A lógica jogou a sua cartada...
João Silva
Esta publicação tem como propósito falar-vos do meu "currículo associativo" como atleta: conforme já referi, comecei sozinho. De forma individual. Ainda hoje treino sobretudo assim.
Pela minha disponibilidade e pela minha agenda, sempre foi óbvio que estaria sozinho durante algum tempo nesta aventura.
E aqui, deixem-me que vos diga, em tom autoelogioso é verdade, que é necessário haver uma grande motivação própria para enfrentar chuva, frio, noite, madrugada. Mas foi algo que o próprio gosto pela corrida ajudou a alimentar. E, por conseguinte, nem senti esse "peso".
Corri sempre que quis, por onde quis e como achei mais correto e útil para mim. No que toca à definição do próprio estilo de corrida, foi muito importante.
Nas provas, inscrevia-me como individual.
Assim foi até setembro de 2017. Na minha cabeça, começava a surgir um "bichinho" para tentar encontrar uma equipa próxima da minha localidade, onde pudesse trocar ideias com quem tinha mais experiência e que me permitisse evoluir e absorver mais conhecimento. Na minha fase "solitária", fazia as provas e, à exceção de um ou outro conhecido, não partilhava opiniões com mais ninguém. Não só nesta fase, mas essencialmente aí, a minha esposa era uma confidente desportiva, a pessoa com quem partilhava as minhas ideias sobre as corridas.
Juntando o útil ao agradável, na sequência de uma conversa com dois conhecidos de uma ótica em Condeixa, fui convidado para fazer parte da Casa do Benfica de Condeixa.
Após alguma deliberação, aceitei. Não tinha nada a perder.
A certa altura na evolução de um indivíduo ou de um desportista, é necessário dar o passo seguinte. Alargar os horizontes. E houve um certo carinho que sempre senti por parte de alguns colegas. Foram algumas as boleias que me deram, o que serviu para trocar impressões, para estreitar laços.
Contudo, ao longo do ano de 2018, fui-me sentindo novamente sozinho. Não pelos treinos, porque aí sempre corri dessa forma, mas pelo frequente afastamento que fui notando em relação à direção. Percebi a dada altura que não poderia continuar num sítio onde não me identificava com as linhas motrizes da coletividade. Na minha cabeça, surgiram duas opções óbvias para mim: ou mudava de equipa ou regressava às raízes. Ou seja, descia novamente à categoria individual.
Com base nos conhecimentos pessoais que fui amealhando, "sondei o mercado". E encontrei a equipa onde estou atualmente, a ARCD Venda da Luísa.
A dimensão assusta. São perto de 80 atletas mais os diretores. É uma família. Tal como me foi dito na altura. E a verdade é que continuo a treinar sozinho, mais por "culpa" minha, mas encontrei nessa associação o canto certo para evoluir, não só pelas condições que nos são oferecidas como pelo interesse manifestado na nossa evolução e no companheirismo que se vivencia.
Não sei como será o futuro, mas sinto que a minha decisão se mostrou acertada.
O conhecimento que já absorvi, por vezes só através da observação, tem sido gratificante. Ter conhecido uma espécie de guru das maratonas, o "mestre" José Carlos Fernandes, valeu muito a pena (sem qualquer.desprimor para com os outros colegas). E, aconteça o que acontecer no futuro, terá sido sempre com a camisola da ARCD Venda da Luísa ao peito que terminei as minhas duas primeiras maratonas oficiais.