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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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29
Mai21

A explicação do silêncio


João Silva

Já pertinho do final do mês, é hora de fechar finalmente o capítulo 50 km, até porque o corpo já trabalha a pensar numa próxima "brincadeira".

Como referi há dois dias, à exceção da Diana e do Mateus, masi ninguém sabia que ia correr 50 km no dia 24 de abril. Havia uma ou outra pessoa que tinha conhecimento dessas intenções mas que desconhecia se isso ia ou não para a frente.

Como sempre, fechei-me em copas e trabalhar para chegar onde cria.

Missão cumprida.

A explicação para este silêncio é muito fácil de dar: não gosto de dizer que vou fazer, gosto de dizer que fiz.

Eu não controlo o que vou fazer (ainda para mais, depois de ter sido pai), mas controlo o que já fiz.

E pronto, no fundo, trata-se de mostrar a minha presença mas com factos, com "obra", não com palavras. Sou um homem de línguas, adoro comunicar, mas, como já dizia o outro, "palavras leva-as o vento".

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27
Mai21

O agradecimento dos 50 km


João Silva

Como sempre, quando se chega ao fim de um desafio do género, é importante perceber que não fomos só nós.

Na verdade, o meu corpo executou a minha vontade, mas se não houvesse compreensão e apoio da família tudo teria sido muito mais difícil.

Assim, claramente, o meu genuíno obrigado aos meus dois amores, a Diana e o Mateus. Suportaram as minhas irritações e parvoíces (e inseguranças) e deram-me o ânimo de que precisava (como fazem sempre).

Embora a participação mais ativa tenha sido da Diana, o Mateus merece um enorme obrigado (e um beijinho repenicado), porque teve um comportamento exemplar. É que isto de ser pai tem destas coisas: a minha "missão" estava marcada, mas o rapaz podia ter outros planos e lá se iam as intenções. Apesar de ter passado por uma fase complicada naquele mês, o Mateus descansou bem e isso foi uma enorme ajuda para os papás.

E pronto, como mais ninguém sabia das minhas intenções, fica o enorme e sincero obrigado aos dois amores da minha vida.

Foi feito por um, mas foi e será sempre dos três.

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23
Mai21

Os 50 km em imagens


João Silva

Apesar de ainda faltar um ou outro aspeto desta missão de correr 50 km seguidos, é hora de mostrar o registo visual de alguns dias que antecederam a dita e do próprio dia, onde se vê bem a expressão de quem começa e o fantasma de quem chega ao fim de 50 km.

Havia muito mais fotos, mas ficaram tremidas porque foram tiradas a correr.

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21
Mai21

Os números dos 50 km


João Silva

Depois de ter partilhado a aventura que foi domar 50 km em estrada, venho agora partilhar os números desse desafio, onde podem ver o percurso e aspetos altitude ou ritmo. 

Fiquei genuinamente surpreendido por ter conseguido um ritmo dentro do habitual (esperava demorar muito mais). Essa foi a grande surpresa e penso que isso se ficou a dever aos abastecimentos.

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No fim de tudo, fica a sensação de que voltarei a repetir. Doeu imenso no período de recuperação, mas foi uma bela forma de superação.

Não sei explicar, mas isto transcende. 

19
Mai21

O dia dos 50 km


João Silva

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O dia de me lançar à estrada para quebrar o meu recorde de distância até então (era de 42,500 km) chegou. Foi no dia 24 de abril.

Uma espécie de antecipação da liberdade que a corrida me faz ter.

E, se não houvesse pandemia, provavelmente, estaria a correr a maratona em Aveiro.

De forma a ser bem claro, vou estruturar o relato em diferentes pontos:

Início

 O despertador soou às 3 horas e 30 minutos da manhã. Ou melhor: ele estava agendado para essa hora, mas alguma agitação noturna do Mateus e alguma ansiedade minha fizeram-me sair da cama uns 10 minutos mais cedo. 

Tempo de me aprontar, vestir o manto sagrado e de comer o pequeno almoço que antecede todos os meus treinos (iogurte natural magro com aveia, banana e café solúvel misturado). 

O percurso

Já tinha falado anteriormente no percurso que ia fazer. Na verdade, até já o tinha percorrido de forma faseada no fim de semana anterior. 

No entanto, a dureza excessiva que estava prevista para uma fase próxima dos 30 km ia rebentar por completo comigo. Após muito remoer e muito lutar, dei ouvidos à razão (à esposa, claro) e alterei o trajeto, contemplando mais subidas nas duas primeiras horas. 

Portanto, o percurso real teve estes contornos: Condeixa-a-Nova, GNR de Condeixa, pavilhão e piscinas municipais, Centro de Saúde de Condeixa, Alcabideque, Triplo Jota, Valada, Atadoa, Avessada, Rivolta, Orelhudo, Eira Pedrinha, Entrada de Condeixa, Arrifana, Ega, Campizes, Casével, Sebal, Venda da Luísa, Gorgulhão, IC2 entre Intermarché e Condeixa, casa. Foram estes os nomes das terras que me viram passar. 

Os abastecimentos

Como disse, tudo tinha de estar pensado ao pormenor. Fruto do que a corrida deu, tive de ir adaptando. Não serve de muito ser rígido neste aspeto. 

Sólidos: 2 bananas, 1 ao fim de 1h30 e outra já com 2h40. Porquê estes tempos? Não sendo uma bomba de açúcar com maltodextrinas ou dextroses, a banana demora a ser assimilada pelo corpo. Como durante a semana corro sempre 1h30, o corpo está "programado" para aguentar bem esse tempo. A segunda banana foi antes das 03h de corrida, precisamente para fazer efeito quando chegasse a essa fase, que é também o limite máximo habitual dos treinos de sábado e domingo. Devo dizer que foi perfeito. Não senti quebras significativas de rendimento. Muito pelo contrário. Uma dica importante: mastigar bem enquanto se corre para se absorver a banana mais rapidamente. 

Líquidos: água no depósito específico da mochila (tem mangueira para facilitar o processo durante a corrida). Do início até às 2h40 de corrida, ingeri pequenos goles de água a cada 30 minutos (aproximadamente). É importante manter o corpo hidratado sem o sobrecarregar (por causa das pontadas). Entre as 2h40 e as 3h40 de corrida, pequenos goles de água de 20 em 20 minutos. Como o corpo está mais cansado, precisa de água mais vezes. As perdas também são maiores, daí ser necessário ingerir mais. Das 3h40 às 04h00,  pequenos goles de 10 em 10 minutos pelas mesmas razões. A partir das 4h00, ingeri pequenos goles de 05 em 05 minutos. Foi fundamental. 

Evolução e sensações da corrida

Hora 1

Ritmo baixo, de adaptação, com sensações mistas. A cabeça dizia que talvez fosse noutro dia, mas o corpo dava ares de quem estava bem (dentro das condicionantes). Fase do percurso com mais subidas, mas tudo dentro de um ritmo baixo, para não me criar problemas logo desde início.

Hora 2

O tempo de tirar algumas fotos (tremidas). O ritmo já estava mais interessante, mas ainda sem exageros. Foi também a fase de fazer contas à evolução da corrida e de apanhar um susto valente, quando, junto ao sopé da serra, fui "encadeado" pelo frontal de outro corredor (maluco?) que por ali andava àquelas horas da madrugada.

Esta fase marcou também a passagem de transição por Condeixa e o acesso a Arrifana. A partir de aqui, entrei num percurso mais estável.

Hora 3

Hora de olhar para o relógio e de perceber os sinais do corpo. Tinha a sensação de que ia fazer menos do que as 5 horas previstas. Por outro lado, o corpo já dava sinais de fadiga e já havia dificuldade em oscilar rapidamente entre ritmos. Procurei uma passada confortável que me permitisse resolver uma pontada forte no lado direito (provavelmente, um ou outro gole de água mais "cheio"). Entrei numa zona do percurso que já metia terra batida, o que até ajudou na estabilização do ritmo. Foi aqui que passei a barreira dos 42 km.

Hora 4

Já com um novo recorde pessoal no corpo, contava quilómetro a quilómetro para chegar aos 50 finais. Não foi tanto por dores ou problermas físicos, foi pela emoção de estar a chegar onde queria. Sabia que já era difícil escapar. Ainda enfrentei uma pequena inclinação nos últimos três quilómetros, mas fi-lo a bom ritmo.

Veredito final

Como se pode perceber pelo discurso, consegui mesmo correr os 50 km. A missão foi cumprida e comprida, mas foi, uma vez mais, uma enorme prova de que é possível. De que dá, quando se quer muito (às vezes não é assim, bem sei). Já depois de ter terminado, enquanto estabilizava, caminhei e deixei que as dores viessem ter comigo. É sempre a pior parte. Ainda assim, foi algo que se superou com muitos e bons alongamentos (e rolo). 

Missão cumprida!

 

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17
Mai21

Abastecimento dos 50 km


João Silva

Esta questão é imensamente importante, ainda por cima, numa corrida de 50 km.

Sabia que não queria as gelatinas açucaradas da Decathlon. Ajudam, de facto, a manter o corpo longe da fadiga e a render um pouco mais. Mas já o disse aqui e recuso-me a recorrer a coisas com açúcar puro.

Portanto, recorri a um alimento muito prático e completo: a banana.

Como a distância tinha muitas coisas para me "entreter", decidi levar três "exemplares" (na verdade, queria levar apenas duas, mas a Diana fez-me ver as coisas em condições e reconsiderei).

A juntar a tudo isto, levei 750 ml de água.

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Apesar de ser de madrugada, há uma grande necessidade de repor os líquidos perdidos.

A ideia inicial era ingerir líquido a cada 40 minutos e sólido a cada 1h30.

 

15
Mai21

A companhia nos 50 km


João Silva

Nesta missão, não podia fazer diferente do resto dos treinos e tive de pensar em tudo ao pormenor.

Uma das coisas que procurei ter comigo foi a companhia sonora.

Já corri com música, sem som de fundo e agora corro com podcasts há mais de ano e meio, porque é a minha forma de ter "contacto" com o mundo, de refletir e de ficar bem-disposto. É também o momento certo para treinar a compreensão das outras línguas que falo (alemão, francês e inglês).

Por isso, para esta empreitada de algumas horas, tinha mesmonde escolher a dedo o que ia ouvir.

Como podem ver na imagem, centrei-me no humor e nos podcasts de entretenimento em português e um ou outro em alemão e francês.

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Partilho algum programa convosco? 

12
Mai21

O equipamento dos 50 km


João Silva

Recorri ao arsenal do costume e ainda acrescentei elementos essenciais para o desempenho. 

De seguida, apresento imagens de todo o arsenal que me acompanhou na hora de tentar ultrapassar esta missão (com direito a fotos da Diana e à ação do Mateus):

O "cofre" de todos os objetos que ajudaram na missão

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Frontal de "guerra" 

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Frontal "para míopes" 

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Depósito de 1l para água

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Bolsa impermeável (e "destruída") para o telemóvel 

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Argola refletora para o braço

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Dínamo "manual" intermitente para o braço 

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Sinal intermitente para os calções (a pilhas) 

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Relógio GPS Onmove

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Frontal intermédio de 25 m para a nuca

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Levei ainda lenços se papel, perneiras de compressão Kalenji, meias, sapatilhas e calções kalenji e o manto sagrado, ou seja, a camisola da ARCD Venda da Luísa). 

 

11
Mai21

O percurso dos 50 km


João Silva

Com a data já definida (24 de abril), era tempo de estabelecer um trajeto.

Já conheço muitos locais por aqui. De uma ponta à outra do concelho. 

Como não previa ainda estender o desafio a outros distritos, centrei-me em algo que ligasse Condeixa. 

Não me preocupei em retirar dificuldade, procurei isso sim ajustar tudo à hora da partida. Ia arrancar por volta das 04h30, madrugada pura. Localidades em serra pura eram algo a evitar pela falta de luz. 

Nos fins de semana que antecederam a "missão", andei a testar a "luz" das diferentes zonas. 

Fica aqui uma lista das localidades onde passei. Há nomes engraçados:

Condeixa-a-Nova 

Avessada

Alcabideque 

Valada

Rivolta

Orelhudo

Eira Pedrinha

Condeixa-a-Velha

Arrifana

Ega

São Fipo

Barreira 

Anobra

Venda da Luísa 

Sebal

Quinta do Cangalho

Condeixa-a-Nova 

Este era o inicialmente previsto mas terei feito assim ou será que adaptei? 

 

07
Mai21

O programa dos 50


João Silva

Era suposto o programa de treinos ser mais disciplinado e rigoroso para esta empreitada.

Tinha previsto fazer sessões semanais de treino puro de velocidade para aumentar a minha Vma (velocidade máxima aeróbica). O objetivo era ganhar mais ritmo e maior capacidade de "explosão" na hora de oscilar entre ritmos.

A verdade é que não tinha frescura física para isso.

As minhas pernas quase que ficaram perras em janeiro por causa do excesso de treino e do muito gelo. Não conseguia mudar de velocidade e chegava ao fim dos treinos vazio.

Foi um processo longo e duro de aceitar. Aquilo não era o normal, mas era normal por causa dos meus excessos em termos de treinos.

Ora bem, não ia fazer os 50 km com um ritmo alto, ia tentar fazê-los com uma velocidade mais normal.

Aos poucos lá aceitei tudo.

E passei a fazer apenas uma sessão semanal de mudanças de velocidade. Os chamados fartleks.

A forma começou a voltar.

Não estava onde queria, mas já sentia a confiança a voltar.

Entretanto, estávamos a meio de março e começava a acreditar que era possível.

O plano foi do mais básico possível, mas menos é mais. 

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