E se não chegar lá?
João Silva
Penso nesta pergunta muitas vezes e, desde há pouco tempo a esta parte, acabo sempre com a mesma resposta: se acontecer não chegar onde quero, tenho bom remédio, tentar outra vez.
Não se trata da definição de tempos, até porque já aconteceu não chegar onde queria e não me restou outro remédio que não "engolir em seco", procurar as razões em mim e, como dizem os alemães, "Mund abputzen und weiter geht es" (limpar a boca e siga). Porque não serve de nada remoer no que quer que seja.
Além disso, há um aspeto que me parece relevante: não sendo profissional, não há a pressão de dinheiro, patrocinadores ou resultados. Porém, falo por mim, há a pressão pessoal. Não se trata de levar tudo demasiado a sério, mas sim de querer evoluir, de querer mais do corpo porque sinto que ele pode dar mais, de manter uma disciplina que ajuda em tudo na vida pessoal e de desafiar os meus limites. E, claro está, os resultados são um indicador disso, mas não passam de um elemento considerar, não podem determinar por completo se valeu ou não a pena.
Portanto, a resposta mais lógica à pergunta do título é: tentar novamente, persistir sem obstinação, mas com razão, sempre com uma análise equilibrada. Para isso, é importante conhecer o corpo e admitir os erros.
Nos últimos meses dei por mim a "confessar" mais vezes que não dava, que cometi este ou aquele erro e isso dói porque são falhas cometidas, mas o tempo ajuda a perceber que identificá-las é uma forma de as suprimir e superar.
Nunca aconteceu ter de desistir de uma prova, bem como nunca fui assolado por uma lesão impeditiva. Como ando no limbo físico muitas vezes, certamente que serei afetado e depois terei de saber lidar com isso. De que forma? Ativa, procurando formas de ajudar o corpo, mesmo que seja apenas com descanso e tentar não cometer os mesmos erros. Mas, a meu ver, não há outra forma, o caminho é apenas um: insistir e persistir.
Como veem a causa?