Hoje o corpo foi posto à prova — e a alma também.

Planeava 3h30 e 35 km, mas a vida quis testar-me mais: 3h48, 42 km de pura resistência.

Foram 21 km a subir, 21 a descer. As subidas queimaram as pernas, as descidas moeram o corpo. No fim, ficou a certeza: este treino foi o mais duro, o mais importante e o mais revelador de toda a preparação para o Gerês.

Não foi apenas corrida. Foi humildade perante a natureza, resiliência perante a dor e gratidão perante o que já conquistei.

A transformação é isto: perceber que as dores de hoje são insignificantes comparadas com a dor de viver parado, sem acreditar em nós.

Quando estava obeso, sentia-me preso num corpo que não me deixava viver. Hoje, com cada subida, aprendo a valorizar o que é ter saúde, movimento e propósito.

No espelho continuo o mesmo. Por dentro, chego outro: mais forte, mais resistente, mais vivo.

Transformar o corpo é uma conquista. Transformar a mente é liberdade.

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