Entre o fundamentalismo e a aceitação
João Silva
Nesta senda de partilhas de reportagens sobre a "verdade desportiva" vista pelo prisma do atleta, esses documentários foram financiados (ou divulgados, pelo menos) por uma plataforma de apostas desportivas.
Não tenho nada contra a empresa em causa e, valha a verdade, foi graças a eles que pude ver testemunhos maravilhosos e chocantes de atletas que idolatrava e com os quais vibrei pela televisão.
O que sinto em relação a este tipo de coisas é o mesmo quando vejo que um seminário de nutrição saudável é financiado por cadeias de fast-food que nada têm de saudável. Não consigo passar por cima do interesse subjacente.
E o meu ponto é este: numa coisa tão importante como o desporto e numa altura em que se procura chamar mais pessoas para as diferentes modalidades, não fazia mais sentido ter uma cadeia de televisão, pública, por exemplo, a financiar este tipo de reportagens?
Assim não haveria associações duvidosas. Seria tudo muito claro.
Faz mais sentido financiar tardes infindáveis de feiras e músicas tradicionais? (Nada contra, mas, no meio de tanta emissão dessas, se calhar, era possível ter uma dedicada a reportagens sobre atletas especiais e sobre o seu lado humano.)
Ficam as questões...