Batoteira, fura-filas ou algo que o valha
João Silva
Depois da época natalícia, corremos a passos largos para mais um virar de ano.
Nesta época em que estamos mais propícios às recordações, trago-vos uma história insólita que data da minha última maratona, no passado dia 03 de novembro no Porto.
Ao quilómetro 37, seguia eu de sorriso estampado no rosto quando ultrapassei alguns atletas em maior dificuldade.
Como forma de incentivo, soltei um "vamos lá, está quase" e um "para quem já fez 37 km, o que são 5?".
Perante esta minha observação, uma atleta vira-se e diz-me o seguinte: "para mim são menos que só comecei aos 17".
Não parei, porque não me perdoaria, mas fiquei incrédulo perante aquela desfaçatez.
E porque digo isto?
Porque a senhora tinha dorsal de maratona, logo estava a participar no evento e não era uma "mera corredora" de domingo e porque é mais comum do que se pensa haver batota nestas provas, algo que me ultrapassa.
O que se pode ganhar com isso?
E pior: que benefício para quem o faz? É uma espécie de autoengano.
Além disso, parece-me de uma tremenda injustiça dizer-se que se cruzou uma meta numa prova dessas após fazer uma estupidez do género.
Já vos chegaram aos ouvidos histórias de batota no desporto?
Convido-vos a partilhá-las aqui.