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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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27
Abr24

Como assim? Isso é que é um longo?


João Silva

Menos é mais. Máxima de ouro em tudo, mais ainda no que toca à progressão no atletismo. 

Não se corre mais rápido por se correr muitos quilómetro. Fazer muitos treinos de longas distâncias tem um propósito: aumentar a resistência e ajudar na economia de corrida. Contudo, também chega uma altura em se torna problemático pelo stress que causa no corpo e pelo cansaço que acumula.

Sempre gostei de correr muito. Por isso, optei por colocar os meus treinos longos ao fim de semana. Duas horas era o mínimo. Não o fazia só pela parte da paixão, também achava que precisava disso para comer mais (não para comer porcarias), porque sabia que estava tudo "abrangido" pelo treino.

Há relativamente pouco tempo descobri que o mestre da atualidade das maratonas, Eliud Kipchoge, faz apenas um treino longo por semana e essa sessão não passa das duas horas. Leram bem. Duas horas!

Podem confirmar no vídeo o que vos digo:

E quando vejo isto, apesar do treino longo dele ser feito a um ritmo de 3 minutos e 40 segundos na primeira hora e a 3 minutos e 7 segundos na segunda hora, penso no ridículo que fui/sou. 

Obviamente que não me posso comparar. Eu sei que jamais atingirei aqueles ritmos, mas o que posso esperar de fases em que corro duas horas todos os dias durante meses (aconteceu há mais de dois anos) ou de períodos de treino em que tenho duas sessões de velocidade na semana e depois carrego com dois longos seguidos de 2 horas e 2 horas e 30 minutos? 

Nunca me admirei dos problemas físicos que tinha ocasionalmente depois de cargas destas. Muito aguentou o corpo. Em quase sete anos de corridas, tive apenas uma lesão que me deixou k.o.. Mas tive muitos períodos de problemas de forma. Porque nunca ajustei a minha paixão às necessidades do meu corpo. O mestre queniano prova mais uma vez que menos é sempre mais.

 

07
Dez22

Falta-me o bigode e a fita no cabelo


João Silva

E também faço muitos treinos em subidas.

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Não enfrento resistências da família e não tomo quaisquer substâncias. Ah e não tenho 35 anos. 

De resto, não anda muito longe. 

Já agora, abomino correr de cavas e os meus calções são lisos, não parecem um papagaio. 

Conhecem alguém que encaixe neste perfil? 

 

14
Out22

O foco: a fazer campeões desde 1988


João Silva

Belo ano. Mas, naturalmente, não tem nada a ver comigo.

Portugal conheceu a sua primeira maratonista campeã em 1988. 

Claro, a magistral Rosa Mota.

O que poucos saberão é que esta portuguesa franzina começou esta vitória em 1984, quando foi medalha de bronze também na maratona.

Sim, durante quatro anos, ela não pensou em mais nada. Era aquilo e nada mais do que aquilo. 

Quatro anos é muito tempo para se viver com uma meta destas no pensamento.

Como é que ela conseguiu?

O ideal é ou ouvi-la na primeira pessoa, pois é uma mais-valia que qualquer um pode usar para se preparar para uma dada prova.

Por motivos de direitos de autor, o vídeo em causa só pode ser reproduzido no canal oficial de YouTube dos Jogos Olímpicos:

 

https://youtu.be/mrG2--oaANk

 

 

10
Nov21

Em águas de bacalhau

(O ponto em que tudo ficou)


João Silva

Li, informei-me, ouvi e vi. Mudei o plano. Criei um plano à minha medida para tentar fazer 3h15 na maratona do Porto em novembro.

Comecei na primeira semana de julho. Foram nove semanas de treino intenso até me ter lesionado com alguma seriedade. Foram dois ciclos de quatro semanas vocacionadas para o aumento da velocidade, da economia de corrida, para a melhoria da passada, da postura do corpo e da respiração. 

Entre estes dois períodos de quatro semanas intensas houve uma semana de treino de recuperação, de baixa intensidade. Como era suposto. A um dia de acabar o segundo ciclo, que foi mais duro, senti um desconforto, consegui acabar o treino longo e tive de ir para o estaleiro durante praticamente dois meses.

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Os meus sonhos para novembro caíram verdadeiramente por terra. A prioridade passou a ser perceber qual o problema físico, resolvê-lo e conseguir voltar a correr. E isso precisou e tem precisado de muito tempo.

Tendo recomeçado a corrida gradual a menos de duas semanas, ficava difícil retomar o ciclo na sua terceira fase, que era ainda mais intenso. Ia mandar-me novamente para o estaleiro. Cada vez tenho menos dúvidas disso.

Essa terceira fase terá de ficar para outras núpcias. Assim espero. Assim quero. Com os devidos ajustes.

Em termos concretos, de forma "sucinta", aconteceu o seguinte desde a primeira semana de julho até à primeira de setembro:

4 semanas - por semana, 1 treino de fartleks Watson (4' minutos em ritmo alto e 1' minuto em ritmo baixo, 8 repetições por sessão), 1 treino de VMA (fracionado de velocidade máxima, 10 repetições de 2 minutos em ritmo máximo e 2 minutos de recuperação a trote), 2 treinos longos acima de duas horas (um deles com 2h30). Os restantes dias foram ao ritmo mais baixo possível para recuperação.

 

Semana de recuperação apenas com um treino longo a ritmo baixo e com 10 repetições de VMA a 1'/1'.

 

Segundo ciclo de 4 semanas - por semana, fartleks Watson (8 repetições de 5'+1').

VMA - 12 repetições de 2'/2'.

2 treinos longos ao fim de semana: um com 2h15 e o outro com 2h45.

Em termos musculares: oito semanas com 10' por dia que foram alternando ao fim de sete dias, com valorização de abdominais, equilíbrio, postura, glúteos e pranchas.

A tudo isto juntei sessões diárias de 7 minutos de rolo muscular para recuperação.

Ficou a faltar o descanso efetivo. Foi esse o problema.

22
Dez19

Assim corri as maratonas em 2019


João Silva

Nada melhor do que analisar a performance deste vosso caríssimo em 2019 do que falar nas provas que lhe dão um sorriso de orelha a orelha: os 42 km, as maratonas.

Cedo pecebi que são o meu elemento de trabalho e que são a minha plataforma de aperfeiçoamento e melhoria de treino.

Além disso, cheguei também à conclusão de que estou melhor na segunda metade do ano do que na primeira. Este ano deu-me essa prova e não me permitiu refutar a ideia. O volume de treinos foi muito superior, mas as técnicas, os exercícios e as metodologias de trabalho também foram distintas...para melhor. Contudo, apesar de ter sido assim, não posso deixar de considerar que a maratona de abril foi o elemento que me catapultou para uma subida de rendimento no segundo semestre.

MARATONA DE AVEIRO - ABRIL 2019

Primeira edição e logo numa data muito especial e numa cidade que me falou muito ao coração. O desempenho não foi esplêndido, embora tenha terminado abaixo das 4h (3h49'26''). Não posso dizer que a gestão tenha sido má para enfrentar a dureza do calor, do percurso e da distância, mas, olhando agora em retrospetiva, percebo que não estava num pico de forma, que cometi erros em treinos, mas também com a alimentação. É uma experiência a repetir no futuro, porque me permitirá trabalhar tão metodicamente como o fiz para a prova de novembro. Por questões familiares, em 2020 não poderei ir. Terei uma prova muito mais dura e imprevisível pela frente. Mas voltarei no futuro.

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MARATONA DO PORTO - NOVEMBRO 2019

Não sei explicar, mas acho que se deve ao ambiente e à cidade o facto de considerar esta a minha prova de eleição. Sinto-me verdadeiramente feliz por ir lá correr, por beber todo aquele apoio. É uma prova mágica e tê-la como objetivo faz-me trabalhar muito bem para obter um excelente resultado. Foi, até ao momento, a prestação de uma vida por tudo o que melhorei num só ano e por, mais uma vez, ter percebido que a solução estava dentro de mim, mesmo tendo de reccorer ao exemplo de outros atletas melhores do que eu. Quando deixei de me focar tanto nos lados e comecei a olhar mais para a frente, o desbloqueio aconteceu naturalmente. Acabei a prova com 11 minutos a menos face a 2018: 3h21m58s em 2019!! Fiquei genuinamente orgulhoso e com a certeza de que trabalhei muito bem. Objetivo para 2020: abaixo das 3h20m...quem sabe se dá para as 3h15m?!

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Esta foto foi cortesia da página "Objetiva em movimento".

24
Mai19

Quando o sonho ganha forma...


João Silva

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Ao longo das últimas semanas fui desvendando o véu, mas agora já se pode ver mesmo e adquirir o "rebento".

Algo com que sempre sonhei ganhou forma e já se encontra disponível na maioria das livrarias online, incluindo as internacionais.

Trata-se do livro "O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista".

Este livro foi pensado e estruturado durante os treinos "longões" de preparação para a maratona da Europa em Aveiro.

No fundo, versa sobre todos os pontos importantes da preparação desde o treino específico às distâncias percorridas, sem esquecer a relevância da alimentação e dos abastecimentos nem os aspetos psicológicos associados como a depressão.

Poderão encontrá-lo aqui, aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui.

Fico bastante feliz se sentir e souber que pode ter contribuído para a evolução de algum de vós.

 

 

27
Abr19

Levem-me ao colo, cagaréus!


João Silva

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Façam-me esse favor!

Amanhã regresso a "casa", ainda que por umas breves horas. É na fantástica cidade de Aveiro que vou correr a minha segunda maratona.

Nem me sentiria bem comigo, se não fosse lá rever velhos conhecidos e percorrer as estradas e ruas da cidade que me acolheu em 2007. É uma cidade cuja história se mistura com a minha. Fui tão feliz naquele espaço. Naturalmente, como não podia deixar de ser, também houve momentos maus, mas os bons fazem a balança pender claramente para uma avaliação positiva.

Foi lá que me formei em tradução, que trabalhei e estudei em simultâneo, que estive sete anos numa empresa, que fiz bons amigos e que conheci a mulher da minha vida, com quem casei (também naquele espaço).

Foram quase dez anos, ou seja, perto de um terço de tudo o que sou hoje. Quando deixei o distrito de Coimbra, de onde sou natural, foi ali que encontrei o meu porto de abrigo.

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E é por isso que regressar agora representa um "mundo" para mim. É como se fosse mostrar o desportista em que me tornei.

Por essa razão, "peço" e espero que o apoio vindo do público seja avassalador. Quero sentir uma simbiose como a que vivenciei no Porto, em novembro. Quero poder fechar os olhos e ter a sensação de que as "gentes" dali, os cagaréus, me levam ao colo até à meta, que vão ser responsáveis por acrescentar mais uma maratona ao meu "palmarés".

Como já tive oportunidade de o referir aqui, o meu grande objetivo é mesmo terminar a prova. Para que tal suceda, é importante, diria mesmo essencial, sentir o carinho daquela terra, que também já foi mim e cuja essência trago em mim.

Desde já e sem saber como será, muito obrigado pelos vossos incentivos.

A julgar pelo calor humano em Ílhavo no passado dia 07 deste mês, diria que vocês serão fantásticos.

Amanhã darei conta, de forma resumida, da prova. A partir de segunda-feira, tratarei de fazer os devidos relatórios.

Até lá, ajudem-me cagaréus! 

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