Nota prévia: a Diana tem fobia de cães. Não, não é simples medo, não é algo que passe ou mesmo giro, como algumas pessoas verbalizam. É algo que a paralisa e bloqueia.
Ao longo dos anos, aprendi a lidar com isso e a servir-lhe de guardar em situações de aperto. As coisas até já estão menos más para a Diana do que já foram no passado.
Na categoria de insólitos na corrida, há umas semanas fomos correr um pouco por volta das 21h30. Já tinha feito o meu treino de manhã, mas não perco uma oportunidade para estar presente quando a Diana pratica desporto, pelo que aceitei o desafio.
Estávamos todos contentes perto do terminal, que é uma zona mais recatada, e a Diana diz-me "vou correr mais um pouco". Começa a correr e nem 10 segundos depois só ouvimos uma "esfregona" de quatro patas a ladrar e a correr na nossa direção.
Assustada, a Diana passou logo para trás de mim, tentando explicar à dona da cadela, que se encontrava num carro com a porta aberta, que tinha fobia. Eu acabei a servir de escudo humano e tentei enxotar o animal. A dona só pedia calma, mas garanto que estava mesmo pronto a dar-lhe uma sandes de biqueiro, caso me atacasse. Adoro animais, sobretudo, cães, mas irrita-me que me digam "ele não faz mal", "não morde", quando eles estão claramente num ponto em que me vão arrancar uma perna.
Sabem aquele orgulho com que os pais ficam em situações semelhantes e que acabam com os filhos a dizer "foste muito forte, pai"? Senti-me assim...mas também foi porque o canídeo não era um pastor alemão.