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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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26
Dez22

O “Ta Tin Ta” ganhou vida


João Silva

Há um ano, escrevi o meu conto de Natal. Inspirado no meu filho. Graças à bravura de bons escritores, não me canso de o dizer, a minha imaginação ganhou vida. E passou para livro. Como nem todos o conseguirão adquirir, penso eu, volto a partilhar convosco a minha obra de Natal.

Espero que vos deixe tão felizes como fiquei no momento em que criei esta história.

Porque o Natal existe sempre, basta querermos encontrá-lo.

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Abri a porta e lá estava ele...

- Já cá estás, avô? - perguntou-me com a admiração de quem não sabe que horas são e com a articulação possível numa criança de quase cinco anos.

- Hoje vim mais cedo. O corpo já não aguenta tanto tempo a correr - respondi, enquanto tirava o gorro de natal e a gravata decorativa.

- Andas sempre com isso, avô? - quis saber, enquanto se apoderava dos meus acessórios encharcados e do meu frontal. Já sabia ligar a luz... há tanto tempo.

- Queres saber a história da gravata e do gorro, Pedro?

Ainda sem saber a resposta dele, sentei-me no tapete já com uma roupa quentinha e cruzei as pernas.
Depois de fazer a dança do velhinho, como lhe chamava a avó, o Pedro saltou para o meu colo e disse "sim", sem nunca tirar os olhos da gravata e do gorro.

Já bem aconchegados, comecei:

Então olha, o "Ta tin ta" teve duas vidas: uma antes da chegada do filho dele, o Mateus, e outra depois. Foi pouco antes de o filho chegar que se apaixonou pelo Natal e foi já com os primeiros passos e sorrisos do pequenote que percebeu a magia...

Antes disso, o "Ta tin ta" não ligava muito à época nem era muito fã de decorações natalícias. Os natais da sua infância não tinham sido felizes. Não se lembrava de nenhum em que não tivesse havido confusão: ora o pai discutia com a mãe e acabava a dormir no chão de casa dos avós maternos, ora o pai metia-se em pancadaria no café da vila e ia para o hospital com a clavícula partida, ora o pai não controlava os ciúmes e acabava a discutir com o cunhado, padrinho do "Ta tin ta. Quando não era isso a arruinar aquela época, era o padrinho que discutia com a tia, eram os pais que não tinham dinheiro para lhe comprar uma prenda no Natal. Já adulto e dono e senhor da sua vida, o "Ta tin ta" não tinha motivos para gostar do Natal. Passava-os a trabalhar num hipermercado. As pessoas eram mal educadas e tratavam-no mal. Chamavam-lhe nomes feios e não lhe davam descanso. Apareciam quando a loja estava a fechar...

- Já que não querem sair daí, tomem lá... - disse a avó do Pedro que chegara ali sem que nos tivéssemos apercebido. Ela sabia que não íamos arredar pé enquanto não terminasse a história do "Ta tin ta", até porque ela própria gostava da tradição associada ao jovem rapaz.
Ainda antes de seguir viagem para o quente da lareira da sala e para a companhia do nosso filho e da nossa nora, entregou uma fatia de pão caseiro com manteiga ao Pedro e, estendendo a outra mão, ofereceu-me o meu estimado chá verde bem quentinho...

Tentei seguir o fio da história, mas a memória já me pregava muitas partidas...
- Ainda te lembras onde é que o avô ia? - perguntei ao Pedro sempre com a intenção de disfarçar o meu tom preocupado. Aquele esquecimento poderia ser bem mais do que isso

- Estavas a dizer que o "Ta tin ta" não gostava do Natal...
- Boa, era isso mesmo, agradeci, bem aliviado. O garoto estava atento.
Prossegui, procurando não me perder novamente...

Mais tarde, o "Ta tin ta" conheceu uma menina, a Diana, que gostava muito do Natal com os seus pais, as suas irmãs e sobrinhas.
Só que aquela alegria e felicidade genuínas não passavam para o "Ta tin ta". Nem mesmo nas tardes de Natal em que essa família se reunia para trocar presentes e histórias. Havia sempre algo que faltava. Sentia-se sempre sozinho, como se não tivesse direito a partilhar aquela sensação de amor e paz.

Uma vez mais, de vez em quando, lá havia Natal com os pais do "Ta tin ta" e lá voltava a aparecer a discussão. Era uma confusão e era tudo muito triste... Mas as coisas mudam...

Sem se aperceber, o "Ta tin ta" começou a correr para perder peso, porque era muito gordo e não gostava.
E começou perto do Natal.

No sítio onde agora vivia, era tudo diferente. No Natal, havia luzes, tantas, espalhadas por toda a vila... eram tantas casas coloridas, algumas com Pais Natal, outras com presentes. Umas reluziam a verde, outras a azul e ainda havia o vermelho e o dourado.

Parecia que o "Ta tin ta" tinha chegado ao reino encantado do Natal. Na verdade, tinha começado ali a segunda vida dele.
Passou a gostar do Natal.
Mas, mesmo assim, não percebia o sentido. Não acreditava em nenhum deus e não partilhava de nenhuma fé.

A única fé do "Ta tin ta" era a corrida. Assim que punha os pés na estrada, era muito mais feliz, estava sempre a sentir-se preenchido.

Mais tarde, teve hipótese de correr numa corrida que acontecia todos os anos no Natal. As pessoas deram-lhe o nome de São Silvestre.
Era uma magia que não se explicava. Sentia-se feliz no meio daquelas pessoas, eram tantas. E tão felizes naquelas noites. E as ruas?! Eram o melhor. A cor, a vida, a felicidade que davam quando ele passava...

Aos poucos, o "Ta tin ta" sentia que havia algo de especial na corrida e nem mesmo um bicho com um nome esquisito lhe roubou isso.

Quando o seu filho, o Mateus, nasceu...

- Mateus?, quis saber o Pedro ao sentir que era o mesmo nome do seu pai...
- Sim, Mateus, muito bem - respondi, meio atrapalhado e com pressa de acabar a história para não me perder...
A custo, lá retomei...

... O "Ta tin ta" percebeu o que era a magia do Natal quando viu o seu pequeno a sorrir para as luzes e a fazer uma grande festa quando via árvores de Natal nas janelas do prédio da frente.

Nesse momento, o "Ta tin ta" soube que o seu propósito no Natal era correr por toda a vila e acenar aos meninos para lhes levar o espírito natalício.

Criou assim uma tradição. Pegou numa gravata de Natal comprada na loja dos chineses e num gorro de Natal, que sobreviveu aos tempos no hipermercado em que trabalhou, e saiu para correr. Fazia-o sempre de madrugada.

No início era só ele na rua, rodeado por casas, envolvido por árvores e torturado pelo frio. Nada de novo, portanto. Até que, com o passar dos anos, começaram a aparecer os primeiros meninos e meninas à varanda. Já sabiam que ele lá iria passar.

O "Ta tin ta" não levava prendas, levava acenos de mão e sorrisos para todos. Passava pelas vielas muito decoradas e abria os braços para mandar xi-corações. Batia palmas aos meninos e sorria. Desejava um feliz Natal a todos.

Chovia sempre nessa madrugada. E o "Ta tin ta" usava a chuva para lavar as lágrimas da felicidade que levava daquela corrida. Não era mais uma corrida. Era o momento dele.

Com o tempo, o "Ta tin ta" compreendeu o verdadeiro sentido de tudo. Percebeu que o Natal era pensar naqueles de quem gostava, era juntar a cara dessas pessoas às histórias que teve com elas, às memórias que formaram juntos.

Na corrida em que dava mimos a todos, era o "Ta tin ta" que se sentia feliz. Era aí que percebia que também sabia o que era a felicidade genuína. Percebeu finalmente que o Natal era o momento em que era mais feliz e que não precisava de forçar esse sentimento.

O "Ta tin ta" começou a ver o outro lado do Natal e, de repente, os seus natais passados já não eram só as discussões dos seus pais ou os desacatos na família, eram as filhoses rijas mas sempre saborosas da mãe, eram as fogueiras no quintal para cozer bacalhau, eram as músicas e os serões à frente da fogueira em casa do padrinho e com os primos, eram a aletria feita pela mãe, eram os debates acesos sobre política e religião com o pai, eram os doces intermináveis, era o globo oferecido pelos pais num Natal em que não havia dinheiro para prendas...

Durante muito tempo, o Natal era tristeza. Mas a corrida, a vila iluminada e o nascimento do Mateus mostraram ao "Ta tin ta" que mesmo esses natais mais conturbados tinham um toque de magia. O Natal era isso: juntar pessoas e coisas a momentos. Lembrar as vivências do passado. E lembrar novamente. E fazer perdurar a vida daqueles que já partiram no seio da nossa memória.

O pequeno Pedro já não estava a prestar a atenção ao avô. Na verdade, já tinha fugido para junto dos pais e da avó...
Mas lá longe, ainda o ouvi dizer aos pais que queria ser como o "Ta tin ta" e correr sempre para fazer os meninos felizes...

14
Out22

O foco: a fazer campeões desde 1988


João Silva

Belo ano. Mas, naturalmente, não tem nada a ver comigo.

Portugal conheceu a sua primeira maratonista campeã em 1988. 

Claro, a magistral Rosa Mota.

O que poucos saberão é que esta portuguesa franzina começou esta vitória em 1984, quando foi medalha de bronze também na maratona.

Sim, durante quatro anos, ela não pensou em mais nada. Era aquilo e nada mais do que aquilo. 

Quatro anos é muito tempo para se viver com uma meta destas no pensamento.

Como é que ela conseguiu?

O ideal é ou ouvi-la na primeira pessoa, pois é uma mais-valia que qualquer um pode usar para se preparar para uma dada prova.

Por motivos de direitos de autor, o vídeo em causa só pode ser reproduzido no canal oficial de YouTube dos Jogos Olímpicos:

 

https://youtu.be/mrG2--oaANk

 

 

20
Out20

De suster a respiração


João Silva

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Foto retirada do canal do YouTube do Eurosport 

Hoje abro uma exceção no agendamento das publicações aqui no blogue. O momento assim o exige.

Num ano tão estranho, não deixa de ser fantástico aquilo a que estamos a assistir no ciclismo versão 2020. 

Primeiro foi uma vitória épica de um esloveno sobre outro no Tour de France. 

Agora é um jovem, por sinal, português que eleva este desporto que tanto adoro a um novo patamar. 

Quem segue ciclismo de forma regular, já ouviu falar no jovem João Almeida. 

Quem acompanha o Giro e viu o seu desempenho no passado domingo só pode ficar grato por ter assistido à beleza mais pura do desporto.

Muitos falarão no João porque é moda, muitos ficarão tristes se (quando?) perder a camisola rosa, mas alguns verão um homem que, não sendo um favorito à vitória final, lutou até não poder mais. E mesmo quando não pôde, o João foi buscar força que não tinha para não perder a rosa.

Quando começou a descolar do grupo da frente, que fez uma prova de sonho para fazer lhe tirar rosa, o jovem das Caldas não se deixou intimidar, mesmo quando já não tinha nenhum colega de equipa para ajudar. Pior ainda, não havia ali ninguém por perto para fazer a ponte com o trio da frente.

O João mostrou a língua, deixou que o cansaço viesse ao rosto, mas foi isso que fez dele um grande. 

No fim, segurou a rosa por 15 segundos. Entra na terceira semana como líder. 

Se perder a rosa, o que é provável face à qualidade do segundo classificado e da sua equipa, poucos se lembrarão do passado dia 18 de outubro. Com o meu filho ao colo e preso ao ecrã, lembrar-me-ei que sustive a minha respiração e que senti um enorme nó no estômago ao ver um compatriota empurrar um pouco mais os limites do possível. Vi ser feita história no ciclismo do meu país e vi o Acácio da Silva, o Joaquim Agostinho, o José Azevedo, o Sérgio Paulinho e o Rui Costa da minha geração.

Vi e vibrei ao som dos apaixonados da Eurosport como o desporto é, de facto, uma obra do querer. 

20
Abr20

Há razões para tudo


João Silva

Acho que nunca aqui falei nisso, mas foi por um mero acaso.

Como tantas vezes, começamos a escrever ou a ter um espaço nosso por uma razão.

No caso, em abril de 2019, senti definitivamente a necessidade de sistematizar todos os pensamentos e conhecimentos que vou adquirindo neste mundo do desporto.

Sem falsas modéstias, acho que tenho muito para partilhar e desafiou-me a ideia de poder chegar a várias pessoas.

Começando neste prisma, tudo o que passei desde a redução de peso e a reeducação alimentar de 2016 constituíram o ponto de partida para chegar às pessoas. Porquê? Porque acredito que as histórias reais, sem pejos nem complexos, são muito importantes para fazer com que os outros sintam que é possível.

A nível pessoal, senti isso com a questão da violência doméstica a que assisti em miúdo e adolescente (e até mesmo na idade adulta, embora já me tenha afastado desse foco perturbador da minha vida). Na altura, tinha vergonha de partilhar, achava que estava sozinho e que ninguém me compreenderia. Pior: que me colocariam de parte.

Com o tempo, percebi que a palavra e as conversas sobre estes assuntos melindrosos me podiam ajudar e que não estava sozinho.

Com base em todas estas conclusões, juntei o útil ao agradável. Adoro escrever e tenho uma história real para mostrar que é possível chegar a determinado ponto sem desvios nem atalhos manhosos. Sim, posso ter muitos defeitos (e tenho), mas este corpo nunca viu substâncias químicas nem instrumentos cirúrgicos para emagrecer.

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E pronto, foram estes os princípios motrizes de tudo. 

Um ano passado, muito mudou e comecei a perceber que também poderia partilhar bom conhecimento ligado ao desporto. Experimentei várias modalidades, sempre com o propósito de evoluir como atleta.

Como acredito que a partilha de conhecimento é proveitosa e não me importo em ceder as minhas fontes, cá tenho este espaço. Espero que se mantenha em pé durante muito e bom tempo.

Bem sei que o pequeno Mateus precisará mais da minha atenção durante algum tempo (o resto da minha vida), mas isso não implicará a extinção deste canto.

12
Dez19

Um carro no meio do milho


João Silva

Em mais uma peripécia ocorrida em provas, venho contar uma história insólita e à qual não achei muita piada no momento.

Já no regresso à linha da meta pelos milheirais que envolvem o Choupal em Coimbra, começo a ouvir um carro a aproximar-se.

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Nem queria acreditar. Com tanta gente naquela zona, fossem atletas ou caminheiros, como foi possível deixar um carro atravessar aquela via, levantando tanto pó que mal conseguíamos respirar em condições.

É tão insólito que custa a acreditar que tenha acontecido.

Quando o dito passou por mim, vi algumas pessoas dentro dele com camisola de prova. Não sei se se sentiram mal e estavam a ser "rebocados". Sei, por outro lado, que aquela poeira em simbiose com o muito calor que se fez sentir foram muito prejudiciais.

E convosco também já aconteceu algo assim tão caricato?

14
Nov19

Não foi por acaso que morreu no fim


João Silva

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Já foi há alguns dias, malta porreiraça, que realizei mais um sonho bom. Voltei a uma cidade que me faz e fez muito feliz, a uma região que me diz muito e a uma prova que representa o meu maior desafio como atleta e homem por tudo o que lhe está inerente.

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Em jeito de conclusão do capítulo, vou dar-vos a conhecer um pouco da história por detrás da distância mítica e verão no fim a curiosidade que marcou o episódio e que acaba por ser um símbolo do que acontece na prova.

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O início da lenda tem lugar no ano de 490 a. C. na Grécia, quando um soldado, de seu nome Pheidippidis, foi enviado pelo general Milcíadis para, a correr, fazer uma distância de aproximadamente 40 km entre as cidades de Maratona e de Atenas para informar as mulheres atenienses de que tinham ganho a batalha contra os Persas. E porquê? Porque os soldados atenienses tinham deixado às suas mulheres a ordem para se matarem, bem como aos respetivos filhos, caso aqueles não regressassem da guera.

Ora, como a batalha demorou mais do que o previsto, apesar de os gregos ganharem, havia o receio de que as mulheres cumprissem as ordem.

O esforço do soldado foi de tal ordem que só teve hipótese de dizer "Vencemos" no momento em que chegou a Atenas, tendo falecido de imediato.

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Para homenagear o esforço do dito soldado, nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, criou-se a prova denominada maratona, com a distância aproximada de 40 km. Curioso o facto de a distância não ter sido encarada como fixa, cada organização estipulava uma distância a seu belo gosto.

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Em 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres, a distância foi finalmente fixada nos 42,195 km. E porquê? Porque as excelências monárquicas de Inglaterra queriam ver a partida da prova, mas não queriam assar as virilhas para se deslocar para fora do Castelo de Windsor. E assim nasceu a distância mítica.

Para nós portugueses, a maratona começou por ter um lado muito triste, isto porque em 1912, na maratona de Estocolmo (Suécia) o atleta Francisco Lázaro morreu em plena prova. 

Mais tarde, em 1985, em Roterdão, o grandioso Carlos Lopes venceu a prova com o tempo de 02h07'12''.

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Não deixa de ser relevante o facto de a prova estar associada a tanto sofrimento. Quem já a fez ou já treinou para a fazer sabe perfeitamente que é preciso ir ao inferno e voltar. É um desafio maior do que nós, mas que vale a pena tentar. É possível e executável!

 

Fontes consultadas para a história:

https://www.jn.pt/desporto/especial/interior/a-verdadeira-historia-dos-42-195-metros-arrancou-em-windsor-9358453.html

https://www.infopedia.pt/$maratona

https://www.infoescola.com/esportes/maratona/

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