Ode à importância
João Silva
É algo de completamente merecido, fazer este reconhecimento público das pessoas que foram e têm sido muito importantes nesta minha caminhada.
Porquê agora? Porque nunca é tarde de mais, porque mais vale tarde do que nunca e porque já lhes transmiti pessoalmente o quão grato lhes estou/sou pelo apoio e pela ajuda.
Antes de os revelar publicamente, gostaria de dizer que, por uma questão de justiça e correção, não vou destacar nenhum colega da equipa ARCD Venda da Luísa em particular. Apesar de ser natural e de ter mais empatia por uns do que por outros, não é correto alimentar desavenças publicamente.
Acho que já é seguro dizer que se percebe ao longe as pessoas com quem convivo mais no seio do nosso grupo e aquelas que são muito importantes para a minha evolução como atleta e como homem.
Retomando aqueles pilares mais pessoais, revelo os meus cunhados.
Desafiei-os para a primeira caminhada em trail, em novembro de 2016. Foi aí que fiquei apaixonado por este desporto, embora depois tivesse inclinado em definitivo para a estrada.
Além dos incentivos que me deram, foram os meus compinchas das primeiras caminhadas em eventos do género. Juntos, palmilhámos o Sicó, subimos as Colmeias, desfrutámos da cascata seca de Pombal e descobrimos o quão pequena é a Venda da Luísa. São apenas alguns exemplos de locais onde caminhámos juntos em provas.
Eles acharam tanto que isto podia funcionar e que eu devia ser levado a sério na minha tentativa de mudar de estilo de vida que me desafiaram para a primeira corrida numa prova de estrada. Era a 4 estações da Figueira da Foz. Março de 2017.
Jamais me esquecerei disso, dos incentivos e "gritos" quando passava por eles nas provas em que faziam caminhadas. Tirando a minha esposa, foram os primeiros a acreditar em mim. Confesso que sinto falta de os ter por perto nas provas, de confraternizar e de tirar fotos na meta, depois de a termos cruzado.
De seguida, uma palavra de agradecimento aos meus sogros por me apoiarem, por acautelarem transporte quando eu ainda não conduzia para ir às provas e por se preocuparem com o meu, com o nosso, bem-estar. Foram os únicos a ligar depois da maratona. Além disso, quando os vamos visitar, é a casa deles que "suporta" e alberga os meus treinos funcionais.
A minha cunhada mais velha também procura saber como correram os eventos mais importantes e sei que conto com o seu apoio.
Saindo do seio da família, tenho de referir o meu amigo Filipe Coelho. Foi a primeira pessoa com quem treinei e foi graças à corrida que nos reencontrámos ao fim de tantos anos. Tenho pena que ele já não resida na mesma vila que eu, mas é sempre bom vê-lo e torcer por ele nos seus trails. Fiquei genuinamente feliz por ele ter passado a ultra no trilho dos Abutres, em junho passado.
Para último, ficou a pessoa que dá brilho aos meus dias, que me faz acreditar quando é muito difícil, que acredita mais em mim do que eu próprio, que me acalma, que me leva em pontas, que esteve e está presente nas provas mais importantes de todas, as maratonas, que me compra o equipamento, que insiste para que compre coisas que nem sonhava que me podiam ajudar a correr. A minha treinadora, a minha psicolóloga, a minha fisioterapeuta, a minha conselheira, a minha confidente, a minha companheira, a minha amiga, o grande amor da minha vida. Falo, como não podia deixar de ser, da minha esposa.
É difícil explicar a alguém o quão verdade é quando digo que tenho todo o apoio da minha mulher. As minhas vitórias são as dela e a minha vida nunca seria a mesma se não a tivesse comigo para partilhar estes momentos.
Mais do que as pessoas de fora, esta ode visou as pessoas de dentro, que estão e estarão comigo, que me ajuda e apoiam e me fazem acreditar que é possível.
Obrigado por serem tão importantes.