Análise ao resultado na meia-maratona de Aveiro
João Silva
Já falei do romantismo da prova, agora venho abordar um pouco o resultado.
Em termos numéricos, oficialmente, fiz 1h31m08 para 21,280 km. Fiquei no lugar 172 em 1680 atletas que acabaram a meia-maratona.
Ou seja, foi um resultado incrível, até porque senti o percurso como um pouco duro.
Comecei muito bem, tem sido assim ultimamente, há mais de um ano, sinal de que estou confiante em mim ao ponto de me levar logo para zonas de desgaste.
Os tempos parciais mostram precisamente isso. Não foi a prova relógio suíço como já me aconteceu, mas nota-se constância. Pelo menos até aos 13 km e aí tive, de facto, a primeira quebra. Não me hidratei na quantidade suficiente e respirei mal durante a ingestão. Resultado: lidar com uma dor de burro até perto dos 16 km.
Depois apareceu o sol descoberto e alguma dureza no percurso. Foi o meu grande momento de quebra. Foi o momento-chave para não ficar ko ali. Tive de me focar em coisas boas, de suavizar tudo o que estava a sentir, de me valorizar.
Perto dos 20 km comecei a dar sinais de melhoria. E o final foi épico. Voei por completo quando percebi o que me esperava na meta. Que euforia do pessoal. Que euforia pessoal. Eu puxo tanto pelo público quanto quero que o público puxe por mim. Não sei viver de outra forma. Preciso desta alegria de viver para me sentir realizado.
Estes dados mostram ainda que o meu corpo se tornou mais eficaz recentemente. O meu batimento cardíaco é mais estável e mantém-se numa zona 5, ou seja, em zona de limite de esforço, sem estar no extremo.
Já a cadência é bastante boa nesta fase. São quase 200 passos por minuto de média. E falamos de uma passada de 1,20m.
Fico feliz. Tenho trabalhado para chegar aqui. Mereci claramente tudo isto que vivi em termos de resultados.