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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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01
Set20

Ai o que o sono (ou a falta dele) faz a este rapaz!


João Silva

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Acabámos o mês passado com as aventuras ligadas ao Mateus e é com outras peripécias do género que comecamos agora este.

Ao longo dos últimos meses foram muitas as aventuras associadas à falta de descanso. Tudo by Mateus.
Só para vos deixar com um certo sorriso alheio de "já todos passámos por isso", escolhi alguns episódios:

Ainda estávamos no primeiro mês, de madrugada, chego-me perto da esposa e com as mãos em arco pergunto-lhe "onde é que o ponho?". Ela olha para mim incrédula, viu que não tinha nada nos braços (o bebé estava a dormir) e mandou-me deitar. Acatei a ordem.

Certa madrugada de adormecimento difícil, lá conseguimos derrotar o sono do rapaz, eis que ele começa a palrar. Meio a dormir, já deitado no meu lado da cama, solto um "já? Ai, f***-**!".

Tambem de madrugada, sempre essa abençoada, e depois de sessão de berraria, digo à esposa, "tenho de ir ao WC, preciso que o agarres". Tudo muito bem, mas o Mateus estava ao colo dela e não ao meu.

Num final de tarde, após ter passado a roupa do Mateus a ferro, comecei a adormecer para cima da tábua. A querer despachar-me para irmos dormir (às 21h!!), fui arrumar os bodies do rapagão cá de casa...na gaveta das meias da mãe. Só descobri onde está alguns dias mais tarde.

Por último, numa noite de fortes choros do Mateus, acordei sobressaltado e fui mudar-lhe a fralda. Tentei de tal forma apressar tudo que lhe vesti a parte de trás das calças virada para a frente.

Fico curioso para receber aqui histórias que tenham acontecido convosco.

 
15
Jul20

E não é que já é um lutador?


João Silva

Esta é a história de um menino que nasceu a 30 de abril de 2020.

Dá pelo nome de Mateus e já leva 2 meses e meio desta vida.

E o que já salta à vista?

É que o rapaz é incansável. Sim, não sei onde foi buscar a ideia de que era fixe lutar contra o sono.

Aparentemente, é comum isso acontecer com os recém-nascidos. Este não fugiu à regra, mas o que eu (nós) não sabia era que bater em si próprio e arranhar a própria cara era uma estratégia infalível para evitar esse bicho do demo que é o sono.

Ainda funcionou durante algum tempo. Até que os papás, sim, esses seres que nada têm contra o sono e que, tomara eles, só queriam era poder dar-se ao luxo de ter sono a mais, isto é, o stock já reposto e a transbordar, lá começaram a perceber que aquela mão direita a levantar era sinal de ataque aos próprios olhos.

Além das mãos, outra ferramenta muito especial para conter essa "doença" chamada dormir é, ao que consta, esbugalhar os olhos.

Mais uma vez, foi bastante curioso o pai deste menino Mateus procurar embalá-lo na sala, em plena madrugada e às escuras, e sentir "dois faróis" a mirá-lo e a tentar hipnotizá-lo.

É caso para perguntar: mas que mal te fez o sono, rapaz?

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19
Set19

E à primeira oportunidade, charco com ele


João Silva

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Mais um momentos da categoria "isto só a mim".

Primeira prova oficial a correr em trail.

Foi no dia 01 de abril de 2017 na terra da minha esposa, Bajouca, no distrito de Leiria.

Nesse dia, contei com a presença do meu bom amigo Filipe Coelho.

Nada mais oportuno do que deixar logo a marca.
A prova foi exigente, adorei-a, mas, nos primeiros 5 km, fui "alvo" de uma situação digna de registo: passámos por túnel e, no lado da saída, deparámo-nos com um "lago" de lama misturada com estrume. Na verdade, era lama de esgoto.

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Como não ia na fila dos primeiros, o terreno já estava muito massacrado e aquilo parecia uma piscina de terreno movediço.

Assim que coloco um pé, fico enterrado até aos joelhos, desequilibro-me e zás, toca a tomar uma banhoca no meio do charco.

Restou-me levar a prova a bom porto no meio daquele odor fétido e daquela lama toda bastante incómoda espalhada pelo meu corpo.

A camisola era branca. Era. Depois ganhou uma coloração bem mais interessante.

Como se não bastasse, rasguei uma das perneiras. É o único rasgão que tem. Até agora, a boracha de absorção do impacto nunca saiu. Oxalá continue assim.

 

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13
Set19

Atrasado, perdido e cego


João Silva

Mais uma história daquelas que merecem ser contadas.

E é também mais uma em que se pode utilizar na perfeição o ditado "contado ninguém acredita".

Em abril deste ano, fui finalmente estrear-me como corredor no distrito de Aveiro.

Meia maratona de Ílhavo, dia chuvoso.

Decidi que era boa ideia sair de casa 1h30 antes da prova. Ideia peregrina, ainda para mais, quando nunca tinha conduzido para aquelas bandas.

O enredo jeitoso teve início ainda antes da partida, porque escolhi uma estrada no GPS e nem me apercebi que me ia mandar para um percurso a passar por Montemor em vez do típico IC2 a cruzar Coimbra.

Dei conta do erro nessa manhã, perdi imenso tempo, porque tive de voltar para trás e de redefinir a rota.

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Como se não bastasse, na zona da Anadia, distraí-me, não tomei atenção ao GPS e voltei a perder-me.

Tinha pedido à minha colega Lígia para me levantar o dorsal. Foi a minha sorte.

Só cheguei a Ílhavo 15 minutos antes do início da corrida. Foi tempo de procurar estacionamento numa zona completamente lotada e de ir buscar o papel mágico para conseguir correr.

Como não tenho juízo nenhum (ou muito pouco), achei boa ideia tirar umas fotos primeiro, aqueci no trajeto para ir buscar o meu dorsal. Como se não bastasse, deixei o meu porta-dorsal no carro e, para não furar a camisola, tive de voltar ao dito.

A chuva, sempre impiedosa, não me deixava ver nada com os óculos. Conclusão: mais uma prova sem aqueles vidros bem importantes.

Foi remédio santo. Nas outras provas fora da minha localidade, saí de casa perto de 03 horas antes da dita.

Em relação à de Ílhavo, ou muito me engano ou terá sido a primeira e última. Não gostei do percurso, não apreciei a prova no geral e, verdade seja dita, também não estive ao meu melhor nível.

05
Set19

O rei ficou (todo) nu


João Silva

Primeiro, esta história insólita só poderia ter acontecido num dia tão especial: 04 de novembro de 2018.

Foi o dia em que corri a minha primeira maratona. Choveu copiosamente. Olhando bem para a grande maioria das histórias curiosas que tenho vindo a partilhar neste espaço, diria que um dos pontos em comum entre todas elas é o facto de ter chovido imenso.

Acabei a prova toda encharcado.

No início, os colegas com quem fui foram inteligentes ao ponto de encontrarem umas espécie de capas plásticas que a organização estava a ceder, prevendo já o que iríamos enfrentar.

A minha esposa ganhou a lotaria: ficou com a dela e com a minha. Ainda assim, isso não a salvou de ficar ensopada. 3h30 à espera do marido é obra. Merece uma estátua e muitos elogios, porque nem toda a gente se prestava a isso. Por essa mesma razão, uma vez mais: muito obrigado, meu amor.

Se a história dela desse dia já foi caricata, pois andou de um lado para o outro para me ver passar, a minha não foi menos.

Já com a medalha de finisher ao peito, vi-me grego para encontrar a "barraca" onde era suposto gravarem a laser o tempo da prova. Era olhar à volta e ver zero, ou, como diria Jorge Jesus: "bola".

Não sei quanto tempo passou, mas sei que a hipotermia me estava a querer fazer companhia.

Fizemos cerca de 1 km para chegar ao carro do Zé Carlos, mas antes foi necessário parar para tomar o café imperativo e uns rebuçados para a esposa. Ela merecia um camião imenso de coisas apetitosas, tendo em conta o que passou.

Beber o café com os dentes a bater no copo só serviu para me aquecer a alma. O corpo teimava em manter-se gelado.

Chegados ao carro, eu não poderia entrar. Jamais ia lá para dentro e molhava o carro todo ao meu colega de equipa.

Solução: ainda se lembram das capas plásticas do início? Exato, a esposa ainda as tinha, tirou-as e colocou-as à minha volta para que pudesse trocar de roupa. É verdade que foi uma excelente ideia, mas não me permitiu fugir ao embaraço de ficar todo nu em plena Invicta e de ter sido confrontado com os olhares de outros atletas que se dirigiam aos seus veículos.

Nunca fui muito envergonhado, mas não deixou de ser uma experiência muito curiosa num dia tão especial.

Acho que numa me vesti tão rápido. E não, não trouxe a capa como recordação.

E já me esquecia: foi a primeira prova que fiz com a camisola da ARCD Venda da Luísa.

Outra particularidade inesquecível.

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