Revelar é pressionar?
João Silva
Quando falei das superstições, mencionei um aspeto que procuro preservar sempre que possível: regra geral, não digo às mais variadas pessoas quantos quilómetros vou percorrer, quando estou em vésperas de treinos longos.
Por exemplo: se souber que vou correr mais de 30 km no sábado, caso converse com algum colega ou conhecido, procuro não dizer exatamente quantos quilómetros serão. Contudo, não o faço por egoísmo ou por não querer a companhia de outros colegas. Nada disso.
Faço-o para não dar "azar", aqui está a parte da surpestição, porque acredito que pode agourar e porque gosto de mostrar o que foi feito não de criar expectativas sobre o que tenciono realizar: por um lado, não gosto da pressão adicional que isso vai gerar e, por outro, porque acredito que primeiro se faz e depois se diz, não o contrário.
Ao revelar os planos, sinto-me pressionado e, por exemplo, se sentir dores fortes nos músculos ou se as coisas não estiverem a correr bem, sinto a obrigação de fazer o dito longão "apenas" para manter a minha palavra, em vez de repousar ou de fazer algo que seja mais benéfico para o organismo.
Por essa razão é que falo em pressão, não tanto proveniente dos outros, mas, principalmente, por ter a necessidade de cumprir aquilo que "disse".
Resumindo: prefiro dar conta do que fiz e falar nisso após a execução em vez de fazer "propaganda" a algo que, por este ou outro motivo, pode não chegar a acontecer.
Mais alguém a fazer parte deste grupo?