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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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15
Dez23

Os homens estão cada vez mais bonitos (podcast)

Podcast sobre beleza, homens, emoções, peso, dor, autoestima


João Silva

Esta entrevista ao Diogo Filipe deixou-me de coração cheio e com a certeza de que conheci um homem do outro mundo.

Um homem frágil, capaz de se expor, capaz de falar nos seus complexos com o peso. Um homem que fez espelho da minha história até há bem pouco tempo.

Fui um abençoado por ter recebido estas palavras dele.

Não consigo dizer o quanto me marcou esta entrevista. É como se o meu trabalho tivesse sido cumprido com este podcast.

Caramba, Diogo, porque tinha de ser tão bom ao ponto de me deixar completamente dividido se continuo com isto dos podcasts no futuro?

Damm you! Someone said to me we looked alike. I really didn't now what they ment until I met you! You're an inspiration!

O podcast pode ser encontrado aqui!

22
Set23

Conversas à espera de acontecer (podcast)

#5 Carlos Patrão - parte 3


João Silva

Já trouxe o vídeo da primeira parte, o episódio em podcast da segunda e agora não podia faltar o fim da entrevista ao Carlos Patrão.

A tarde já se estava a despedir, mas o Carlos ainda deu conta da sua vitória no campeonato distrital de estrada e lançou um pedido a todos os intervenientes no atletismo.

Ora ouçam aqui a terceira parte da entrevista.

09
Set23

Conversas à espera de acontecer (vídeo)

#5 Carlos Patrão


João Silva

Num dia difícil, fui falar com uma enciclopédia desportiva ligada à corrida. A entrevista teve alguns problemas técnicos e até o realizador se "recusou" a colaborar. Por agora, não podia perder esta primeira parte, a única que ficou nas devidas condições. Nas próximas semanas, haverá refilmagem, já pedida, com o Carlos, porque ele tem tanto para partilhar connosco que nem me parece descabido tê-lo em parceria comigo neste espaço... se ele quiser.

Gostava muito.

Carlos, se vieres aqui, fica o pedido!!!

Vejam lá o que ele nos diz nesta primeira parte e vejam se não é um livro de corrida com pernas...

Ficam prometidas outras conversas sobre nutrição, disciplina e treinos em Z2, um enorme achado nos meus treinos.

Podem ver o vídeo aqui.

 

10
Abr23

1, 2, 3, uma última entrevista desta vez

Fátima Gramaxo - parte 2


João Silva

E pronto, passou a Páscoa, que espero que tenha sido boa, e agora entrego-vos a segunda parte da entrevista da Fátima Gramaxo, a última neste tipo de apontamento. Podem reler ou ler do início a primeira parte da entrevista desta atleta da ARCD Venda da Luísa.

Aqui veremos uma reflexão mais apurada da Fátima sobre o atletismo.

 

2.ª parte

2023sico2.jpgAventura marcante

Até à data a trail mais marcante que fiz o trail de Piodão, pelas suas paisagens únicas, simplesmente encantador.

Participação em prova mais longa

Meia Maratona da Figueira da Foz, em Junho de 2018: A cidade que me recebeu na minha primeira prova de corrida – 10km, recebeu-me também na minha primeira meia-maratona, a prova mais longa que fiz até à data.

Este dia foi muito marcante para mim e de grande superação pessoal, com muitas emoções à mistura. Recordo os treinos, o ponto de saturação a que cheguei antes da prova e como consegui dar a volta. Os treinos à chuva, coisa que nunca tinha feito antes e que seria impensável para mim no passado, coisa que só é entendida pelos “maluquinhos da corrida”. Terminei a prova radiante e surpreendida com o meu desempenho. Ajudou-me o apoio do meu marido nos treinos e na prova, e ,à chegada, a cereja do bolo, as minhas filhas que atravessaram a meta comigo.

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Objetivos pessoais futuros

Gostava de voltar a superar-me numa meia-maratona, para manter a motivação de aumentar os kms pois só tenho corrido em provas mais curtas. 

Como vê o atletismo daqui a 5 anos

O atletismo tem atraído cada vez mais atletas, penso que a tendência será continuar a crescer. As inúmeras provas existentes, muito diversificadas, favorecem essa tendência.

Como se vê no atletismo daqui a 5 anos

Daqui a 5 anos quero continuar motivada e a praticar a modalidade.

 

2019TrailBarcouco-JoseAlmeida.jpg

Porque existem tão poucas mulheres a fazer atletismo e porque há tão poucas em provas de grandes distâncias?

Talvez as mulheres não tenham tanto interesse pela modalidade comparativamente com os homens e no caso das provas de grande distância porque exigem uma maior disponibilidade para treinos.

 Existem diferenças de tratamento em relação aos homens?

Na minha opinião, não, pelo menos, que me tenha apercebido delas.

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07
Abr23

1, 2, 3, uma última entrevista desta vez

Fátima Gramaxo - parte 1


João Silva

Esta vai sera última entrevista neste formato mais tradicional. A ideia não é acabar com o processo, é transformá-lo, adaptá-lo aos tempos e melhorá-lo. Estou a trabalhar nisso e terei novidades no futuro.

Por agora, deixa-me feliz partilhar convosco a entrevista da Fátima Gramaxo. Antes de mais, é minha "vizinha" e já é mais do que uma colega corredora. É uma espécie de parceira de histórias recambolescas de "espionagem" polvilhadas com muito humor britânico.

Contudo, o que me interessa mais neste caso é que possam conhecê-la como corredora e pessoa ligada ao desporto.

Fiquem, pois, com a primeira parte da entrevista da Fátima Gramaxo:

2019_4Estacoes-Coimbra.jpg

Nome

Fátima Gramaxo

Idade

41

 Equipa

A equipa de que faço parte é muito mais do que uma equipa... ARCD Venda da Luísa

 

Praticante de atletismo desde

Fiz a minha primeira corrida em 2017. Em miúda não gostava nada de desporto e muito menos de corrida,  fazia parte do grupo de alunos que, nas aulas de educação física, inventava desculpas para ficar no banco, apenas a exercitar as cordas vocais. Nunca me identifiquei com a prática. Já adulta comecei a fazer aeróbica e outras aulas semelhantes, em grupo, uma forma de exercitar o corpo e a cabeça. Em 2016, depois de uma dieta rigorosa, percebi que se queria manter o peso e melhorar a saúde e que precisava de fazer algo mais pelo meu corpo, o prazer de comer teria de ser compensado com algo mais eficaz do que o exercício que fazia até esta data. Em abril de 2017 decidi começar a correr e assim nasceu a paixão. Nas primeiras corridas, no choupal, acompanhada pelo meu marido, que teve um papel essencial nessa altura e andava ao meu lado enquanto eu corria, de tão lenta que eu era, na verdade ainda continuo a ser... O choupal foi durante meses o meu local de eleição para a corrida, comecei por aumentar a distância e depois a velocidade. No final desse ano fiz os meus primeiros 10km em prova, na São Silvestre da Figueira da Foz, um momento épico.

2019MeiaMaratona- FigueiraFoz (1).jpeg

Modalidade de atletismo preferida

Não tenho modalidade preferida: divido o coração entre corrida de montanha e estrada.

Gosto de corrida de montanha mais rolantes, com paisagens cativantes. Procuro percursos que não me levem ao extremo, valorizo a minha área de conforto para conseguir usufruir do momento, cumprir o meu objetivo pessoal e ficar bem comigo e com o meu corpo.  

Noutras ocasiões, prefiro a corrida de estrada, por norma sempre no mesmo percurso, isso permite-me estabelecer comparações pessoais e ouvir melhor o meu corpo.

 

Prefere curtas ou longas distância

Prefiro provas mais curtas, não me sinto preparada para grandes aventuras

 

Na atual equipa desde

Época 2019/2020.

Volume de treinos por semana

Depende das alturas, mas, por norma, 2 treinos semana.

Importância dos treinos

São essenciais, os treinos permitem-nos melhorar o desempenho. A falta deles faz-nos regredir, quer fisicamente quer psicologicamente. Quanto mais treinamos, mais vontade temos de treinar e melhores resultados temos, o que também nos motiva mais, um círculo vicioso. Os treinos são essenciais para a preparação.

2022Monsanto (2).jpgSe tem ou não treinador

Não tenho treinador.

Diferenças existentes entre o atletismo passado e atual

O atletismo está cada vez mais moda, há cada vez mais pessoas a correr e cada vez mais provas.

Histórias insólitas, curiosas ou inéditas

Não me recordo assim de nenhuma história em especial, embora cada trail de treino que faço sejam sempre verdadeiras aventuras pessoais. O meu sentido de orientação, ou falta dele, é ímpar. Já não tenho dedos nas mãos para contar as vezes que estive perdida pelo meio dos montes… talvez por isso privilegie tanto repetir os percursos...

Numa dessas vezes em que me meti em aventuras, sempre sozinha, fiquei sem GPS e sem água, tive uma cãibra abdominal, coisa que desconhecia, por falta de hidratação. O mau estar e sede eram tão grandes que me lembro de olhar para as poças de água e ter pensado em beber, mas consegui resistir ao cocktail...

2023Sico.jpg

 

25
Nov22

A transcendência já aconteceu...


João Silva

Quando trabalhamos para uma dada prova, acreditamos que precisamos de atingir um determinado nível para chegarmos ao nosso melhor resultado.

Numa entrevista relativamente recente, o grande Nelson Évora refutou essa ideia no programa "Era o que faltava" da Rádio Comercial. No seu ponto de vista, quando chegamos a uma prova, temos de alinhar o corpo e a mente para irmos recuperar aquilo que já vivemos no treino. Ou seja, ele acredita que nós já atingimos o nosso melhor resultado em treino e que, no fundo, o vamos replicar em prova. Isto é, a transcendência aconteceu primeiro em treino. 

Inicialmente, fiquei na dúvida. Concordo ou não? Sim, concordo em parte. O nível que metemos num treino vai determinar o resultado. Nesse sentido, o que vivemos nos treinos terá "apenas" de ser replicado. Onde discordo é na questão da transcendência, porque o modo de competição e a atmosfera condicionam, para o bem e para o mal, aqueles pozinhos extra de que precisamos.

Deixo-vos a ligação da entrevista abaixo e gostava muito de saber o que pensam sobre o assunto e sobre o "fardo" em que o desporto se pode tornar e que o Nelson descreve na perfeição. Também eu senti aquilo em muitos momentos e sou atleta amador.

https://radiocomercial.iol.pt/podcasts/era-o-que-faltava/t4/nelson-evora

08
Out22

1, 2, 3, uma entrevista de cada vez


João Silva

Hoje trago alguém que eu próprio não conheço. Essa também é a magia das entrevistas a atletas amadores neste espaço. Gosto genuinamente de saber mais sobre os atletas, porque, em simultâneo, acabo a conhecer a pessoa que calça as sapatilhas para calcorrear os mais variados espaços.

Foi muito bom ficar a conhecer melhor o... Tiago Santos... Spoiler alert: há uma revelação algures no texto que faz deste blogue o espaço certo para o Tiago. Vejam lá se descobrem.

Sigam-me nesta entrevista:

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Nome

Tiago Lopes dos Santos

Idade

42 anos

Equipa

ARCD Venda da Luísa

Praticante de atletismo desde

2007

Modalidade de atletismo preferida:

Trail

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Prefere curtas ou longas distâncias:

Longas, até 80 km.

Na atual equipa desde...

Há 3 anos

Volume de treinos por semana:

Variável, no fundo conforme o tempo livre que sobra da profissão e da família. 2 miúdos pequenos em idade escolar sempre consomem algum tempo.

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Importância dos treinos:

Fundamentais. Sobretudo quando se traça objetivos de tempo/ritmo nas provas. No entanto, mesmo sem estes objetivos, os treinos são a parte "saudável" do desporto - não se fica saudável a correr uma maratona ou uma ultra de 80 km... são pequenas agressões para o organismo. Servem no entanto de motivação para os treinos, e estes sim, devem ser em quantidade e qualidade que permitam melhorias na saúde.

Se tem ou não treinador:

Treinador propriamente não, no entanto, sempre tive "mestres" com quem fiz corridas e treinos e com quem muito aprendi: o saudoso Vitorino Coragem e o José Carlos Fernandes, que aliás foi quem me trouxe para a ARCD Venda da Luísa.

Diferenças existentes entre o atletismo passado e atual:

Para falar com conhecimento de causa apenas me posso referir ao trail e aqui as diferenças são óbvias. Em 15 anos passou de uma modalidade para curiosos (1-2 provas por mês, realçando as AXTrail series, onde se viam quase sempre os mesmos corredores a participar), até uma massificação da prática, com 4-5 provas todos os fins-de-semana.

Histórias insólitas, curiosas ou inéditas:

Cada prova é em si uma aventura, sobretudo as longas, daí também a minha apetência por estas últimas. Uma das situações mais engraçadas foi uma paragem no Ti Patamar num dos UTAX em que já participei. A meio da prova, que fazia como sempre na companhia do José Carlos Fernandes e também do João Lamas (que viria mais tarde a organizar esta mesma prova), decidimos parar no Ti Patamar para uma hidratação "especial", com direito inclusivamente a tremoços. Nesta altura fomos ultrapassados por algumas dezenas de corredores incrédulos... mas valeu a pena, as forças recuperadas foram determinantes para chegar ao fim da dura prova!

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Aventura marcante:

Todas as provas são aventuras marcantes desde que se tenha a companhia certa.

Participação em prova mais longa:

UTAX 2014, 106 km.

Objetivos pessoais futuros:

Manter minimamente a forma dos últimos anos nos seguintes... um ou outro pódio no escalão seria bem-vindo, mas o mais importante é não ter nenhuma lesão que me impeça um dia de acompanhar os meus filhos em treinos, e quiçá em provas... e não engordar! Também eu fui obeso no passado e o trail foi e continua a ser um incentivo para manter a forma.

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Como vê o atletismo daqui a 5 anos: 

Mais uma vez referindo-me apenas ao trail, acredito que o número de provas e atletas diminua qualquer coisa após o crescimento exponencial recente e que se atinja um patamar de equilíbrio.

Como se vê no atletismo daqui a 5 anos:

A participar em cerca de 6 provas por ano, ocasionalmente, a tentar chegar ao pódio do escalão...

Como é que a COVID afetou a evolução como atleta:

No geral prejudicou, pois tendo filhos pequenos em algumas fases da pandemia não tive possibilidades de sair tanto de casa para treinar. E obrigou-me a recorrer a casas de banho "alternativas" nos treinos longos, pois as que costumava usar encontravam-se encerradas... ainda assim com vontade tudo se consegue!

O que mudou nas provas com a pandemia:

Alguma preocupação acrescida com medidas de higiene, incluindo a questão de não usar copos descartáveis nos abastecimentos, esta última também relacionada com questões ambientais.

Essas mudanças são boas para a modalidade:

Acredito que sim. Sobretudo as que também versam a ecologia. Sem planeta não há trilhos...

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02
Set22

1, 2, 3, uma entrevista de cada vez


João Silva

O meu convidado desta entrevista já estava para o ser há muito tempo, mas, por isto ou aquilo, foi sempre adiado.

Desta feita, não o "deixei" fugir da lista.

Há algum tempo, estive com ele numa espécie de parceria da monitorização do Trail da Escarpiada. O que já pensava dele saiu reforçado.

É um tipo porreiro, bem humorado. E com uma experiência neste mundo das corridas de meter inveja. Mas é muito mais como ser humano.

Isso e agora recebeu o estatuto de inválido... para a corrida. E porquê?

O Luís Martins diz-vos já de seguida (confesso que a resposta dele me tocou mais do que esperava, porque penso que terei uma reação semelhante no dia em que/se tal me acontecer):

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Nome

Luís Martins

Idade

45 anos

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Equipa

ARCD Venda da Luísa

Praticante de atletismo desde

Acho que comecei a correr, algures por 2011 e a primeira prova foi no trail Conímbriga terras de sicó de 2012

Modalidade de atletismo preferida

A modalidade de atletismo preferida???? Não posso falar de outras modalidades de atletismo, pois só fiz corrida, mas trilho vs estrada, acho que prefiro os trilhos, por toda a envolvência, desafios variados, convívio e ver sítios fantásticos durante as provas, mas sempre gostei muito também de me testar em provas de estrada, sobretudo 10km, correr aquele bocado de 40-45 minutos com a frequência no redline e devorar o ar com a boca aberta.

Prefere curtas ou longas distâncias

Curtas ou longas, outra pergunta difícil, em termos competitivos sempre me safei melhor nas curtas e como disse anteriormente gosto da sensação do redline, mas fui ganhando o gosto pelas longas e aprendendo a digerir calmamente os km, a ter paciência para lá andar e as sensações ao longo de uma prova longa são mais variadas e imprevisíveis. As provas longas trazem muitos ensinamentos que podemos levar para todas as situações de vida, por isso tendo que escolher, seriam as longas distâncias

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Na atual equipa desde

2018

Importância dos treinos

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Atualmente não treino corrida, tive um acidente grave no joelho esquerdo com rutura do ligamento cruzado posterior, entre outros estragos, o que me dá instabilidade para correr de forma consistente, mas quando treinava corrida, fazia-o entre 4 a 5 vezes por semana. Os treinos são essenciais em qualquer desporto, mas na corrida continua-se a pensar que treinar corrida, é só correr. Mesmo sem ser numa vertente muito competitiva a corrida é um desporto muito exigente para as estruturas osteoarticulares e musculares, com muito risco de lesão, por isso o treino de corrida ou para corrida deve ser mais amplo do que apenas correr.

Se tem ou não treinador

Não tenho treinador e nunca tive, mas reconheço a importância de uma orientação profissional, para uma prática sustentada e saudável, como disse anteriormente.

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Histórias insólitas, curiosas ou inéditas

História: entre muitos momentos marcantes pelo companheirismo, alegria e partilha antes, durante e após as provas ou treinos em grupo, guardo na minha memória o primeiro treino que fiz de trail com um grupo de “vedetas”, era um treino organizado pelo Fernando Fonseca, talvez em janeiro, de 2012 para ver os trilhos para o Sicó desse ano. Nesse treino estava o Fernando Fonseca e a Céu, o Jorge Justo, José Carlos Fernandes, o saudoso Vitorino Coragem, Victor “Laminha” Ferreira, os “cavalos” da equipa dos CTT na altura (Fernando Carvalho, Marcio, Rui Rodrigues e os Paulos), ou seja foi um batismo abençoado pelos dinossauros do trail.

Aventura marcante

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A aventura/ prova mais marcante foi a minha primeira participação nos 111km de Sicó, pois fiz de vassoura até sensivelmente metade do percurso (Santiago da Guarda), parte que foi feita de noite, com muito frio e muito demorada, pois os atletas que acompanhei decidiram fazer todo o percurso a andar, chegado a Santiago da Guarda passei a “vassoura” a outro colega e daí arranquei sozinho para o restante percurso, com muitas dificuldades na parte final e a sensação de superação ao chegar à meta na praça de Condeixa, já noite cerrada, é indescritível.

Participação em prova mais longa

Prova mais longa 111km de Sicó

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Objetivos pessoais futuros

No futuro gostava eventualmente de voltar a conseguir correr e participar numa ou outra prova, certamente curta e sem comprometer a saúde. A corrida teve e ainda tem um lugar muito especial, na minha vida. Quando tive que deixar de correr, senti-me perdido, pois o meu tempo livre e lúdico era quase exclusivamente centrado na corrida. Entretanto substituí a corrida pelo ginásio, não é a mesma coisa, mas fui surpreendido, nunca pensei gostar tanto e me sentir tão desafiado, dentro de 4 paredes. Tenho que agradecer a todo o staff do AdhocGym e aos colegas que frequentam o ginásio que, mesmo sem saberem, contribuíram para esta transição forçada, dolorosa, mas que hoje em dia é-me muito prazerosa. Sei que certamente no futuro farei sempre qualquer coisa que me desafie, me faça transpirar e disparar a frequência cardíaca.

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Como vê o atletismo daqui a 5 anos

Acho que as provas de trail e estrada vão estabilizar e ter mais qualidade, os próprios praticantes penso que se vão iniciar de forma mais consistente e apoiada, mas acho que o boom de praticantes veio para ficar.

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Como se vê no atletismo daqui a 5 anos

Daqui a 5 anos provavelmente estarei no atletismo como apoiante, durante a primeira parte, dos colegas da Venda da Luísa e outros amigos que fui fazendo, na segunda parte da prova, entro forte para colaborar com os colegas e, se possível, quem sabe, a fazer uma pernita numa prova ou outra pequenita.

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Como é que a COVID afetou a evolução como atleta?

Quando veio a Covid, já não corria por isso como pseudoatleta não me afetou em nada, como praticante de atividade física, obrigou-me a criar alternativas para conseguir manter alguma atividade física, embora se perca a interação social que para mim é muito importante.

O que mudou nas provas com a pandemia?

Pelo que me fui apercebendo, houve numa fase inicial algumas adaptações para continuar a haver provas, hoje em dia as restrições são quase nulas e os preços das inscrições dispararam.

Essas mudanças são boas para a modalidade?

A pandemia pode ter trazido coisas positivas para toda a sociedade e também para a corrida, deu tempo para as pessoas pararem, darem valor ao que se tinha como adquirido, as mudanças nas organizações relacionadas com a Covid penso que vão cair e depois, como sempre, as provas serão alvo dos processos de seleção natural.

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Legenda das fotos pela ordem de apresentação:

  • 111k sicó 2018 vassoura
  • Primeira prova - trail de sicó 2012
  • Corrida dos moinhos de Penacova 2012
  • Chegada na minha primeira maratona de trail Almourol 2013
  • Um dos poucos pódios, na corrida 4 estações em Soure 2018
  • Chegada na primeira meia-maratona de estrada em Cortegaça 2013
  • Primeira vez que vesti a camisola da Arcd Venda da Luísa, num treino, nas férias 2018 no Algarve
  • Última prova que fiz, já após a lesão e por teimosia, 15k de sicó 2020
  • Chegada à meta nos 111k de Sicó 2019
  • Lousã trail 2019
  • Trail do Infante Penela 2018
09
Ago22

Uma boa dose de Cafeína


João Silva

Este verão tem sido sinónimo de muito trabalho.

Escrever textos tem sido uma miragem e este espaço tem vivido nos últimos meses de todas as pesquisas e de todas as publicações que agendei (antes e depois deste texto - foi fazer de formiga para "descansar" a escrita nesta fase mais intensa). Isso até é um bom sinal, apesar do cansaço (muito dele, mental).

Ainda assim, entre vida familiar, trabalho e preparação para uma maratona em novembro, consegui arranjar um pouco de tempo para dizer à "Cafeína" o que me vai na alma.

Já era leitor (dentro do possível da rubrica) e confesso que gostava de ser convidado. Ela lá me deve ter ouvido, nem sei bem como, e convidou. E eu aceitei. E respondi com muito gosto. E o que respondi?

Isso agora...

Se calhar, o melhor é ver aqui, no espaço dela:

 

https://aqueladocecafeina.blogs.sapo.pt/um-cafe-com-joao-silva-73524

 

Obrigado, Cafeína =D

31
Jul22

1, 2, 3, chegou a minha vez


João Silva

Aproveitando o repto lançado pela Diana Carreira há um ano (!!!), hoje chegou a minha vez de responder às perguntas que faço na rubrica de entrevistas. 

Afinal de contas, não é todos os dias que se fazem 34 anos.

 

Nome

João Silva

 

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Foto: Treino em julho de 2021

· Idade

34 anos (feito hoje)

· Equipa

ARCD Venda da Luísa


· Praticante de atletismo desde

Dezembro de 2016


· Modalidade de atletismo preferida

Corrida em estrada

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Foto: Corrida 4 estações com a camisola da ARCD Venda da Luísa em 2018


· Prefere curtas ou longas distâncias

Resposta que nem obriga a pensar muito: longas distâncias.


· Na atual equipa desde

Setembro de 2018

· Volume de treinos por semana

Treino todos os dias. Procuro ajustar em função dos objetivos. Nivelei o meu volume por baixo após a minha lesão no ano passado (síndrome do músculo piriforme), mas ronda 1 hora/1 hora e 30 minutos de corrida por dia e 10 a 20 minutos de reforço muscular 5 vezes por semana.


· Importância dos treinos

Para mim, os treinos são praticamente tudo. São o laboratório e a clínica de tratamento ao mesmo tempo. Ou seja: permitem experimentar e melhor as técnicas de corrida e a resistência a pensar em determinada prova e ainda são o elemento de recuperação muscular ativa. Criam resiliência e dotam-nos de ferramentas para lidarmos com as dificuldades das provas.

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Foto: Castellum trail em 2018, ainda com a camisola da Casa do Benfica de Condeixa


· Se tem ou não treinador

Não tenho. Sou eu próprio. Reconheço a importância de ter um, sobretudo, para me manter na linha, porque sofro de algo que não é comum em muita gente: tenho dificuldade em parar de treinar, o que acaba por ter um efeito diferente do pretendido. Mas também sou muito autocentrado e procuro ser eu a determinar as diferentes fases do meu treino, o que, sendo honesto, não correu muito bem no último ano e meio.


· Diferenças existentes entre o atletismo passado e atual

O meu passado no atletismo remonta apenas a 2016, logo, não tenho uma perceção mais abrangente. Ainda assim, é fácil de constatar o óbvio: há cada vez mais mulheres. É algo de refrescante. As próprias mulheres também trabalham melhor a corrida. Do mesmo modo, há cada vez mais atletas, porque, está na moda. E os atletas amadores estão mais bem dotados de técnicas e de exercícios de reforço muscular. 

Por último, há cada vez mais provas. Aqui, confesso que não consigo perceber se é algo muito bom, porque torna banal a modalidade e cria uma febre desnecessária para se participar numa dada prova em detrimento de outra. Além dos custos exorbitantes de todas elas, apesar da imensidão de ofertas (o que é, na verdade, um grande paradoxo do meio).

· Histórias insólitas, curiosas ou inéditas

Após mais de três anos de blogue, é difícil ter uma história da corrida que não tenha sido relatada aqui. Seja como for, os meus encontros com cães e alguns sustos com relâmpagos e dilúvios em plena madrugada dão um bom cardápio. As "visitas" de ambulâncias de madrugada ou a sirene dos bombeiros perto das cinco da manhã no meio de uma tempestade também entram para esta caderneta de situações insólitas (e com um belo nível de medo à mistura).

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Foto: São Silvestre da Figueira da Foz, em 2019, na companhia do Ricardo Veiga e da Lígia Casimiro (e de um senhor "externo" e cujo nome desconheço)

· Aventura marcante

A minha primeira maratona . No Porto em 2018. Com a presença da minha esposa. Foi uma aventura mágica por ter sido o momento com que sonhava desde 2017. Estar rodeado de tanta gente na prova daquelas com um apoio monstruoso do público foi algo que jamais esquecerei. Foi a confirmação de que as maratonas são o meu palco. Não há nada que me dê mais prazer a correr.


· Participação em prova mais longa

Maratona. Oficialmente, já foram três. Oficiosamente já foram seis. Em treinos, já passei uma vez essa distância: fiz 50 km.


· Objetivos pessoais futuros

Tenho alguns sonhos na corrida. Parecem-me objetivos alcançáveis. São eles: correr 75 e 100 km em estrada, fazer as três maratonas do nosso país, fazer uma maratona internacional, correr uma maratona em 3h15 e, num futuro mais longínquo, correr a mesma distância em 3h00.

Noutras distâncias, tenho o objetivo de correr novamente 10 km abaixo de 40 minutos e de fazer meias maratonas em menos de 1h30. Neste patamar, sonho igualmente fazer o circuito de meias maratonas históricas do nosso país.

Não tenho uma data traçada para estas metas. Sei apenas o que quero alcançar.


· Como vê o atletismo daqui a 5 anos

Para a modalidade em si prevejo uma estilização do número de provas e de participantes. Perspetivo uma estagnação devido à pandemia e, por outro lado, auguro um aumento da transmissão dos eventos deste desporto. Acho que o marketing associado vai fazer crescer o preço de provas mais populares. Por último, acredito que as condições de "trabalho" das equipas de atletismo vão mudar para melhor. Haverá mais disciplina e organização.

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Foto: 1.ª maratona, em 2018, no Porto

 


· Como se vê no atletismo daqui a 5 anos

Na verdade, esse é um exercício que procuro não fazer, porque sempre acreditei que, a dada altura, ia perder a corrida da minha vida, já que era algo de extraordinariamente bem. Quando me lesionei, no ano passado, pensei muitas vezes que esta minha aventura tinha terminado. Felizmente, não foi o caso. Mas não sei como estarei em termos de forma e de treinos. Até porque a minha vida não tem sido uma história linear. Diria que a minha vida de corredor estará sempre dependente das minhas escolhas familiares e profissionais.

Diz-se sempre isto, mas vejo mesmo como o mote "enquanto dura, vida doçura". Em termos de desejos, gostava de estar num patamar de corrida capaz de acabar maratonas dentro de 3 horas (é muito ambicioso).

. O que mudou com a pandemia?

Em termos pessoais, fui afetado apenas pelo primeiro confinamento, mas, na verdade, o treino em casa já estava programado, porque a Diana estava numa fase avançada da gravidez e era necessário estar por perto. No segundo, já foi o caso e, como corri de madrugada, nunca tive problemas com multidões nem alguma coisa do género. Na verdade, tudo isto trouxe uma maior consciência dos germes que nos envolvem. E uma rotina de higiene. Em termosais abrangentes, houve uma interrupção das corridas e isso deu cabo das aspirações de muita gente. Felizmente para mim, isso não aconteceu.

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Foto: Meia maratona de Leiria, outubro de 2019

. Já participou em provas reais desde a pandemia?

Sim, mas há muito pouco tempo. Nunca me senti verdadeiramente em segurança para estar num ambiente com muita gente. Durante muito tempo, tive muitos problemas com o regresso à normalidade. Fiz duas provas virtuais, mas só recentemente é que voltei a participar em competições.

. O que vai mudar em termos de provas no futuro?

Honestamente, também acredito que haverá uma seleção natural de provas. Não me parece que vá haver pessoas e dinheiro para tantas competições. A organização também será mais clara e metódica. As partidas faseadas foram um bem maior de tudo isto. Acredito que, a dada altura, haja uma necessidade de restrição das participações apenas a pessoas vacinadas. Acredito que haja lugar para alguns não vacinados, mas julgo que serão "isolados" do grupo principal.

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Foto: Treino numa madrugada de verão em 2021

 

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