Sem tempo para perder tempo
João Silva
Algum dos meus leitores já viu um dos vídeos de apanhados da TVI no YouTube em que um senhor diz que tem de ir embora porque tem uma consulta às 5 horas e, atrás de si, a sua casa está a arder?
Em algumas situações, sou um pouco assim.
Está quase a fazer um ano que fui vacinado contra a Covid-19. Já sabia que poderia ter de abrandar o treino do dia seguinte devido aos efeitos secundários.
Felizmente, o meu único efeito foram dores no braço, situação que se complicou um pouco durante a noite.
Mas, mesmo com dores, este menino deixou de ir treinar? Qual quê!! E tomou paracetamol como lhe tinha sido recomendado? Sim, só que não. Evitou, evitou, evitou (porque tinha medo de não ouvir o despertador para ir treinar).
Ao recordar o episódio, percebo que aquilo que aconteceu foi "João Silva". Eu sou assim. Tantas vezes. Se tiver algo previsto/agendado/programado, fico obstinado e posso estar a cair de podre, mas tem de ser.
A minha avó falava muitas vezes em "antes partir que vergar".
Eu vergo.
Eu vergo muito e muitas vezes.
Mas também tenho uma parte de mim que prefere forçar até partir.
Aquilo que sinto é que não tenho tempo para perder tempo, mesmo que isso seja benéfico para mim.
É um defeito terrível. Também lhe chamo obstinação (e, em alguns casos, persistência, vá).