Há que ser poupadinho... até nas corridas
João Silva
Não estou a referir-me aos eventuais gastos com equipamentos, acessórios ou participações em provas.
Já ouviram falar em economia de corrida? É cada vez mais comum e refere-se à forma como o corpo se adapta ao processo de corrida.
A primeira corrida muito longa, por exemplo, é sentida pelo corpo com um enorme impacto. O gasto energético é acima da média.
Se repetimos o treino dez dias seguidos, o corpo reage sempre como se o estímulo fosse novo e continua a gastar muita energia.
Porém, ao fim de um mês nessa "brincadeira", ele habitua-se e começa a poupar a energia. Como se transformou num processo normal, ele já sabe que precisa de dosear a quantidade de energia libertada. Por isso é que é tão importante criar novos estímulos: por exemplo, um treino de velocidade vai obrigar o corpo a outra resposta e é isso que o leva a gastar mais energia.
No entanto, em provas, não importa criar estímulos novos.
No caso de uma maratona, o corpo sabe quando deve libertar energia. Daí se focar muito a questão dos treinos. É aí que tudo se trabalha para evitar surpresas.
Outros elementos que contribuem para uma economia de corrida são, por exemplo, a passada, a postura, a aterragem do pé no chão, o impulso com a perna mais forte, a cadência l, a respiração e a elevação dos joelhos e dos calcanhares.
Tudo isto se trabalha e nos permite aumentar as reservas de energia para fases mais duras da prova (ou mesmo do treino).