Ora bem, o muito estimado Último comentou um dos meus textos e deixou lá uma "encomenda" para mim há muito tempo: explicar em que medida a impossibilidade de participar em provas como meias maratonas mudou a minha forma de treinar. Perguntar a um cego se ele quer ver, portanto.
Muito tempo depois, porque a paternidade não deixou antes.
Podia dizer que não tinha afetado e que tina continuado tudo na mesma.
Na verdade, afetou, porque deixou de haver uma preparação específica.
O caso do adiamento da maratona do Porto ajudou a retirar importância à ausência das outras provas.
No entanto, sendo honesto, este meu 2020 já era visto como um ano de transição.
Com o Mateus a caminho, já sabia que não ia poder competir muito, logo, não ia ser muito afetado!
E como comigo as coisas dão a volta, acabei por treinar o dobro, sem grandes restrições e por usufruir de momentos maravilhosos na natureza. Felizmente, não rejo os meus planos pelas provas, ou seja, não fiquei limitado, "a pé", portanto.
Na eventualidade de fazer a maratona do Porto, caso não tivesse sido anulada, estava a pensar fazer umas duas ou três meias maratonas de preparação. Todavia, depois da disseminação da pandemia, já sentia que não seria assim.
Resumindo a ideia base: deixa-me entristecido não poder fazer meias maratonas nos próximos meses porque são sempre provas muito agradáveis. No entanto, desde janeiro deste ano que já estava a treinar sem contar com isso, pelo que a pandemia nada alterou a esse nível.
Sabendo que não iria competir, o meu objetivo passava por acumular o maior número de km possível. Queria passar os mais de 4000 km que corri em 2019.
Tanto assim é que acabei por não treinar tanto a técnica e por apostar mais na resistência e nos treinos longos.
Estava tudo bem encarreirado, mas depois foi obrigatório recolher e aí afetou mais.
Continuei a treinar, mas em casa. Só voltei a correr a sério no finalzinho de maio.
Ainda assim, como se pode ver na imagem (só tem os dados até agosto), não corri tão pouco como isso.