Reeducação alimentar traduzida
João Silva
Quando me perguntavam ou perguntam o que fiz para emagrecer (na altura, em finais de 2016), falava e falo em reeducação alimentar.
Mais do que dietas parvas e efémeras, procurei um sistema que assentasse em mim e que se traduzisse na minha forma de comer.
Uma dieta é passageira, um hábito alimentar fica.
Claro que, como qualquer plano alimentar, precisa de tempo para se consolidar e de muita força de vontade.
Em termos concretos, naquela altura não deixei de comer. Na verdade, reduzi quantidades e passei a utilizar alguns esquemas. Sempre adorei legumes e vegetais. Portanto, num dos casos, para encher o prato, recorria aos ditos. A fruta também começou a abundar. E sim, tive e tenho consciência da frutose e Bla Bla Bla. Esse argumento é fútil porque entre comer duas nectarinas e um pudim de compra a escolha é óbvia (e, volvidos cinco anos e meio, mais ainda). Para que conste, optava e opto pela fruta. Li muito para perceber por que razão comi assim ou assado. A chave de tudo, e que serviu para me dar confiança, foi mesmo a informação.
É vital escolher fontes credíveis, por exemplo, de entidades de saúde públicas.
Com o passar do tempo e com o aumento da importância da corrida na minha vida, fui deixando naturalmente algumaa comidas de parte. Comecei por eliminar o açúcar do café (dia 18 de março de 2017). Cerca de um ano depois, comecei a despedir-me do açúcar em comidas doces. Passei a fazer bolos de caneca e alguns doces apenas com fruta, principalmente, com banana ou tâmaras.
Pelos objetivos que tinha e tenho na corrida comecei a desinteressar-me por completo das comidas e bebidas açucaradas.
Mais tarde, quando percebi a sua cidade absurda de ingredientes desnecessários de alguns alimentos, deixei os processados. Aqui também englobo o pão de compra em superfícies comerciais. Podem ver que, em alguns casos, o pão leva dextrose (um açúcar muito presente nos produtos processados) e um sem número dos chamados "E". Ora isso também aconteceu porque comecei a fazer o meu pão em casa. Já assim é desde meados de 2019. Só uso fermento de padeiro, água, sal e farinha sem fermento.
Outra coisa que já faço há muito tempo são os iogurtes. Só preciso de leite magro e de iogurte magro e, com 8 horas de fermentação na iogurteira, consigo obter 7 ou 8 iogurtes. Já assim é desde 2017.
Adoro papas e gelados. Mas não os compro. Faço em grandes quantidades em casa. Faço papas com aveia, água, coco ralado, cacau e pedaços de maçã. Ou as famosas papas de aveia e banana. Quanto a gelados, um iogurte e mirtilos no processador de alimentos e já está pronto para ir ao congelador. Ou ainda: uma banana e manteiga de amendoim e ala para a arca.
Por último, este foi outro aspeto que mudei. Primeiro, consumia manteiga de amendoim de compra. Depois passei a ler rótulos e a ver que muitas marcas juntavam óleo de palma para emulsionar e dextrose para adoçar. Portanto, só tinha um remédio: fazer em casa. Um pacote de amendoins, descasco o dito e levo ao processador de alimentos durante uns 15 minutos. Fica uma maravilha.
Faltam as bolachas. Adorava as de água e sal e as Maria. Ambas tinham muita gordura na sua confeção. Pesquisei e aprendi a fazer bolachas saudáveis com aveia, coco, tâmaras, cenouras, pepitas de cacau, mirtilos, rasoas de laranja, etc.
E pronto, esta foi a evolução do processo desde novembro de 2016.
Se dá trabalho? Sim, tenho de preparar sempre alguma coisa, não posso "não ter", porque se tiver fome, preciso de ter "produto". Mas é também uma garantia de qualidade daquilo que como. Isso não se paga.