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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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10
Jun21

No meu tempo...


João Silva

Apesar de fazer muitas referências ao passado em muitos assuntos, ainda não recorro muito à expressão que usei no título. Talvez porque ainda não me sinta velho e, de certeza, porque não o sou. Curioso, em forma de antítese, a ideia do meu pai, que se acha velho e tem apenas 55 anos. 

A propósito disso, há uns tempos, a falar de corrida, porque ele também foi atleta, disse-me "no meu tempo, não queríamos saber disso, era pôr os pés na estrada e correr". O tema incidia sobre a importância da técnica de corrida. Chutei para canto.

Mais recentemente, quando lhe expliquei por que usava sapatilhas de corrida, disse-me que não havia melhores do que as dele. Diga-se que as dele eram sapatilhas casuais normais, com uma sola rígida e ideais para deslocar uma rótula ao primeiro impacto.

Aquela conversa fez-me pensar nas muitas diferenças entre o corredor típico da época do meu pai e o da minha.

Tendo em conta que o investimento não era uma prioridade na altura, já que o dinheiro tinha para onde ir, não deixa de ser interessante que um corredor de há 35 anos so precisava de uma t-shirt e de uns calções. Quanto a meias e a sapatilhas, era o que houvesse.

Quando penso em mim e no que considero essencial, vejo que não é nada assim. Por outro lado, há que admitir, também se cai muito no excesso. 

Voltando a mim: sapatilhas de corrida (mesmo que a um preço muito acessível), meias próprias, perneiras, collants no inverno, joelheiras por causa do impacto em alguns treinos, calções, luvas no inverno, t-shirt respirável, bolsa para telemóvel, gorro no inverno. Como corro de madrugada, ainda acrescento frontal, dínamos e fita refletora. Ah, e relógio GPS. Pouca coisa, portanto. É preciso uma sessão só para me vestir.

Mais a sério, há aqui algumas coisas dispensáveis, mas os tempos são outros. Mais do que de estilo, falamos de tornar uma atividade desportiva dura em algo confortável.

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Tal como noutras áreas da vida, houve evolução e já nem me atrevo a ir para a mentalidade, porque aí as diferenças são mais gritantes. Alongamentos, exercícios complementares de reforço muscular e treino cruzado são coisas que ainda não existem para muitos corredores mais velhos. 

E por aí, como se vê a evolução geracional naquilo que gostam de fazer. 

10
Ago19

Tão próximas na importância, tão distantes na execução


João Silva

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Falo do ioga e do pilates.

Tenho consciência de eventuais preconceitos por um homem praticar estas modalidades, mas, como dizem os estimados brasileiros, "tô nem aí".

A verdade é que as duas são distintas e, numa primeira análise, não diria que o eram. No entanto, completam-se e dão-nos muito.

O ioga consite mais num jogo de alongamentos superficiais e profundos combinados com uma respiração pausada. O objetivo é trazer os músculos (e o corpo como um todo) para um estado de harmonia, de equilíbrio. A respiração é feita mais com o estômago e as contagens são pausadas. Normalmente, 10 segundos por exercício. Os alongamentos são feitos em todo o lado e mais algum e dão-nos uma flexibilidade incrível.

Comecei a fazer ioga no início de dezembro de 2018. Não faço todos os dias as versões mais profundas, porque o primeiro impacto no corpo é deixá-lo K.O.. Pelo menos, uma vez por semana faço uma sessão longa e procuro abranger todas as partes do meu corpo. Foi nesta senda que descobri a meditação. Algo que mudou efetivamente a minha vida. Exige abastração e concentração em simultâneo e assenta numa "audição" da respiração. Se inicialmente é uma sensação estranha, depois é algo de incontornável.

Já o pilates é uma fruta mais recente. Já andava com a pulga atrás da orelha e depois li uma publicação do blogue da estimada Luísa Sousa e não resisti. Guardei o vídeo e segui o que lá estava. A primeira vez custou imenso devido à (falta) de sincronização. Depois disso, não quis outra coisa. É uma "obrigação" pelo menos uma vez por semana.

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Ao contrário do ioga, o pilates assenta numa respiração mais superficial (feita na zona do peito) e rápida e num conjunto de exercícios que vão fortalecer e tonificar a estrutura profunda do corpo. Atua essencialmente no abdómen e nos glúteos, mas, deixem-me que vos diga, é altamente eficaz. Alguns exercícios já os fazia no meu treino funcional, mas decobri muitos outros e tem sido um excelente desafio, não só por ser aliciante na sua execução mas pelos benefícios. Indiretamente confere-nos maior elasticidade, mas essa é uma função mais a cargo do ioga.

Não faço distinções e gosto destas duas modalidades. Coincidência ou não, tenho notado o meu corpo muito mais resistente, flexível e tonificado. Considerando que não tomo quaisquer substâncias, de alguma coisa deve ser.

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