E se...
João Silva
Esta imagem foi capturada no final do meu treino de dia 06 de setembro. Já estava em fase de preparação para a Eco meia maratona de Coimbra, que se realizou no dia 08. Ou seja, dali a dois dias.
O objetivo não é mostrar qualquer treino progressivo, embora se possam dali retirar alguns indicadores nesse sentido, mas sim provar o meu ponto. Que é o seguinte: tenho dificuldades em abrandar e em puxar um travão.
Assim, na semana de preparação para a prova, não devia ter feito tanto nem ter puxado tanto pelo corpo, porque as energias ficam na reserva e não é o que se pede na antecâmara de uma competição.
Isto prova duas coisas: a primeira é que de facto os treinos para mim são tão importantes quanto as provas, a segunda é que, na realidade, ainda não atingi o nível de maturidade exigível para alguém que não se vê apenas como um corredor ocasional, mas sim como um atleta, ainda que amador.
Como ponto suplementar em tudo isto, aquela semana foi muito dura, não só por ter sido a ressaca do treino de 38 km que fizera no sábado anterior, mas por ter decidido fazer treino de reforço nos glúteos e nas pernas na terça-feira. De segunda a sexta, percorri 61 km, o que é indesejável para atacar uma prova. Ela faz-se, mas uma coisa é "picar o ponto", outra é fazer um brilharete.
E esse, meus amigos, é o mote para o título deste texto: e se? E se um dia eu fizesse as coisas como é suposto e desse descanso ao corpo? Será que conseguia resultados mais interessantes?
Aquele quilómetro percorrido a 04'03 (ver imagem) é a prova de que sim, de certeza que conseguiria, mas não me vejo a "viver" apenas para um dia de prova, exceção feita às maratonas. Considero tudo o resto como um processo evolutivo global e não fragmentado. Além disso, por causa do peso e da forma, a minha consciência não me deixa abrandar. Olhando apenas pela razão, sei que tenho cuidados e que não era um abrandamento que me faria engordar ou perder forma. Porém, arranjo sempre formas de me minar e depois fico a pensar incessantemente nisso.
E desse lado, há algum "e se" que gostassem de mudar? Por que será que isso não acontece?