A magia do afastamento
João Silva
De uma forma sucinta, falo-vos de uma medida que tive de adotar na minha vida e que valeu ouro.
Em julho de 2019, pois é, já lá vão muitos meses, andava a roçar a saturação. Sentia que não estava bem e que precisava de retirar o foco de coisas que só me distraíam.
Na altura, já andava numa bela fase de vício em termos de redes sociais.
Procurava não perder uma Story no Instagram, comentava muitos perfis de corrida, partilhava aventuras, via fotos, lia publicações. De cada vez que o fazia, reparava que fica com uma espécie de "mágoa". Invariavelmente, comparava-me sempre com o que via e lia e tinha a sensação de que tudo o que fazia era e estava incorreto, o que, por si só, já era incorreto.
Posto isso, após uma fase de reflexão, daquelas que vamos adiando, meti tudo em pratos limpos comigo. Percebi que eu, sendo o meu maior inimigo desde sempre, não me podia dar ao luxo de olhar para o lado daquela forma.
É importante olhar para o lado para aprender mas não para nos deprimirmos.
Devagarinho, fui perdendo o gosto pelo "bicho" das redes. Reduzi as idas ao espaço até que cheguei a uma altura em que deixei de usar por completo.
Honestamente, tirei um peso de cima do meu corpo. Fiquei muito mais solto, dei espaço à felicidade e foquei-me em mim. Se sinto falta? Correndo o risco de ser injusto, nenhuma.
Não sei se alguma vez voltarei a usar redes sociais (os canais ainda estão ativos), mas sei que me tornei muito mais feliz sem "aquilo".
Não sou apologista de que são o "demo", até porque ali a culpa foi minha. Fui eu quem se pôs a jeito e se deixou "manipular".
Dito isto, desde então que tenho valorizado muito mais tudo o que me rodeia e, principalmente, quem me rodeia.