O que trouxe de diferente 2022?
João Silva
Nem sempre percebemos se aprendemos mesmo alguma lição com algo que nos aconteceu.
Era uma expectativa que eu também tinha em relação a mim.
Depois da lesão, houve algumas mudanças no meu interior. Fiquei mais consciente dos problemas que posso ter se abusar. Claro, desde logo, isso tem-me custado os treinos de longa distância. É algo que me faz mesmo muita falta.
Como forma de substituição, passei a integrar mais provas na minha agenda e isso ajudou-me a criar um foco diferente.
Se antes de me lesionar chegava aos 600 km/mês, depois desse episódio procuro treinar bem e dar a dose certa de descanso ao corpo. O aparecimento dos resultados dessas mudanças também acaba por as alimentar.
Em princípio, o segundo semestre será mais rasgado por causa da maratona. É também uma altura em que faço algumas meias maratonas. Tudo isso requer uma preparação mais exigente.
Ainda assim, até aqui, tenho adotado treinos intensos mas com uma duração que não seja superior a 60 minutos e por treinos longos que não passem dos 90.
Não corro todos os dias. É algo que me custa, mas também tenho de reconhecer que os dias em que não corro são de treino, primeiro porque potenciam o descanso ativo e depois porque trabalho o reforço muscular.
No futuro pretendo chegar aos seis dias de corrida, mas por agora vai funcionando bem assim.
Esse foi e é o dilema: como tem funcionado bem, posso acabar por estragar. Também por isso é bom preparar provas diferentes, obrigam-me a sair de zonas de conforto.