Não há duas sem três, já diz o ditado. Por um lado, parece que virou hábito (mas eu sei que não virou), por outro, custa a cada tentativa.
No passado domingo tive mais uma prova de 10 km. Foi em Coimbra e contou com 454 corredores e muitos caminheiros (foi a prova em que estive com mais gente até agora e confesso que me incomodou um pouco. Apesar de muita gente achar que sim, esta bodega ainda não terminou).
Voltei a fazer menos de 40 minutos aos 10 km e isso deixa-me muito feliz, mas também sei que foi por pouco, que baixei um pouco o nível entre os 7,5 km e os 8,5 km e que foi a prova mais dura de todas até ao momento.
A prova tinha alguma dureza, sobretudo, pelas duas subidas no acesso à ponte Europa. Assim sabe melhor ainda. Dia bem soalheiro com muita gente a marcar presença e um Parque Canção bem recheado de desportistas.
Entre eles, bons velhos conhecidos da equipa e, claro, o bom amigo Filipe. É sempre um regresso aos tempos de ensino básico.
Voltando à prova, tive algumas situações curiosas: primeiro, na inscrição colocaram-me na grelha C (para quem faz entre 45'-50'). É apenas um papel, é certo, mas já fiz mais de dez provas desta organização e, salvo erro, só por duas vezes fiquei acima de 45'. Não percebi, confesso. Qual o problema disto? Tive de partir mais atrás e isso é sinónimo de confusão para poder passar para zonas com menos gente. Felizmente, ouvi o Filipe e cheguei-me mais à frente.
O segundo ponto curioso: um dado colega de equipa, mais velho e que, até dezembro de 2021 sempre correu mais rápido do que eu e agora já leva quatro provas atrás de mim, deu-se ao trabalho de se vir meter comigo, sendo que a dada altura, meteu um "mas tu estás mais gordo do que há uns dois ou três anos, não estás?" (Não estou, chama-se massa muscular, não é relevante, mas percebi a intenção dele e só gostava que percebesse o mal que pode fazer a quem já passou por problemas de peso. Felizmente, nada daquilo me afeta agora. Foi só triste e, ainda por cima, sempre o vi como um grande atleta e como uma referência de corrida. É engraçado como as coisas mudam).
Fica ainda a referência a alguma desorganização (reincidente) por parte da organização. Recorrem a sistemas de categorização dos tempos mas não têm em atenção os registos das provas deles. Seria muito mais fácil, porque se trata de muitos atletas que correm as 4 estações todos os anos. Mais um atraso de 10 minutos na partida. Estamos em Portugal, claro, mas não pode ser desculpa.
Já não é a primeira vez, mas senti que não se deu muita importância à obrigatoriedade de máscara. Isso estava escrito, mas houve muitos atletas a não usar. Por último, não percebo como é que uma organização oleada e estruturada não consegue ter chips nos dorsais. É tudo à unha e com base na boa fé...
No fim de tudo, fica mais uma boa prova, um excelente domingo e mais um registo abaixo dos 40', num desempenho onde comecei muito bem e mantive um ritmo elevado até perto dos 07 km. Consegui, a dada altura, ir taco a taco com a atleta feminina do Marítimo e que foi a vencedora das mulheres. Aliás, em tom de orgulho, digo que consegui ir à frente dela desde os 06 aos 09 km. O que mudou? Ela cerrou os dentes e teve um desempenho extraordinário, foi sempre muito regular e, na verdade, foi o meu farol quando vinha atrás dela. Ela foi e é uma excelente atleta (estava a ser acompanhada pela Federação Portuguesa de Atletismo).
Moral da história: fiquei muito feliz, foi um percurso mais duro, mas consegui ficar em 38.° lugar num total de 454 corredores (fui o 17.° do meu escalão).