O travão da felicidade (e do sucesso)
João Silva
Já falei no balão de felicidade que só enche até certo ponto.
Também a nível psicológico, há outra forma de condicionar ou de impulsionar a evolução positiva de um atleta.
Aqui falamos do desporto, mas isso aplica-se a qualquer aspeto da nossa vida.
No caso, há quem acredite que poderemos projetar cenários horrendos na nossa cabeça como forma de gerar insegurança em nós e, em primeira análise, de baixar as expectativas. Em última análise, se não houver controlo, isso pode redundar numa valente depressão.
Percebo a importância de baixar as expectativas ao nível do que é executável e real.
Por outro lado, há um caminho muito negro, porque podemos minar-nos por completo.
Se, no desporto, procuro projetar cenários reais positivos, no resto da minha vida, isso nem sempre é assim. Às vezes, de forma inconsciente, dou por mim a imaginar cenários horríveis de mortes de entes muito queridos. Nesses momentos, sinto uma fragilidade sem qualquer comparação. Fico mesmo muito pequenino. Não o faço propositadamente, mas acontece-me com muita frequência.
Regressando ao lado desportivo, lembro-me que um dos primeiros que li sobre a corrida falava na importância de idealizar um momento mágico ao cruzar a linha de meta. Fiz isso na minha primeira meia maratona e na primeira maratona. Foi bom, sim.
Depois já tive o lado inverso, embora nunca tenha achado que as imagens negativas tenham contribuído especialmente para provas menos boas.
Mas que é um limbo é!