mas não senti qualquer melhoria. Senti apenas ausência de dor, o que já não aconteceu no segundo dia e, menos ainda, no terceiro.
Moral da história: desnecessário e irrisório acreditar que isso pode melhorar o desempenho. Na verdade, alivia algumas dores, mas os treinos acima de hora e meia continuam a fazer mossa. Por todos os motivos e mais alguns, é absolutamente prescindível na vida de um atleta. (Profissional ou não).