Mateus
João Silva
Nem acredito que fazes hoje 3 anos.
Custa-me a perceber como é que cresceste tão rápido, como te tornaste tão influente na nossa família, como derreteste e derretes os nossos corações.
Sei que és do mundo. Da minha parte, nada mais posso fazer do que dar-te ferramentas e valores para que possas seguir o teu caminho, que um dia descobrirás, de certeza.
É um luxo ter alguém como tu na minha vida. Uma grande dádiva que a vida me pôs nas mãos. É um prazer dos diabos perceber como já tens tanto teu em tão pouco tempo. Como já percebes as emoções. Como vives e como transmites a tua alegria de viver.
Escrevo isto aqui de propósito para ver se um dia, num futuro onde ninguém sabe bem como será a tecnologia, tu descobres o que o teu pai escreveu sobre ti!
E nem metade do valor e da admiração aqui vão. Nem eu consigo transmitir isso tudo e as palavras são um forte meu. Há coisas que as letras não explicam, que apenas a alma guarda.
Não te quero como companheiro, não te quero como amigo. Quero-te como filho, quero-te como ser humano. Devo-te isso!
Quando ficaste ansioso por regressar à escola depois das férias, percebi que te "perdi" no bom sentido. Já me voaste e ainda és tão pequeno. E é isso que eu mais quero. Que explores por ti, que vivas por ti! Sinto que o meu dever não é dizer-te como deves viver, mas sim estar aqui, estar pronto a ouvir-te, mesmo quando não concordar contigo.
Disse-te um dia, eras ainda mais pequenino, que não te podia salvar das dores, que só te podia dar o amor necessário para as aliviar. Pois que assim seja!
Não vejo a minha personalidade em ti, não quero nada disso. Não precisas de ser uma cópia, és um enorme original e muito valioso. Vejo apenas alguns traços de identidade que também tenho. Um deles é a necessidade de voar. E amar é deixar-te voar sempre com a esperança de que voltes!
Obrigado, meu pequeno, por enriqueceres tanto a minha vida!
E três anos são muitos anos, filho! São o início de uma bela vida. E oxalá que um dia possas ler estas palavras...