Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje estou na segurança de meias maratonas e maratonas. Além disso, sou pai de um menino e sou um apaixonado pela mente humana. Aqui e ali também gosto de cozinhar. Falo sobre tudo isso aqui.

Em 2016 era obeso, hoje estou na segurança de meias maratonas e maratonas. Além disso, sou pai de um menino e sou um apaixonado pela mente humana. Aqui e ali também gosto de cozinhar. Falo sobre tudo isso aqui.

O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Redes sociais

Palmarés da minha vida

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Redes sociais

Baú de corridas no blogue

Em destaque no SAPO Blogs
pub
31
Ago22

Uma espécie de saudade (ciclismo)


João Silva

Screenshot_2021-08-12-15-58-12-230_com.runtastic.a

É sabido que adoro ciclismo. Esta altura do ano é muito pródiga em grandes provas desta modalidade fabulosa. 

Talvez por isso, tenha batido aquela saudade de uma altura, há mais de três anos, em que cumpri um sonho que tinha: um vizinho sabia que tinha uma grande vontade de experimentar uma bicicleta de ciclismo de estrada (ao jeito das profissionais) e teve a gentileza de me emprestar a sua.

Foram apenas três sessões, mas deu para explorar o espaço à minha volta. 

Ao ponto de pegar na bicicleta e de me lançar ao desconhecido que era a estrada até às Lousã. Ainda hoje me lembro do quão adorei e rejubilei por andar naquela terra "meio perdido" (eu tinha um objetivo, mas acabei por ter de fazer alguns desvios para lá chegar). 

Lembro-me da sensação fantástica ao descer e ao subir a enorme inclinação de uma parte da estrada N342. O perigo que foi! Poucos imaginam o quão problemática pode ser uma guinada ao de leve num "bicho" daqueles.

Financeiramente, não me era nem é viável comprar uma bicicleta destas. Fica a memória deliciosa e a paixão por este desporto. Isso e a vontade de ver. Sim, eu sou daquele grupo de doidos que ficam colados ao ecrã a ver etapa após etapa da Volta a França. Assim os comentadores ajudem com boas conversas.

04
Nov20

Passaram dois anos e a primeira continua a ser a mais especial


João Silva

Numa altura em que já teria feito a quarta maratona oficial, caso não houvesse pandemia, importa recordar aquele dia em que passei a ser um maratonista oficial. 

Foi a 4 de novembro de 2018 no Porto. 

O tempo foi bom (3h33m), mas foi tudo o resto que me encantou: começou pelo companheirismo na viagem com o Zé Carlos, a Sara, o Paulo e a minha querida esposa Diana (claro que ela não poderia faltar num dia tão especial). 

A semana anterior à prova com algum nervosismo natural e direito a deitar bem perto das 21 h para ter o corpo num brinquinho. 

Viagem a partir de Condeixa com o Zé Carlos ao leme, tudo isto, por volta das 6 horas da manhã. 

Muitas histórias, muita animação, tudo novidade. Alguma ansiedade, mas dentro de mim crescia a sensação de que poderia acabar a prova e fazer um bom tempo. 

Chuva, muita chuva, logo desde o início, para nos bafejar na chegada ao Porto. 

Ansiedade, coração a palpitar, olhos esbugalhados a querer absorver tudo, uma criança aos saltos por dentro. 

Arranca a prova, a Diana ficou à nossa espera debaixo de tremendas chuvadas, pensamento nela, foco e prazer. Foi puro prazer o que senti nas ruas daquelas duas cidades (Porto e Gaia). Senti-me em casa, eu que adoro aquelas duas terras e que já lá tinha passado algum tempo durante a universidade. 

Uma comunhão sem igual com o público, os incentivos sempre que via o Zé Carlos e a Sara durante o percurso e explosão emocional à chegada. 

Chorei tanto, mas tanto, que as minhas lágrimas se confundiram com a chuva. 

Um dia feliz para mim. O dia do meu renascimento como homem e em que percebi que tudo o que estava para trás tinha valido a pena. Tantas horas de treino para aquilo, uma das minhas maiores proezas como ser humano.

Pouco para muitos, imenso para mim.

IMG_20181104_123954.jpg

IMG_20181104_081836.jpg

IMG_20181104_075847.jpg

IMG_20181104_144257.jpg

IMG_20181104_081427.jpg

 

 

 

21
Set19

Dores "esquecidas", dores "(re)aparecidas"


João Silva

IMG_20190525_084059.jpg

O ser humano é tramado! Quando estamos em dificuldades, revelamos "humildade", dizemos coisas como "não volto a fazer aquilo", "agora vai ser diferente" ou "aprendi a lição".

Talvez sirva como forma de baixar as expetativas. Talvez isso ajude, não duvido disso e sei que é a mais pura verdade.

Ainda assim, tiramos o tempo necessário, fazemos quase um reiniciar da máquina e seguimos o nosso caminho.

Daí a um tempo, o jogo muda, as mudanças foram bem assimiladas e, aparentemente, está tudo diferente. Só que não é bem assim. 

Talvez por não sentirmos a "respiração" do que nos fez mal, achamos que está tudo bem e eis que voltamos aos mesmos erros ou parecidos. Não é exatamente assim e não é sempre desta forma, mas apercebi-me bem disso no decurso dos últimos meses. Onde? Em aspetos tão simples como a ansiedade.

Durante os primeiros dois anos de treinos e provas, nas vésperas de longões ou de competições que me despertavam mais interesses, tinha problemas em dormir. Acordava muitas vezes, pensava muito no que ia acontecer e projetava cenários. Tem um lado benéfico, não questiono isso, mas tornava-se difícil de gerir e de suportar. Lembro-me perfeitamente do primeiro treino em que fiz 30 km. Que noite terrível, tão pouco descanso. Hoje, volvidos todos estes meses, continuo a respeitar a distância, mas aprendi a lidar com isso, tornou-se "normal".

No fim dos dois primeiros anos, os resultados começaram a piorar e precisei, a bem da minha sanidade mental, de baixar as expetativas e de aprender a treinar e a "competir" pelo prazer. Não é coincidência o facto de ter passado a dormir melhor. Aceitei a realidade e isso foi essencial para o que se seguiu: consegui trabalhar em "surdina", adaptei e mudei o que achei necessário e, sem dar muito conta disso, comecei a subir de forma. 

E o que significa isso? Tão só o facto de voltar a ganhar um certo burburinho antes de treinos mais importantes e duros, o facto de "acusar" alguma responsabilidade e de voltar a encarar as sessões com maior seriedade. 

Temos memória curta, só pode ser isso. 

Faço o que faço por gosto, porque é uma paixão, não por obsessão, obrigação ou pelos resultados, mas confesso sem problemas que o facto de ter regressado do "inferno" me deixa entusiasmado com o que aí vem, quero tanto desfrutar da evolução que tive e da forma como lidei com o "problema" que depois deixo isso resvalar para a responsabilidade.

Curioso ainda o facto de se perceber claramente o efeito de expetativas elevadas e baixas nas diferentes fases do desempenho desportivo. Moral da história: a pressão e as expetativas desmedidas podem ser um fardo em vez de um auxílio, mas isso também acaba por depender muito de cada um.

Redes sociais

Palmarés da minha vida

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Redes sociais

Baú de corridas no blogue

Em destaque no SAPO Blogs
pub