A decisão
João Silva
Foram quase nove semanas de paragem, sem que o corpo me deixasse correr sem dores e com medicamentos e fisioterapia.
Naturalmente, ia fazer mossa.
Os músculos das coxas encurtaram, comecei a perder massa muscular e ainda tinha o facto de a lesão original me ter afetado os músculos estabilizadores.
Perante isto e o devido aconselhamento, não dá para estar em condições mínimas no Porto (também não iria querer ir apenas pelo mínimo, honestamente). Portanto, nada de maratona este ano. A prova realiza-se já no domingo. Era só somar 1+1. Dá para ver que ia acabar com uma recaída no bolso, frustração de sobra e tempo perdido materializado numa manhã longe dos meus, sem poder fazer nada.
O mais importante é retomar a corrida com calma e ir gradualmente.
Penso que voltarei a correr uma maratona, mas terei de esperar. Terei de saber esperar.
Mas voltei a correr e isso supera tudo o resto. Já foram três sessões de corrida, nenhuma acima dos vinte minutos. Mas foram tão boas, apesar de algum desconforto expectável.
Há que aprender a valorizar as pequenas vitórias para se valorizar mais aquela que procuramos.
Esta é também uma lição para si, senhor João Silva.