Manias ou necessidades?
João Silva
Parece muito ou pouco?
Vocês também têm uma "tonelada" de apetrechos?
São sobretudo os humoristas quem foca esta questão. Naturalmente, para efeitos discursivos, exageram quando dizem que agora os runners (deixámos de ser corredores) têm de andar com um camião de acessórios atrás. No entanto, está longe de ser mentira.
Falo por mim e pelo que vejo nas provas e nos treinos.
Há muito que bastava pôr uns calções, calçar umas sapatilhas e sair de casa.
Agora, antes de mais, pecisamos de rede. Sim, hoje em dia já ninguém sai de casa sem a sua aplicação de corrida ou sem o seu relógio GPS. É um "must".
Depois dessa obrigação, há uma espécie de lista de verificação dos acessórios a levar.
Os treinos e as provas já não correm da mesma forma, se não levarmos os nossos "talismãs" connosco na aventura. É um facto indesmentível. Até os mais velhos já se convertem a essa realidade.
Regra geral, tenho uma espécie de kit diário para os treinos sem o qual não passo (além das sapatilhas próprias e do equipamento básico): relógio GPS (OnMove), suporte para o telemóvel e, eventualmente, pulso com bolso para as chaves. Em relação aos suportes deixo isso ao "critério" do São Pedro: se chover, levo o laranja que vêm na imagem. É da Decathlon e é impermeável.
Só o uso porque a minha esposa é persistente e acho que precisava de proteger o telemóvel da chuva. No início, achava que ia ser impossível correr com aquilo preso às mãos. Não é. Revelou-se uma enorme ajuda nos dias de maior dilúvio.
Se for um dia dedicado às bátegas de água e ao frio de rachar, é perentório levar o gorro e as luvas. A verdade é que não protegem imenso, mas dão uma ajuda nos primeiros minutos.
Se o céu estiver azulinho e bem alegre, em vez desse, levo um mais prático, que comprei no Lidl. É almofadado, coloca-se no braço e tem compartimento para a chave. Nesse caso, deixo o pulso da Kalenji em casa.
Apesar de gostar muito do laranja, confesso que prefiro o preto da Crivit. Como se não bastasse e para ser "um homem dos sete ofícios", tenho um cinto da Kalenji que também serve para guardar o telemóvel e as chaves. Confesso, e pode parecer tolice, que o facto de ter radiações na zona do baixo ventre me martirizava um pouco.
Desta palete grafica, destaco ainda o refletor e o frontal (da Decathlon), muito úteis para os treinos à noite. Como não faço muitos trails, nunca precisei desses acessórios em provas. E vocês? Usam muito o frontal? O meu tem um alcance simpático, para o uso e a minha necessidade é suficiente, mas tenho consciência de que precisaria de um melhor, caso corresse em serra.
De todos os apetrechos, há um que nunca usei e que só tenho por insistência da minha esposa: o bastão. Pelos colegas de equipa, vejo que são vitais para trails, mas como quase não corro nesse tipo de terreno, não recorro aos seus serviços.
Com que frequência precisam do vosso? É prático transportá-lo nas provas?
Além disso, como se vê na imagem, tenho duas fitas com bolsas duplas. Sabem para que as uso? Para os meus treinos de preparação para as maratonas: servem para levar os abastecimentos. Nas provas, felizmente, a minha camisola tem uns bolsos bem jeitosos.
Se não fossem na camisola, iam no porta-dorsais, "objeto" que desconhecia e que foi apresentado pelo meu caro Virgílio Neto. É da Aptonia e é espetacular.
Esse mesmo colega foi responsável para que tivesse de levar mais uma "engenhoca" comigo nas provas: uma fita azul para transportar garrafas de água. É muito importante para a hidratação. Comprei na Decathlon. Recomendo vivamente, se bem que não é prático usar a bolsa impermeável do telemóvel e o porta-garrafas em simultâneo. Foi o que fiz em Ílhavo e correu mal.
Por último, faço menção a mais quatro elementos: a gola (nunca usei), joelheiras, perneiras e fitas adaptáveis de aperto.
Estas fitas de aperto são muito boas para contrair os músculos e zonas machucadas. No início, tive problemas num dos adutores e junto ao joelho direito. Comecei a usar nessas áreas e a dor diminuiu drasticamente. Sempre que estou mal, recorro às mesmas. Felizmente, há muito que não preciso.
Estas duas "pecinhas" fazem milagres. Chamo-lhes joelheiras. Comprei na Decathlon. Sempre que preciso de aliviar o impacto nos joelhos e de os aconchegar, uso-as. Quando tinha excesso de peso, foram autênticas salvadoras e sem elas não teria passado tanto tempo sem lesões.
Quem daí usa? Com que frequência?
Com o nível de importância das joelheiras, surgem as perneiras. Os gémeos agradecem e respondem positivamente quando sentem as "carícias" daqueles utilitários. Demorei a comprar, mas, quando o fiz, foram logo dois pares. Não corro uma prova sem elas. Os músculos ficam compactos e não sentem tanto o impacto. Nos treinos de subidas e noutros mais duros, são presença obrigatória. As minhas pernas agradecem. Para não variar, uso da Kalenji.
Que opinião têm de perneiras? Acham que podem substituir as meias de compressão?
Ora bem, consigo ver em todos os acessórios um elemento de necessidade. Não vejo a "mania das modas" de que muitos falam. Mas estarei eu a ser tendencioso? Estará o meu juízo "adulterado" pela minha experiência e pela minha vontade em ter justificação para esta "coleção" de acessórios?