Memórias (quase) perdidas IV
João Silva
Ainda hoje penso nisso com saudosismo, embora não me recorde ao certo do dia ou do mês em que tal aconteceu: basicamente, estou a falar do primeiro treino longão de 25 km que fiz, no ano de 2017.
Sei que foi na terra dos meus sogros, em direção a Carnide. O propósito era mesmo preparar a primeira meia maratona, na Figueira da Foz, em junho desse ano.
Além disso, a minha missão era "simular" o contexto de competição e os abastecimentos.
E como se simula uma competição a treinar sozinho? Simples, jogamos com a nossa cabeça.
Lembro-me perfeitamente de idealizar cenários em que "havia" atletas à minha frente e em que dizia a mim próprio "não faz mal, deixa-os ir, também vais lá chegar, não te importes com eles". Porque foi importante? Porque me permitiu dominar perfeitamente as influências "externas" no desempenho.
Foi crucial para treinar o meu foco, para não querer dar um passo maior do que a perna.
Esse treino foi igualmente relevante porque foi a primeira vez em que abasteci durante a corrida. Andava às "apalpadelas". Não sabia ao que ia nem o que me iria "afetar" no treino, pelo que levei cubos de marmelada e metades de banana numa bolsa à cintura. A juntar à festa, uma garrafa de água.
Num dia de sol, a marmelada não podia ter ficado bem. Assim foi.
Hoje, tirando treinos de 42 km, não preciso de mais nada além de água. No entanto, estava longe de poder imaginar que chegaria a este patamar. Não me arrependo de nada e voltaria a embrulhar a marmelada em película aderente.
A terminar esta memória, deixo ainda a nota de que cheguei ao fim daquele treino completamente estourado...mas ainda com força para mais 1h de treino de reforço muscular.