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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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20
Mar24

"Havias de correr era assim"


João Silva

Certo dia, estava a passear o meu filhote no ergo baby quando avisto um conhecido simpático.

O senhor passa por mim e grita: "havias de correr era assim". 

Acenei e sorri.

Nessa semana, fizemos 14 pequenas caminhadas e em 10 andei com ele nesse tal sistema de transporte. 

Posso dizer-vos que cheguei ao fim da semana mais cansado do que nas quatro semanas anteriores e aquela era uma semana de recuperação entre ciclos de treino.

Sim, andar com mais 14 kg em cima já custou imenso, correr seria o fim do mundo e o pior é que aconteceu algo assim (pior, na verdade) quando era obeso. 

Na verdade, cheguei a correr com bem mais do que esses tais 14 kg. Quando comecei a missão de perda de peso, eram 48 kg a mais em relação o que tenho hoje.

Tudo aquilo foi cómico mas também me fez pensar que aquela vida de obeso já não era mesmo para mim. 

Tinha de pedir licença a um pé para mexer o outro.

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Agora já não preciso de pedir licença.

10
Mar24

Fazer sempre as mesmas provas?


João Silva

Pronunciem-se sobre isto. Parece-me que haverá divergências.

No meu entender, há provas que fazemos todos os anos, porque gostamos, tem visibilidade, são exigentes ou por comodidade. É chapa batida e, pelo menos, fazemos exercício.

Sem saber a vossa opinião, diria que acabo por ter um pouco de cada nas minhas escolhas. Ou melhor, no ano passado procurei fazer algumas provas da federação do meu distrito. 

Por agora não há classificações finais em estrada no distrito de Coimbra, mas alimento o sonho de que isso venha a acontecer. Como tal, vou fazendo as mais comuns e essas acabam por ser as de 10 km. Tirando uma ou outra exceção, não me vejo a fazer muitos quilómetros a conduzir para provas "tão" pequenas.

Por outro lado, também procuro identificar provas de média distância para ajudar a preparar os objetivos máximos da época, a longa distância.

Com o tempo, vou tendo uma noção do que quero fazer e, na verdade, em vez de me inscrever sempre nas mesmas, vou tentando inserir uma ou duas novas que me deem prazer e que me possam ser úteis no futuro.

Com o preço exorbitante das provas, é lógico e preferível poupar e abdicar de algumas provas para depois participar naquelas que mexem mesmo. Passam a ser menos mas são mais "saborosas".

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31
Jan24

Os "pacers"


João Silva

Já toda a gente que correu em provas deve ter visto uns rapazes e umas raparigas com umas bandeiras nas costas no meio da multidão.

O nome técnico deles é "pacers" e a sua função é marcar o ritmo. Servem de balizagem e de limite visual às nossas capacidades. E são extremamente importantes para, como dizem os alemães, "gute Ergebnisse rauskitzeln" (conseguir chegar a bons resultados). 

A minha história com os pacers é um pouco mista. Já tive más experiências, como aconteceu na meia maratona de Ílhavo em que achei que podia seguir o da frente (fui garganeiro e acabei com o pior resultado em meias maratonas). Já tive experiências neutras. Ou melhor, em que a posição dos pacers me deu referências sobre a posição em que deveria estar para conseguir chegar a determinado resultado (aconteceu nas maratonas do Porto). Mais recentemente tive experiências positivas, como sucedeu na Corrida do adepto em Leiria. Consegui segui-lo cedo e acompanhei-o durante quase três quilómetros. Isso deu-me referências sobre a minha condição física, permitiu-me ajustar o desempenho para não perder energia e, quando mais tarde ele me passou (depois consegui ultrapassá-lo a 1 km da meta), foi útil para traçar o objetivo de não o perder de vista. "Esfalfei-me" todo para não deixar a distância aumentar. E se consegui um excelente resultado nesse dia, tenho noção, deveu-se a ele. 

Portanto, sem sentirem que isso vos possa prejudicar, acho que devem mesmo olhar para eles como uma boa forma de obterem um melhor desempenho...

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Arrisco também dizer que nem todos podem ser pacers. É preciso saber abrandar o ritmo e não passar daquela "fronteira horária". Um pacer não está a competir, está a ajudar. E deve ter uma atitude de incentivo. Acrescento que simpatia também não faz mal a ninguém...

27
Set23

Um verão com(prova)damente movimentado

Bodo - Pombal Lama Solta - Louriçal Meia-maratona de São Mateus - Viseu


João Silva

O verão já foi embora. 

Para trás, deixou-me com uma abordagem diferente em relação ao que tinha previsto em termos de provas.

Entrei a pensar e grandes objetivos e cedo percebi que a minha realidade física e mental não estava para brincadeiras. Correi e participar em provas foi um luxo dos mais docinhos da minha vida.

Assim, estive em três provas diferentes.

A dois dias de fazer 35 anos, estive no Bodo em Pombal. Semana complicada e uma prestação em prova com muitas dores e muitas más sensações, em parte, provocadas pelo gel da Gold Nutrition, que, entretanto, já mudei.

Um percurso duro para 10 km de prova e um ambiente de sonho. 

Acabei no 114.º lugar com 41 minutos.

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Duas semanas mais tarde, a 13 de agosto, a convite do Marco, a amigo que entretanto também treino, emprestei o corpo a outra camisola e fui fazer 21 km numa espécie de inferno físico pelo estado em que estava. O trail Lama Solta no Louriçal é espetacular, vale a pena, tem muita animação. Recomendo. Tive muito pouco descanso, uma vez mais, mas dei tudo. Cheguei vazio, fiz menos de 2h. Terminei em 31.º com 1h58. O Marco ficou a dever-me um jantar.

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A vida segue e rapidamente chegámos a setembro. Tinha uma estreia na Meia-Maratona de São Mateus. E quanto queria participar nesta prova. Objetivo proposto em maio, 1h29. Uma realidade bem diferente. De julho para agosto, tive um aumento de carga a ronda os 172 km, com muita altimetria, pouco descanso e muita bicicleta em terrenos inclinados. A pubalgia deu sinais de retoma. E eu dei sinais de crescimento, parei de correr durante três dias, diminuí o treino e tirei o foco do resultado. Fiz 1h49, o meu pior tempo de sempre, fiquei em 214.º, mas fui feliz como poucas vezes fui em provas onde tinha objetivos. Desfrutei da linda cidade de Viseu, da Feira, do apoio, do evento. Agora sinto que cresci mesmo. Em todas estas provas terminei a andar entre 30 a 100 m da meta. Não é lesão, é um sinal para o cérebro. A mensagem é clara: a brutalidade dos últimos dois meses pede-me para me acarinhar e para cuidar de mim. Terminar assim é um sinal de respeito. E tem sido igualmente bom poder usufruir do meu grupo de amigos mais chegados. Têm sido uma "bênção".

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09
Jun23

Conversas à espera de acontecer (vídeo)

#3 - Multisport


João Silva

Mais um pedaço de magia a acontecer neste blogue!

Hoje trago uma conversa com a organização desportiva Multisport, responsável pela Summer Run em Coimbra e por um evento de multidesportos a decorrer na cidade do Mondego de 08 a 11 de junho.

Como vou participar na maratona amanhã, tive a sorte de poder falar com eles e aprendi tanto.

Acima de tudo, tive imenso prazer a falar com o Ricardo Lacerda e com o Mauro Azevedo.

Já o Filipe Coelho não aparece uma única vez, mas foi a mão chefe por detrás de todas as operações.

Aquele rapaz deu vida a um belo momento que vos deixo abaixo, no meu canal de Youtube:

https://youtu.be/sLAgaUN-H1w

 

20
Mai23

Conversas à espera de acontecer (vídeo)

#1 - Basílio Simões


João Silva

Hoje trago história a este blogue.

A partir de agora, as entrevistas que fazia por escrito a atletas passaram a ser conversas gravadas... De forma natural.

A primeira ganhou vida hoje. O protagonista é Basílio Simões, maratonista meu vizinho e que também faz parte da ARCD Venda da Luísa. 

A conversa foi gravada em Aveiro, pouco depois de o Basílio ter feito mais uma meia-maratona e na ressaca da maratona de Paris.

Podem encontrar a conversa no meu canal de YouTube e lá ficarão a saber que o Basílio tem 55 anos e corre há cerca de 5, que é uma pessoa ambiciosa e que pegou nas maratonas de estaca. Tem quebrado os seus próprios recordes pessoais e as maratonas internacionais já são uma realidade bem presente na sua vida.

Recentemente, fez 3h26m em Paris!

Na conversa, também nos explica quem o puxou para estas vidas e onde vê o seu limite. Não, o Basílio não corre, também cuida da sua alimentação. Só não cuida do sono!

Ele explica tudo nesta conversa incrível que teve comigo. Obrigado pela confiança!

E agora deixo-vos com as palavras tal como foram ditas...

Conversas à espera de acontecer

 

07
Mai23

Análise ao resultado na meia-maratona de Aveiro


João Silva

Já falei do romantismo da prova, agora venho abordar um pouco o resultado. 

Em termos numéricos, oficialmente, fiz 1h31m08 para 21,280 km. Fiquei no lugar 172 em 1680 atletas que acabaram a meia-maratona.

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Ou seja, foi um resultado incrível, até porque senti o percurso como um pouco duro. 

Comecei muito bem, tem sido assim ultimamente, há mais de um ano, sinal de que estou confiante em mim ao ponto de me levar logo para zonas de desgaste.

Os tempos parciais mostram precisamente isso. Não foi a prova relógio suíço como já me aconteceu, mas nota-se constância. Pelo menos até aos 13 km e aí tive, de facto, a primeira quebra. Não me hidratei na quantidade suficiente e respirei mal durante a ingestão. Resultado: lidar com uma dor de burro até perto dos 16 km. 

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Depois apareceu o sol descoberto e alguma dureza no percurso. Foi o meu grande momento de quebra. Foi o momento-chave para não ficar ko ali. Tive de me focar em coisas boas, de suavizar tudo o que estava a sentir, de me valorizar. 

Perto dos 20 km comecei a dar sinais de melhoria. E o final foi épico. Voei por completo quando percebi o que me esperava na meta. Que euforia do pessoal. Que euforia pessoal. Eu puxo tanto pelo público quanto quero que o público puxe por mim. Não sei viver de outra forma. Preciso desta alegria de viver para me sentir realizado. 

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Estes dados mostram ainda que o meu corpo se tornou mais eficaz recentemente. O meu batimento cardíaco é mais estável e mantém-se numa zona 5, ou seja, em zona de limite de esforço, sem estar no extremo. 

Já a cadência é bastante boa nesta fase. São quase 200 passos por minuto de média. E falamos de uma passada de 1,20m.

Fico feliz. Tenho trabalhado para chegar aqui. Mereci claramente tudo isto que vivi em termos de resultados.

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04
Abr23

Quatro anos a falar de maratonas aqui...


João Silva

Hoje é um dia de festa aqui no "pedaço".

Este espaço dedicado às corridas e também um pouco à parentalidade e às receitas já ultrapassou os seus problemas de sono e também já tem os dentinhos todos de leite. Agora está um rebelde, a querer ter vontade própria.

Está um crescido. Faz hoje 4 anos, vejam lá bem!!

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Obrigado a todos os que colaboraram em entrevistas e artigos e a todos os que deixaram uma ou outra palavra de incentivo ou mesmo reparos pertinente.

Que venham mais, muito mais.

E oxalá consiga presentear-nos a todos com conceitos e posts um pouco diferentes do comum e páginas desportivas... A esforçar-me para isso já estou...

09
Jan23

Um balanço em revista - maratonas em 2022


João Silva

A loucura. É sempre, não vai mudar. Que simbiose entre o corpo e o público. Ainda assim, desiludi-me, confesso. Esperava mais das gentes do Porto, porque já me tinham habituado a isso. No entanto, também há o risco de ter criado demasiado expectativas.

Tracei um plano ambicioso, segui-o e entrei no Porto confiante, muito, mas com motivos para isso. Porém, houve dois momentos em que me entusiasmei e acabei por pagar a fatura no final. Uma primeira metade incrível e uma segunda metade a pedir a todos os anjinhos misericórdia. Nunca tinha chegado com um gémeo quase de fora. Ainda hoje o sinto a latejar e o sinto “fora do sítio”. Ninguém corre uma maratona pela saúde. Não dá nenhuma. Corre-se pela superação. Dá de sobra. Feitas as contas, apesar da quebra, baixei das 03h20. Fiz 03H19m.

Vou voltar lá em 2023.

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07
Jan23

Um balanço em revista - meias-maratonas em 2022


João Silva

Infelizmente só fiz uma. No entanto, valeu por muitas. Foi o primeiro ano em que apostei forte nos treinos exclusivamente para este tipo de prova. Queria voltar a ficar abaixo da marca de 1h30. Dei tudo, foi no limite do esforço, mas consegui mesmo e com quase um minuto de diferença. Foi a “perseguir” o meu colega Bruno o tempo quase todo, cometi alguns erros de gestão ao ter-me deixado “ir” com um atleta claramente mais constante e forte do que eu e sofri com a questão do calor (em outubro!!). No fim, a sensação não foi boa, mas hoje, olhando bem e de forma apaziguadora, vejo que foi uma prestação de raça, de força de vontade. Abnegado.

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