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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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08
Ago21

Ninguém escapa


João Silva

Já se falou várias vezes no lado bom de se praticar uma modalidade desportiva.

Assino por baixo.

Por outro lado, o foco normalmente associado a quem pratica uma modalidade desportiva redunda em excessos que se pagam caro. 

Esse caro assume a forma de sobrecarga psicológica e física e tem o condão de desanimar até os mais motivados.

O vídeo que vos trago fala precisamente do que é cair em desgraça em plena preparação para um Ironman.

O rapaz é uma máquina de dedicação à corrida. Em paralelo, tem mesmo todo um projeto online de corrida chamado Running Addict. Partilha imenso conhecimento.

Desta feita, veio partilhar connosco o lado sombrio da dedicação excessiva a algo, mesmo que se trate de uma paixão, como é o caso.

Vale cada segundo, principalmente, na ótica de ajudar a detetar sinais de que a paixão virou vício. 

12
Jul21

Cais e tens de te levantar


João Silva

Embora não tenha a qualidade nem os resultados de quem vos trago aqui, não podia ficar indiferente à questão da sobrecarga de treino. 

Por ser alguém que facilmente cai no excesso de treino, nutro grande empatia pelo testemunho deste corredor amador francês a viver no Canadá. 

Já vos falei dele, porque é o autor do Running addicted, uma das minhas referências no atletismo. 

Este ano decidiu participar num Ironman e, como tal, foi expondo a sua evolução. Os dois primeiros meses de treino foram excelentes. Mesmo assim, isso não o impediu de cair no excesso de treino, algo tão habitual em quem tem tanto gosto pela corrida.

Levou-se de tal forma ao limite que acabou a rever os seus treinos. Nas palavras dele, o corpo deu o "tilt", ficou vazio e sem mais sumo para espremer. Em vez de prosseguir o plano de treino, teve de romper rápida e bruscamente para não pôr em causa o próprio corpo e a sua presença no Ironman, evento que se realiza este ano. Teve de se reinventar, o que, segundo o próprio, não foi nada fácil.

Só que continuar em excesso ia dar em asneira e minar a sua evolução.

É preciso uma grande ombridade para assumir que se entrou no limite. 

A dada altura, diz que se sentia bem, mas o corpo é que manda e não tinha outra hipótese. 

Esta é a grande moral disto: mesmo que não queiras ou não sintas que precisas, o corpo é quem mais ordena.

Aqui fica o testemunho original do atleta:

 

19
Jan20

Quando o prejudicial é também necessário


João Silva

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Admito que possa parecer um contrasenso, mas não o vejo como tal.

Tenho, volta e meia, momentos em que preciso de deixar o coração brincar e fazer o que quer. Para tal, é necessário desligar um pouco o cérebro. De outra maneira, não seria possível fazer treinos que me sabem bem mas que me são prejudiciais ao corpo.
Em termos emocionais, sinto que sofro muito após as maratonas e em 2019 reparei que nos dois casos precisei de algum tempo para ressacar. A forma escolhida foi correr sem destino, meter carga no corpo e seguir.
Como disse antes, isso prejudica a evolução do corpo, porque tenho perfeita noção de que abuso muito.
A "sorte", principalmente entre novembro janeiro, é que não costumo ter provas, pelo que posso abusar à vontade nos treinos.
Caramba, faz mal que dói, mas sabe tão bem que nem dá para explicar.
Portanto, no fundo, quero é saber se são iguais a mim: por vezes, fazem mal a vocês próprios porque precisam de um time out e porque vos sabe pela alma?

09
Jan20

Podes abusar mas o corpo mete-te no lugar


João Silva

Mais uma daquelas verdades que me foram impingidas há pouco tempo pelo meu corpo.

Após a maratona em novembro, como estava previamente definido, abracei uma semana de recuperação ativa. O corpo precisa sempre de um desmame, sobretudo, depois de meses de preparação para uma prova daquela natureza.

Não parei o exercício e nem isso é desejável, mas não corri durante 10 dias. Fiz bicicleta estática, caminhadas e muito trabalho de reforço muscular.

Curioso ou não, gradualmente, deixei-me cair novamente em sobrecarga e, o mais tardar quando retomei a corrida, dei por mim a exagerar. Aos treinos de corrida, juntei, sessões longas de bicicleta estática e ainda sessões extra de reforço muscular.

Não precisava, não era necessário e acabei por me prejudicar, pois voltei a sentir o corpo com muitas dificuldades de recuperação, eliminei folgas. Enfim, uma montanha russa de disparates sem nexo nem explicação óbvia que resultou num desgaste grande.

E pronto: atingi um novo máximo negativo - o corpo foi obrigado a recusar-se a fazer determinados treinos. Não reagia mesmo ao que lhe pedia e, pior, ofereceu-me umas belas dores problemáticas nas virilhas, ancas e canelas.

Como não podia deixar de ser nesse caso de subrendimento, foi abraçado por irritabilidade extrema.

Acho que aprendi a lição, daí a umas semanas consegui reverter a situação, oferecendo-me uns miminhos son à forma de descanso.

Sei que foi errado e que mais não é igual a mais no desporto, pelo menos, como eu faço. Também tenho noção de que não precisava e de que não cometi qualquer deslize alimentar. Nada mesmo. Mas sei que o fiz por medo de perder o controlo e porque preciso de andar sempre disciplinado.

Deu asneira, mas o corpo tratou de me pôr novamente na linha.

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04
Out19

Dores de amadurecimento


João Silva

Todos já ouviram falar em dores de crescimento, pelo que não me serve de muito estar a explicar o que significa.

Venho "introduzir" as dores de amadurecimento.

Não sei se o conceito existe, mas acredito piamente que haja muito mais pessoas e desportistas a sofrer desse "mal".

Então e o que são as ditas dores?

São aquelas que, de tão frequentes, persistentes ou nefastas, nos obrigam a aprender.

Neste contexto, como não poderia deixar de ser, vou falar da sua aplicação e presença no atletismo.

É uma espécie de cliché haver um atleta a dizer "no início não ouvia o meu corpo, mas agora aprendi". Na verdade, acho que, não poucas vezes, somos forçados pelo corpo a adquirir essa aprendizagem.

Dou-vos o meu exemplo: tenho consciência do que me faz mal, do que é incorreto na minha preparação, do que o meu corpo gosto e do que a minha cabeça aprecia para poder render. Contudo, tenho um defeito enorme: sou demasiado persistente, teimoso e, porque não dizê-lo, obstinado com os treinos. Não são poucas as vezes em que caio na "armadilha" da sobrecarga. Perante essa tendência quase tresloucada para destruir a minha evolução, acabo por conseguir contrariar tudo isso através de uma análise mais ponderada e racional.

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Ao longo destes quase três anos (dentro de um mês), cometi tantos exageros na forma como lidei com o meu corpo. No entanto, como gosto de pensar, fiz "bom proveito" das dores. Ou seja: por ter sofrido tanto em determinados momentos, por ter corrido a mancar durante semanas a fio (entre dezembro e janeiro de 2016), acabei perceber que o corpo chega a um ponto em que vai rebentar, em que diz chega e depois não o tens. Perante esse cenário e tendo em conta o meu receio (medo mesmo?!) de lesões (que, felizmente, até agora não tive ao ponto de ter de parar), acabei por aprender a parar, a ter paciência com as minhas exigências e a relativizar o treino e a sua intensidade.

Todavia, para chegar a esse nível de amadurecimento, tive mesmo de suportar muitas dores e muitas manhãs em que mal me conseguia mexer.

Costumo dizer à minha treinadora (esposa) que aprendo, mas que preciso de sofrer para que isso aconteça.

Vocês são iguais e caem no exagero ou conseguem parar atempadamente sem problemas?

02
Out19

Se não dá, baralha e volta a dar...diferente


João Silva

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Acabou por ser uma semana curiosa aquela que vivi entre o dia 05 e o dia 11 do passado mês de agosto.

Bem sei que já passaram praticamente dois meses, mas a menção serve apenas para explicar que nem sempre se consegue fazer o que está estabelecido e que, muitas vezes, é ponderado adaptar as coisas, no caso, os treinos.

Na semana em causa, tinha previsto fazer um treino de 42 km, como forma de preparação da maratona do Porto.

Inicialmente, por questões práticas, estava estipulado para o sábado.

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Contudo, com base na previsão meteorológica prevista para essa semana, decidi antecipar o dito longão para a sexta-feira, dia 09.

Como é hábito, a semana foi pesada e o corpo acusou cansaço. Além disso, na terça-feira, abusei um pouco com um treino de 1h30 de corrida. A esta distância, considerando o bem maior, era desnecessário e só prejudicou.

Na quinta-feira, já o treino tinha terminado há muito tempo, num movimento intenso, forcei demasiado os gémeos e as cãibras atacaram aquela região. Mas atacaram de tal forma que fiquei com memória da dor nas pernas durante três dias. 

Por isso, nessa noite, após algumas hesitações e ponderações, decidi que não podia fazer os 42 km na sexta-feira. O corpo não iria dar resposta capaz, por certo, iria contrair uma lesão e acabaria por prejudicar o bem maior.

Nesse sentido, foi necessário modificar três dias do plano de treinos. Confesso que é algo que não gosto muito de fazer mas que, em abono da verdade, tenho aprendido a fazer com base na experiência (e, às vezes, nas dores). Em vez do estipulado, fiz um treino de corrida de 02h00 na sexta (primeira imagem) e uma sessão intensa de ioga.

Tenho o dever de ser honesto: não devia ter corrido tanto tempo seguido na sexta-feira. O meu corpo ressentiu-se ainda mais, passei o tempo todo com imensas dores nos gémeos. Tive muito tempo para pensar na dita asneira durante a corrida. Foi a sessão intensa e profunda de ioga que me deixou em condições e me diminuiu as dores.

Isso e o facto de ter feito bicicleta estática e treino funcional no sábado.

Custou-me horrores não ter saído para correr no sábado, mas, à distância, sei que foi totalmente avisado.

E tanto assim foi que, no domingo, o corpo respondeu fanstasticamente bem, praticamente sem dores e novamente numa "viagem" de duas horas no asfalto (imagem do meio).

O desempenho melhorou substancialmente, mas, a parte que mais me satisfez, o corpo reagiu bem, não teve quebras nem "ressacas" dos exageros.

Apesar do desagrado por ter sido "obrigado" a adiar o treino dos 42 km para setembro, fiquei genuinamente feliz pela forma como lidei com as constantes contrariedades, logo eu que não gosto muito de imprevistos.

Além disso, refira-se também que há males que vêm por bem. Porquê? Porque assim pude dividir o trajeto do treino dos 42 km pela sexta e pelo domingo e porque isso me permitiu ter uma ideia mais exata do que iria encontrar quando fizesse o percurso sem interrupções.

Como diz o outro (seja lá ele quem for): vivendo e aprendendo.

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01
Out19

A história do rapaz que não sabe estar quieto


João Silva

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Vou começar por retirar o "suspense". Estou a falar de mim.

Sei que o fenómeno acontece com muitos desportistas, mas, no meu caso, não deixa de ser revelador. Desde logo, expõe a minha personalidade.

Não sei estar parado, lido mal com isso e depois fico muito ansioso e stressado porque não consigo aproveitar pequenos momentos da vida. É um pouco a ideia de viver muito e de saborear pouco.

Houve uma altura em que comecei a perceber que, em determinados dias, acordava mal, andava o dia todo com uma angústia. No dia seguinte ia embora.

Num determinado domingo de agosto, percebi finalmente qual era a ligação: os dias de folga dos treinos.

Fiquei (e fico, por vezes) muito tenso por não fazer desporto, porque crio a falsa ideia de que vou ganhar peso e de que devia estar a fazer alguma coisa. É aí que entra a minha esposa para me meter juízo na cabeça e para me fazer voltar à racionalidade. Como se treinasse pouco ou tivesse uma forma errada de me alimentar.

Não, não tenho, modéstia à parte, mas sei que sou disciplinado e que não me permito muitos (se é que alguns) deslizes. Tenho perfeita consciência, mas depois deixo que a inconsciência e os receios tomem conta de mim.

No domingo em causa, estava de folga após uma semana duríssima e tendo corrido 38 km no sábado. Ou seja: em condições normais, precisava mesmo de repousar, de estar de papo para o ar no sofá a saborear a vida e os momentos com a minha esposa. Em relação ao repouso, é muito simples: se não descansar, não regenero, vou ter lesões e acabo por estragar os meus objetivos. Acho que o truque é tentar ver o bem maior, perceber que tudo tem uma finalidade.

Nesse dia, foi difícil e já estava a "salivar" para ir fazer pilates, ioga ou mesmo bicicleta estática. Quando fui lançado para o "ginásio" que criámos cá em casa, eis que a Diana acorda. Foi a minha "sorte". Lá me "fez" parar, respirar, explicar a questão e o dilema. Enquanto o estava a fazer, senti o problema a desvanecer e decidi no momento que não ia treinar nesse dia.

Assim foi e soube tão bem. Há meses que não sabia assim. Foi um carregamento bem jeitoso de energia.

Tudo graças a quem me atura.

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