Passaram dois anos e a primeira continua a ser a mais especial
João Silva
Numa altura em que já teria feito a quarta maratona oficial, caso não houvesse pandemia, importa recordar aquele dia em que passei a ser um maratonista oficial.
Foi a 4 de novembro de 2018 no Porto.
O tempo foi bom (3h33m), mas foi tudo o resto que me encantou: começou pelo companheirismo na viagem com o Zé Carlos, a Sara, o Paulo e a minha querida esposa Diana (claro que ela não poderia faltar num dia tão especial).
A semana anterior à prova com algum nervosismo natural e direito a deitar bem perto das 21 h para ter o corpo num brinquinho.
Viagem a partir de Condeixa com o Zé Carlos ao leme, tudo isto, por volta das 6 horas da manhã.
Muitas histórias, muita animação, tudo novidade. Alguma ansiedade, mas dentro de mim crescia a sensação de que poderia acabar a prova e fazer um bom tempo.
Chuva, muita chuva, logo desde o início, para nos bafejar na chegada ao Porto.
Ansiedade, coração a palpitar, olhos esbugalhados a querer absorver tudo, uma criança aos saltos por dentro.
Arranca a prova, a Diana ficou à nossa espera debaixo de tremendas chuvadas, pensamento nela, foco e prazer. Foi puro prazer o que senti nas ruas daquelas duas cidades (Porto e Gaia). Senti-me em casa, eu que adoro aquelas duas terras e que já lá tinha passado algum tempo durante a universidade.
Uma comunhão sem igual com o público, os incentivos sempre que via o Zé Carlos e a Sara durante o percurso e explosão emocional à chegada.
Chorei tanto, mas tanto, que as minhas lágrimas se confundiram com a chuva.
Um dia feliz para mim. O dia do meu renascimento como homem e em que percebi que tudo o que estava para trás tinha valido a pena. Tantas horas de treino para aquilo, uma das minhas maiores proezas como ser humano.
Pouco para muitos, imenso para mim.