Um trail no meu quintal
João Silva
Há sensivelmente três anos que não corria numa prova de trail. É sabido que me sinto extremamente bem a correr em estrada.
No entanto, este ano decidi dar-me um "miminho" e inscrevi-me numa prova que partia mesmo atrás de minha casa, o Trail de Sicó.
Não ia a fazer projeções para tempos ou para competir. Ia apenas correr em serra, na bela serra de Sicó, que me vê treinar diariamente em estrada.
Depois da última prova de estrada, tive uma semana em que não consegui descansar muito. Houve muita atribulação e muitas noites mal dormidas. Em termos técnicos, fiz um treino intenso de subida, só mesmo com a ideia de "não vá eu ser surpreendido pela dureza da prova".
Na manhã da prova, ou seja ontem, mais contratempos, regressos a casa antes da partida (que sorte ter a casa dois minutos de casa) para trocar de roupa, mais uma bela noite por dormir e ainda tive direito a chegar a pouco tempo do arranque.
Estava descontraído, apesar de mal-humorado, porque sabia que ia "divertir-me".
A prova fez-se bem. Trail rolante, com algumas subidas duras e muitas pedras no caminho. O melhor de tudo foi ter encontrado um colega de equipa que não conhecia. Pela primeira vez, fiz uma prova do início ao fim com outro colega. Tínhamos ritmos parecidos.
O que mais me agradou foi o facto de o Bruno também ser um fã(nático) por estrada. Na verdade, o Trail de Sicó foi o seu primeiro Trail.
E no fim de tudo, apesar de ter convivido muito pouco antes da prova, senti que percebi finalmente o lado mágico de um trail: o companheirismo e a entreajuda. Contam-se histórias marailhosas e partilham-se momentos muito bons. Na estrada, que eu adoro, este convívio é muito mais difícil. Pelo menos, para mim.
No que toca ao resultado efetivo, corri quase 15 km em 01:25:37. Ou seja: 69.º numa geral com 419 atletas. O que me importou mais foi o que ganhei: uma bela experiência, muita conversa e um "compincha" da estrada. Ou muito me engano ou terei muito a aprender com ele.