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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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19
Ago23

A vontade


João Silva

Já passaram quase dois anos desde que fiz fisioterapia para resolver os problemas que ganhei na anca, no glúteo e na coxa.

Aquilo que recordo com mais frequência é a minha teimosia, que me fez perder muito tempo até chegar ao tratamento certo, e a minha vontade de correr.

Nos primeiros dias, doía de ver os outros correr e de não poder fazer o mesmo porque o corpo não deixava.

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Ao fim de um mês parado, doía muito mais porque sentia uma enorme vontade de ir, de me lançar e o corpo não me deixava. Nem sequer respondia sem dor.

Este sentimento de "quero tanto mas não posso" corroeu muito por dentro, confesso. Mas tudo passou. Como sempre acontece na vida. Com tempo. Porque também é ele que traz a paciência necessária.

 

24
Set19

Matutino, vespertino ou noturno?


João Silva

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As opiniões dividem-se.

Começo por vos questionar: preferem treinar logo de manhã, à tarde ou à noite?

Considerando que há restrições laborais, peço-vos que se manifestem apenas tendo por base os dias ou semanas em que não estão a trabalhar. Ou seja, de forma geral como preferem realizar os vossos treinos?

Ao fim deste tempo todo, já tive a oportunidade de passar pelas três fases do dia. Por uma questão de organização, treino sempre ao início do dia. É mais fácil para depois organizar o meu dia e o meu trabalho.

Quando só podia treinar à noite, gostava muito, porque sentia o "peso" da libertação das frustrações do dia e porque tinha energia (tensão?) acumulada para dar e vender durante o treino. O lado mais negativo era treinar com chuva ou de noite cerrada na altura do inverno. Ainda assim, era agradável.

Treinar à tarde também não é algo de que desgoste. Ou melhor: é bom porque as reservas energéticas estão carregadas e há "material" para expulsar no treino. Por outro lado, não gosto tanto porque prejudica a organização do dia laboral, acaba por retirar fluidez e por dar a sensação de que há uma "tarefa" sempre à espera de ser realizada.

Deixei para último aquele período em que gosto mais de treinar, a manhã. Apesar de, pelo prisma negativo, as reservas não estarem devidamente carregadas e de ainda haver a ressaca do sono, o que confere alguma fraqueza, é uma altura muito boa para trajetos mais longos sem o risco de perder a luz natural. Além disso, a meu ver, a organização do dia é muito mais fácil de fazer.

É certo que, há cerca de um ano, houve alguém ligado à medicina a desaconselhar os treinos logo ao acordar, mas tal prendia-se com a necessidade de deixar o corpo "assentar" um pouco depois de se levantar e não por ser de manhã. Desde que me levanto até sair para correr passam cerca de 30 minutos, o que me dá tempo mais do que suficiente para ter o corpo impecável, sendo que aqui o uso do "impecável" é exagerado, já que são imensas as vezes em que acordo todo dorido dos treinos dos dias anteriores.

E o que dizem os entendidos? De forma mais ou menos unânime, recomenda-se a realização vespertina dos treinos, porque, supostamente, o corpo já terá acumulado energia suficiente para despender sem quebras. 

Fundamental, no meu entender, é que os treinos sejam feitos regularmente em horários semelhantes, criando desse modo uma rotina para o corpo e permitindo que os músculos tenham sempre um ciclo estável de recuperação entre sessões.

23
Set19

Correr por paixão ou para comer?


João Silva

Na verdade, as duas "versões" coexistem em vários corredores e, para ser honesto, algumas vezes na mesma pessoa.

Não sou hipócrita e eu próprio já estive nesse barco: pensa-se que, pelo facto de se praticar desporto, há uma espécie de via verde na comida.

Regra geral e ao longo destes quase três anos, em comparação, foram muito mais os meses em que corri por paixão do que aqueles em que o fiz para poder comer. No meu caso, nem foi propriamente para comer extravagâncias ou algo parecido, foi para poder comer em quantidade, foi com o intuito de suprimir os ataques de gula e as compulsões que, de vez em quando, lá dão sinal de vida.

Houve uma fase, na transição de dezembro de 2017 para o ano de 2018, em que estive mal, pesei perto de 60 kg, ou seja, andava subnutrido, passei de um extremo a outro sem conseguir ter o equilíbrio emocional necessário para perceber que estava numa piscina de areia movediça. E aí, a forma mais adequada para me "safar" foi aumentar o consumo, em alguns casos desenfreado, de muitas granolas (sempre caseiras, não compro, faço-as eu) ou de grandes quantidades de frutos secos. Não tenho problemas nem dificuldades em admitir que precisei da corrida para não deixar que a comida voltasse a tomar conta de mim. 

Qual a parte boa no meio disto tudo? Foi que consegui converter o aumento de massa gorda em massa muscular. Porquê? Porque nunca parei de fazer exercício, bem pelo contrário. Apesar de algum descontentamento que vivi naquela altura (sim, por muito que se goste de desporto, pode haver uma fase de alguma descrença ou de desânimo, é normal, faz parte da condição humana e em nada belisca a paixão pela modalidade), não me desorientei e, após alguns meses em baixo de forma, voltei onde queria. Melhor: cheguei melhor onde queria, porque sequei a massa que tinha e transformei-a em músculo.

Conheço muitos colegas que correm exclusivamente para poderem comer à vontade. Não vejo mal nisso, se tal significar alguma capacidade de controlo por parte de quem o faz. Por outro lado, trata-se de um círculo vicioso e o jogo, na minha opinião, ficará sempre do lado da comida. O corpo vai chegar a um ponto onde precisa de descanso e a comida, por seu turno, vai continuar a acumulação e a adição no nosso organismo.

Além disso, há ainda outro fator a ressalvar: comer perdidamente e correr perdidamente mais não é do que um jogo de acabar e começar, sendo que, se pretendermos alguma evolução física na modalidade, nunca sairemos da casa de partida, porque estaremos sempre a desfazer o que fizemos anteriormente. É uma espécie de pescadinha de rabo na boca.

Posto isto, não adoto essa filosofia do correr para comer não só porque isso seria perigoso para alguém que, como eu, foi obeso, mas também porque tenho ambições neste desporto e porque o vejo como uma paixão, como uma forma de evoluir e de me desafiar pessoalmente.

Desse lado, alguém corre/faz desporto exclusivamente para poder comer mais um pouco?

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