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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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01
Abr24

"Queres vir com o papá?"

Finalmente percebi


João Silva

Tenho o hábito de fazer esta pergunta ao Mateus quando vou fazer alguma tarefa ou alguma coisa mais interessante.

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A dada altura, quando o Mateus ainda nem andava há um ano, saí um pouco com ele para a parte de trás do apartamento.

Ao proferir esta pergunta senti coisas. Senti companhia. Senti-me especial por ele querer vir...

Sinto exatamente o mesmo quando o vejo a querer correr, quando o vejo a pedir-me para brincar e conhecer os meus amigos. Não pediu, mas até já fez podcasts comigo.

Vê-lo na idade das corridas, das escondidas encerra tanta magia em mim. Dou por mim a fazer aviões com os braços e a correr com ele às voltas na praça da vila. Só eu, ele e o mundo!

01
Jun23

Uma criança feliz


João Silva

Não há nada melhor do que isso. Ainda mais se a criança for nossa. 

A meu ver, este dia deve servir para meter a mão na consciência sobre a forma como vemos e tratamos as crianças.

Uma coisa sei: não as devemos ver como seres inferiores. São seres humanos muito inteligentes. E, até dada altura, são um espelho de quem (des)cuida delas.

Que procuremos fazer deste dia um de reflexão para evitarmos comportamentos miseráveis como maus tratos e exploração.

Dito isto, um feliz dia de celebração da criança. São o melhor da vida.

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21
Fev23

Os livros ensinam, não resolvem por nós


João Silva

Mais uma dose de parentalidade.

Sempre adorei livros, embora agora leia menos, muito menos. Na verdade, é uma luta para conseguir bocadinhos e ler um livro.

Seja como for, nunca procurei um livro na esperança de que me resolvesse determinados problemas.

Nada disso, nem mesmo antes do nascimento do Mateus. Li dois livros antes do parto e um na viragem para o segundo ano de vida do Mateus. 

Um foi geral, o outro sobre colo e sono e o último dedicado apenas ao sono e ao funcionamento fisiológico do bebé.

Este último, da autoria da Dra. Andreia Neves, foi comprado no OLX um mês depois de ter sido publicado nas livrarias!

A mãe que mo entregou a troco de dinheiro tinha desilusão espelhada no rosto e desejou que o livro me ajudasse mais a mim do que a ajudou. Depois fiquei a saber que a filha dela tinha seis meses. 

Por muito desespero que se tenha, e tem, posso assegurar, não é numa idade tão precoce que o sono estabiliza. Na verdade, são precisos anos para que isso aconteça. Mas isso não é culpa do bebé X ou do y. É do cérebro humano que demora muito tempo a adaptar-se ao mundo real.

E aquele episódio fez-me pensar. Tive e tenho muitas noites mal dormidas, de stress, situações de desespero quando o meu bebé precisa de duas horas para voltar a adormecer. Tudo isso ainda lá está, mas nunca li um livro de parentalidade à espera que me resolvesse os problemas. 

Tudo o que queria era perceber o que se passava no cérebro de um bebé, porque, quando a poeira da frustração por uma noite mal dormida assenta, é necessário ter empatia e compreensão pelo que o nosso filho está a passar. Não há soluções do dia para a noite e os bebés são o exemplo claro disso. É tudo uma questão de não procurar um D. Sebastião em qualquer esquina.

19
Fev23

Os quilómetros invisíveis


João Silva

Não é uma queixa nem reclamação, mesmo nos dias (e, sobretudo, nas noites) em que resmungo e o meu corpo ameaça sucumbir.

Nisto da parentalidade, questiono-me sempre: quantos quilómetros terei feito até agora a caminhar com o meu bebé ao colo?

Agradeço, desde já, as sugestões para comprar um pedómetro, mas não o posso consultar. É que o quarto está bem escuro nessas alturas.

Mas digo-vos que estas caminhadas são um belo aquecimento pré-corrida.. 

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02
Fev23

Sair da frente ou fazer frente?


João Silva

Duas coisas ligadas à parentalidade. Não dá para fugir deste dilema.

Há uma fase em que os pequenitos mexem em tudo, tiram as coisas n-vezes do sítio, mesmo quando avisamos (pedimos?/berramos?/desesperamos?) para não o fazerem. Sim, dá trabalho rearrumar tudo em casa umas quantas vezes por dia! 

Também há dias em que se desliga o cérebro e se liga o piloto automático. Há guerras que não vale a pena comprar. Pelo menos, aqui em casa tem sido assim.

No entanto, chega-se uma altura em que é necessário refletir sobre o que se vai/pode fazer para evitar que a televisão seja partida ou que o desgraçado do robô de cozinha faça uma viagem desagradável até ao chão. 

Tudo isto faz parte do pacote da parentalidade. Até aqui tudo bem, mas há um momento em que nos vemos confrontados com o dilema "sair da frente ou fazer frente?".

Por um lado, não custa adaptarmo-nos ao bebé, mas, por outro, o bebé também tem de lidar com frustração e também tem de perceber que já existiam regras e disposições antes dele.

Dito isto, há coisas incontornáveis e que afetam a vida do bebé que não podem estar à mão: facas, tomadas, objetos de vidro, objetos de aquecimento e outros da mesma família.

Por outro lado, os objetos de grande valor pessoal, os aparelhos eletrónicos de finalidade profissional, os documentos importantes ou mesmo objetos banais como comandos de televisão ou móveis não entram nesta categoria.

Mas não tirar isto da vista do bebé também tem um enorme risco associado. Porque, no início e durante muito tempo, o bebé não percebe o conceito da negação e de não poder mexer em algo que os pais tocam constantemente. É importante explicar, avisar e (inevitavelmente, ralhar) vezes sem conta, sabendo que as probabilidades de sermos ouvidos roçam o zero. Mas lá está, não é viável tirar sempre tudo do caminho como se o problema não existisse. Pode não ser o caso no presente, mas aparecerá no futuro, sempre que o bebé vir o objeto ou o documento.

O Mateus fica louco (de alegria) quando vê o aspirador móvel a deambular pela casa. Ao ponto de lhe saltar para cima e de o desligar continuamente.

A outro nível, quando vê o rato ou o teclado do computador, não se consegue distanciar. Não raras vezes fecha programas (isso é o menor dos problemas). 

E com as gavetas da roupa? Vê-nos a dobrar e a arrumar e, consciente de que está a fazer bem, lá vai tirar tudo para o chão. Obviamente que passamos o dia a dizer (às vezes, intensamente) para não o fazer. No entanto, chega uma altura no dia (ainda antes do fim da manhã!!!) em que a nossa frustração cresce e nos rendemos. A missão passa a ser "que não se magoe nem destrua coisas importantes". Naturalmente que isto não é bom, mas acredito que haja muita gente a rever-se nesta "derrota". 

Fazer frente é necessário, mas é inviável ao longo de todo o dia. A dada altura é preciso sair da frente (e ficar ao lado a vigiar)...

26
Set22

Campo "minado"


João Silva

Já não trago aventuras do meu pequenito há muito tempo.

E hoje venho falar de algo que é capaz de dizer algo a muitos pais e mães: brinquedos. Espalhados pela casa. Qual campo de minas.

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Ele já tem quase dois anos e meio, mas a saga do campo de minas já dura há mais de um ano.

Imaginem lá o quão fixe é entrar na cozinha às escuras às 5 da manhã para não o acordar e, de repente, mandar um "biqueiro" numa taça de medição ou numa mola da roupa!

Acredito que há mais histórias destas desse lado.

06
Abr22

Guia de marcha para casa...


João Silva

Não que seja forçado por alguém. Neste caso, é uma espécie de sentimento que impele a ir para casa mal acabo uma prova.

O Mateus não tem um feitio fácil - o que não admira, dados os genes 😅 - e não é "pera doce" ficar sozinho com ele, sobretudo, depois de noites mal dormidas (e foram muito poucas as bem dormidas em mais de três anos).

Assim sendo, quando vou para uma prova, faço-o "com o coração pesado" porque sei que o ambiente será (in)tenso para a Diana. No início, procurei escolher provas nas proximidades para não estar muito tempo fora e para conseguir chegar a horas de o adormecer sem prejudicar a sua rotina de sono.

Tudo isso se torna desgastantes devo confessar. No entanto, aquilo que mais me impressionava era acabar a prova e não ficar feliz pelos tempos ou pelas participações. Eu só pensava em como o ambiente estaria bem carregado quando chegasse a casa e só queria era ir embora...

Se isto é bom? Não, não é. Chegava a sentir culpa. E o mais estúpido é pensar que não tenho motivos para isso: encurtou o meu sono para poder treinar antes do filhote acordar, passo os meus dias em casa, entre trabalho, tarefas domésticas e cuidados do Mateus, e nos dias de prova procuro deixar tudo pronto antes de sair, incluindo refeições quando é possível. Nunca senti que essa culpa viesse da Diana, até porque ela era a primeira a sugerir a minha participação em provas. Porém, sempre senti que lhe estava a passar uma tarefa bem dura e sempre achei que estaria em falta com ele por não estar (embora esteja presente todo o dia na vida dele). Daqueles sentimentos de culpa que não se explicam...

16
Mar21

São eles que nos levam para o mundo deles


João Silva

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O 1.º gelado de leite materno do Mateus

A frase não é minha, vi-a numa série (Candice Renoir) e nem serei o único pai a sentir o que ela transmite, mas deixou-me a pensar no quão verdade é.

Referia-se ao facto de serem os filhos a levar-nos para o mundo deles e não o contrário. Ou seja,  nós não os trazemos para o nosso mundo, mergulhamos inteiramente e de cabeça no deles.

Não tenho a menor dúvida de que é mesmo assim.

No meu caso, é ele que me ajuda a ser melhor, a ter mais calma, a ser feliz, mesmo quando não estou para aí virado. Tirando a mãe, é o único capaz de me pôr um sorriso genuíno no rosto. O que me dá a mim é mais do que alguma vez lhe conseguirei dar. O mínimo que posso fazer por ele é, juntamente com a mãe, ser um exemplo de cidadania e ensinar-lhe o valor do respeito por si e pelos outros.

Portanto, quando passo por problemas e olho para ele, é ele que me faz descer ao seu mundo e que me enche a alma e o coração.

Resumindo sem conseguir transmitir tudo aquilo que sinto: os filhos são a poção mágica da vida dos pais. 

Reveem-se nesta ideia? 

01
Set20

Ai o que o sono (ou a falta dele) faz a este rapaz!


João Silva

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Acabámos o mês passado com as aventuras ligadas ao Mateus e é com outras peripécias do género que comecamos agora este.

Ao longo dos últimos meses foram muitas as aventuras associadas à falta de descanso. Tudo by Mateus.
Só para vos deixar com um certo sorriso alheio de "já todos passámos por isso", escolhi alguns episódios:

Ainda estávamos no primeiro mês, de madrugada, chego-me perto da esposa e com as mãos em arco pergunto-lhe "onde é que o ponho?". Ela olha para mim incrédula, viu que não tinha nada nos braços (o bebé estava a dormir) e mandou-me deitar. Acatei a ordem.

Certa madrugada de adormecimento difícil, lá conseguimos derrotar o sono do rapaz, eis que ele começa a palrar. Meio a dormir, já deitado no meu lado da cama, solto um "já? Ai, f***-**!".

Tambem de madrugada, sempre essa abençoada, e depois de sessão de berraria, digo à esposa, "tenho de ir ao WC, preciso que o agarres". Tudo muito bem, mas o Mateus estava ao colo dela e não ao meu.

Num final de tarde, após ter passado a roupa do Mateus a ferro, comecei a adormecer para cima da tábua. A querer despachar-me para irmos dormir (às 21h!!), fui arrumar os bodies do rapagão cá de casa...na gaveta das meias da mãe. Só descobri onde está alguns dias mais tarde.

Por último, numa noite de fortes choros do Mateus, acordei sobressaltado e fui mudar-lhe a fralda. Tentei de tal forma apressar tudo que lhe vesti a parte de trás das calças virada para a frente.

Fico curioso para receber aqui histórias que tenham acontecido convosco.

 
14
Ago20

A parentalidade dá fome


João Silva

Parece uma forma de desculpar a minha gula e de justificar qualquer ingestão acéfala que tenho por hábito levar a cabo.
Ainda assim, não é por isso que trago este texto a exposição hoje.
Ser pai ou mãe é não ter regras, como todos os que o são sabem. Isso afeta a qualidade do sono.
Até aqui, nada de novo.
Como essa afetação, é o nosso sistema nervoso e de autorregulação que sofre.
Este processo vai depois ter fortes implicações na forma como o nosso hipocampo vai regular a nossa fome, o filtro do córtex central e o nosso sono.
Assim sendo, é bastante comum não se conseguir controlar aquilo que se come nem as horas a que se come. Não é gula, chama-se mecanismo de compensação e visa usar a comida como forma de equilibrar as perdas do corpo provocadas pela ausência de períodos mais prolongados e reparadores de sono.
A parte do córtex central foi aqui referida para vincar que o nosso humor e que a nossa capacidade de discernimento sofrem a bom sofrer.
No meu caso, notei muito mais dificuldade para controlar os meus impulsos alimentares. O problema já vinha de trás, mas agrsvou-se claramente com a chegada do Mateus e com tudo aquilo que isso implicou. Felizmente, não foi deixar de comer bem para comer mal, teve, sim a ver com a quantidade de comida ingerida, o que me obrigou a treinar mais para transformar energia em músculo ou, pelo menos, para não deixar que essa energia passasse a gordura pura.
A adaptação e a reinvenção de treinos também não foi nada benéfica a esse nível.
Não consegui dizer que não muitas vezes e perdi as estribeiras outras tantas.
Foi e está a ser um período de grandes desafios e mesmo muito complicado de lidar, mas sempre ouvi dizer que o que não nos mata nos torna mais fortes...quando se entra na parentalidade, o "fortes" também pode ganhar dimensão física.

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