A competitividade: exagero ou necessidade?
João Silva
Durante imenso tempo, escondi-me. Não me assumi. Alguém elogiava ou espicaçava com objetivos e eu preferia resguardar-me. Era sempre o medo de não superar as minhas expectativas. No entanto, o apoio que tenho recebido também me tem mostrado que tenho legitimidade para as criar. Mesmo altas. Claro que há sempre o risco da queda. Todavia, a vida é mesmo um risco e é um jogo. Umas vezes ganha-se, outras, perde-se.
Comecei a não ter medo de assumir resultados concretos, sonhos. Passei a verbalizar. Sim, sou competitivo, não apenas comigo. Procuro mais, quero mais, quero ficar à frente. Mas com regras e respeito pelos outros, sem passar por cima de alguém. Assumir isto de forma clara, dá-me leveza. Quando estou em prova e vejo um colega da equipa ou algum conhecido à frente, uso-os como faróis. Aconteceu com o Bruno e, mais tarde, com o Tiago. Um ainda ultrapassei na meia maratona de Leiria, o outro não consegui nas 4 estações da Venda da Luísa. No fim, mantive as excelentes relações com ambos.
Com um tipo de competição saudável, ficam todos a ganhar. Se o respeito e a amizade se mantiverem, todos usufruímos das boas prestações uns dos outros.
Sim, sou muito competitivo, mas também sou muito respeitador das prestações dos outros. Já por várias vezes dei os parabéns a atletas no final das provas. Sem segundas intenções.