Hoje é o penúltimo dia de 2019.
Como sempre, um ano intenso. Habitualmente, defino as minhas metas para cada ano. Gosto de me orientar dessa forma, sinto que consigo atingir melhor os meus propósitos.
A nível inteiramente pessoal, posso dizer que, na generalidade, cumpri, embora tivesse falhado em alguns pontos cruciais. Matéria a melhorar, portanto.
Não acredito que um ano vai ser bom para nós, defendo, pelo contrário, que temos de ser nós a torná-lo bom ou mau.
Porém, não é isso que me traz aqui, a este texto.
No fundo, o meu propósito é colocar um ponto final em 2019, em termos desportivos.
Treinei o que tinha de treinar e sinto que chego ao fim precisamente como queria.
Sem fugir à regra e aos clichês, altos e baixos de sobra, mas, vendo para lá dessa "cortina de fumo", foram 12 meses em que pude finalmente realizar o sonho de experimentar uma bicicleta de ciclismo de estrada, pratiquei ioga, tornei-me amigo mais "íntimo" do pilates e dei continuidade à meditação. Adotei novos exercícios, corri sem e com destino, vezes e vezes sem conta, com chuva, sol, vento e tudo o que poderia aparecer. Tive umas incursões por serra, descobri novos caminhos, novos trajetos.
Como não podia deixar de ser, fui muito feliz na estrada, mesmo quando as coisas não correram bem e exagerei na carga ou estive em baixo de forma.
A maior aprendizagem que levo para 2020, esse ano que se prepara para me pôr verdadeiramente à prova e que será um teste à minha personalidade, é a de que é possível reverter tudo. Com a ajuda da pessoa mais importante da minha vida, a minha esposa, consegui fazê-lo em aspetos pessoais.
Modéstia à parte, com a minha sede de conhecimento, com as minhas observações e pesquisas, sem esquecer em momento algum a minha capacidade de sacrifício, consegui também mudar cinco meses de forma deficitária para sete meses fantásticos. Por várias vezes, quebrei a barreira dos 300 km corridos num só mês.
É muito alcatrão, é uma terra, são imensas horas à procura. Foi isso que fiz: procurei-me este tempo todo, houve momentos em que me deixei perder ou em que perdi mesmo o controlo, mas onde fui muito feliz. A esse nível, deixo aqui uma frase que me enche o coração: "só ganhei porque perdi".
2019 foi um ano de claro e puro amadurecimento como atleta. Invariavelmente, como homem. Se mudava algumas coisas? Sim, mas não muitas. Não atingi tudo como queria e nem as coisas aconteceram na totalidade como antevira, mas consigo estar grato pelas oportunidades de que beneficiei e por ter alguém que me "permita" voar e capaz de querer voar comigo e ao meu lado.
Aproveito o momento para vos desejar uma excelente noite de passagem de ano e para vos agradecer pelas vossas incursõesn este espaço, criado em abril de 2019. Se hoje é o meu veículo de comunicação com o mundo, a vocês o devo. Faço votos para que não se cansem e para que por cá continuem. Por fim, deixo uma curiosidade incrível: em abril/maio de 2020, haverá outro nascimento na minha vida...e não é de um novo blogue...portanto, desde já, sei que o meu 2020 será um ano de renascimento, de reinvenção e de muitos desafios...como nunca enfrentei na vida. Que assim seja e que nunca perca esta paixão pela corrida. O atletismo tem-me dado mais do que eu alguma vez poderia imaginar.
Feliz passagem de ano para todos.