Podes abusar mas o corpo mete-te no lugar
João Silva
Mais uma daquelas verdades que me foram impingidas há pouco tempo pelo meu corpo.
Após a maratona em novembro, como estava previamente definido, abracei uma semana de recuperação ativa. O corpo precisa sempre de um desmame, sobretudo, depois de meses de preparação para uma prova daquela natureza.
Não parei o exercício e nem isso é desejável, mas não corri durante 10 dias. Fiz bicicleta estática, caminhadas e muito trabalho de reforço muscular.
Curioso ou não, gradualmente, deixei-me cair novamente em sobrecarga e, o mais tardar quando retomei a corrida, dei por mim a exagerar. Aos treinos de corrida, juntei, sessões longas de bicicleta estática e ainda sessões extra de reforço muscular.
Não precisava, não era necessário e acabei por me prejudicar, pois voltei a sentir o corpo com muitas dificuldades de recuperação, eliminei folgas. Enfim, uma montanha russa de disparates sem nexo nem explicação óbvia que resultou num desgaste grande.
E pronto: atingi um novo máximo negativo - o corpo foi obrigado a recusar-se a fazer determinados treinos. Não reagia mesmo ao que lhe pedia e, pior, ofereceu-me umas belas dores problemáticas nas virilhas, ancas e canelas.
Como não podia deixar de ser nesse caso de subrendimento, foi abraçado por irritabilidade extrema.
Acho que aprendi a lição, daí a umas semanas consegui reverter a situação, oferecendo-me uns miminhos son à forma de descanso.
Sei que foi errado e que mais não é igual a mais no desporto, pelo menos, como eu faço. Também tenho noção de que não precisava e de que não cometi qualquer deslize alimentar. Nada mesmo. Mas sei que o fiz por medo de perder o controlo e porque preciso de andar sempre disciplinado.
Deu asneira, mas o corpo tratou de me pôr novamente na linha.