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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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20
Jan21

Explique lá isso melhor


João Silva

"Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols" - vendo assim, isto diz-vos alguma coisa?

E se vos disser que os termos expostos acima resultam no acrónimo FODMAP? Se calhar, já vos é mais familiar. 

Pois bem, antes mais, explico-vos o significado do dito: "oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis". 

Porque falo nisto e porque trago este texto para aqui? Porque se trata de um aspeto que afeta cada vez mais pessoas e que pode ajudar a explicar indisposições durante provas e treinos com coisas tão agradáveis como cólicas. 

Desde logo, tem implicações intestinais, onde, como já se tornou chavão no mundo científico, se encontra o nosso segundo cérebro. 

Com efeito, são alimentos, mais concretamente hidratos de carbono de cadeia curta, ou seja, de absorção supostamente rápida que não são devidamente absorvidos pelo intestino delgado, descendo nessa forma ao intestino grosso, onde, em contacto com o nosso microbioma, fermentam. Este processo de fermentação é tão indesejado que, apesar de alimentar a nossa flora intestinal, pode provocar muitas cólicas, dores infindáveis, flatulência, inchaço e distensão abdominal. A cereja no topo do bolo (nem a propósito) é que pode estar na origem da síndrome do intestino irritável. 

Antes que alguns possam começar a pensar "eu bem sabia que o glúten fazia mal", vejam esta lista de alimentos: https://www.tuasaude.com/dieta-fodmap-para-sindrome-do-intestino-irritavel/amp/

É uma chatice não é? É que coisas como maçãs, peras, melancia, feijão verde ou lentilhas também são considerados FODMAP. Portanto, é muito mais comum do que se pensa e, em condições normais, o nosso organismo processaria o glúten, a lactose e a frutos e sem problemas. Aliás, na verdade, nós precisamos de tudo isso para garantir uma boa flora intestinal. 

Dito isto, importa ainda dizer que um dos tratamentos mais comuns passa, após consulta de médicos e nutricionistas, pela ausência absoluta de todos aqueles alimentos que viram na lista durante um período médio de 6 semanas. A lógica passa por fazer extinguir os sintomas. E deixamos de os comer para sempre? Nada disso. O recomendado é introduzir, gradual e individualmente, os alimentos para que se possa perceber qual ou quais o(s) responsável(eis) pela inflamação intestinal. Portanto, trata-se de uma dieta temporária e que deve ser seguida com um propósito de saúde e por especialistas. 

Não vão em cantigas nem naqueles embaixadores da demonização do glúten ou da lactose. Nós precisamos deles, em equilíbrio claro. 

Não caiam em esparrelas como ter iogurtes naturais magros (marca Continente) com a menção "não contém glúten". Pois não. Sabem porquê? Porque o glúten não está presente nos iogurtes, só em alguns cereais. 

Para finalizar, retomando a questão da corrida, nós precisamos de hidratos de carbono de cadeia curta (também de média e longa) porque são eles que levam a glicose aos músculos. E a glicose, meus caros, é o combustível dos músculos. Ah, e não se esqueçam de que é a glicose que vai dar origem ao glicogénio, reserva número de energia, por exemplo, para aguentar provas longas. Além disso, o cérebro é um músculo, o que significa que também não vai funcionar bem sem hidratos simples.

Naturalmente, quem sofre com FODMAP e precisa de restringir os hidratos de cadeia curta fica mais limitado em termos de produção de energia. A esse nível, por exemplo no ciclismo, já se adota outra dieta muito específica e que também é usada no combate à diabetes. Falo da dieta cetogénica. Escreverei sobre o tema num futuro muito próximo. 

Screenshot_20201002_091519_com.android.chrome.jpg

Imagem retirada de https://nutritotal.com.br/pro/o-que-significa-fodmap/amp/

 

 

06
Abr19

O "segredo" está no dossier...


João Silva

Estão a ver os diários à moda antiga?

E aquelas pessoas que escrevinham tudo o que fazem, o que querem fazer e que acumulam a informação por considerarem que se trata de um bem precioso?

Pois bem, fui apanhado! 

Sou mesmo assim.

Apesar do aparente desperdício de papel, o que é de lamentar, sinto uma necessidade febril de ter suporte físico de tudo o que faço e que avalio como relevante.

Lembro-me de fazer planos de estudo detalhados com horas e dias durante a minha adolescência.

É uma das minhas imagens de marca. No fundo, trata-se de um registo da minha vida, como se fosse uma prova da minha existência para quando não estiver presente.

Com efeito, é dessa forma que trato meu belo dossier cinzento, um "pedaço de matéria" que a minha esposa me deu por já não utilizar.

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Tudo serve!

E o que contém este dossier "secreto", conseguem adivinhar?

Ora vamos lá deixar aqui umas pistas antes de "abrir a caixa de Pandora":

 

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Pois é isso mesmo! Este "pequeno" calhamaço é a minha Bíblia. 

Juntei toda a informação que pude de tipologias de treino, de características de calçado, de possíveis exercícios de reforço muscular para corredores, de exercícios de ioga, de alongamentos, de inscrições em provas e de diplomas de participação.

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Além disso, criei também a minha própria informação.

A saber: defini planos dirários de trabalho de reforço muscular. É tão ou mais importante do que o próprio treino de corrida.

Passei a registar cada treino ao pormenor: trajeto, tipo de problemas que sinto e características do treino de corrida e de força, duração, calorias estimadas pela aplicação e data da realização dos treinos.

Como este último volume de informação é muito permutável, optei por não imprimir. Tenho-o sempre atualizado nos meus suportes digitais. 

Screenshot 2019-04-05 17.20.39.png

Screenshot 2019-04-05 17.21.42.png

É uma espécie de tarefa diária adicional ao exercício físico.

É a "caixa" do João.

E a informação é um bem tão precioso...

O que vos parece? Também fazem registo dos vossos treinos? E têm por hábito apontar eventuais lesões que surjam?

Digam de vossa justiça...

 

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