Há o risco de os perder?
João Silva
Refiro-me ao reforço e à massa muscular. Na verdade, se não for estimulada e trabalhada, a massa muscular vai embora. É algo factual e a pergunta persegue-me desde que o meu treino sofreu alterações.
Passo a explicar: a gestão profissional e o nascimento do Mateus obrigaram-me, como seria inevitável, a mudar o meu sistema de treinos. O tempo está mais contado e precisava de ser prático: a corrida é muito mais "rápida" de executar do que sessões de reforço muscular de 1 h, desde logo porque o descanso entre séries prolonga o tempo da sessão, o que me iria prejudicar no resto.
Assim, ainda antes do nascimento do meu filho fui cortando no tempo dedicado ao reforço muscular. Se antes a relação normal era de 1h para corrida e 1h para reforço, mudou para 1h30/30m e, nos cinco primeiros meses de existência do meu pirralhito para 2h de corrida.
Nesta última fase, passei a fazer 10 minutos por dia de reforço. Recorria apenas aos exercícios básicos e fundamentais para não perder massa muscular. Não é uma situação fácil, porque, sobretudo os músculos lombares, do core e dos glúteos são vitais para a corrida, pois dão estabilidade e garantem o suporte necessário para enfrentar o desgaste de corridas longas. Havendo perda, a postura é dos elementos mais afetados, podendo levar a lesões.
A juntar a tudo isto, a corrida tem a particularidade de fissura tecidos no processo. Se não houver repouso para fomentar a regeneração, a massa muscular não fica bem. Portanto, abdicar de reforço muscular pode originar a perda dos músculos. Não foi fácil gerir esses receios todos durante o tempo em que não me pude dedicar ao reforço. Ainda assim, sempre que podia, fazia 5 ou 10 minutos deste tipo de trabalho. Não se perde tudo e acabamos por usar as possibilidades que temos.
Haja vontade e alguma paciência.