É muito bom e é muito mau
João Silva
Prometo ser breve.
Esta publicação serve apenas como uma pequena "confidência".
Naturalmente que, antes de mais, é maravilhoso poder recolher os louros do meu trabalho (em conjunto com os meus). Ou seja: sabe bem receber os elogios devido à força de vontade que tive e onde consegui chegar.
À medida que a história vai ficando conhecida, maior é a quantidade de palavras positivas que vou recebendo. Trata-se de uma coisa lógica e até banal, porque é, efetivamente e sem falsas modéstias, um feito.
No entanto, como tudo na vida, tem sempre um potencial efeito secundário nocivo: ao mergulharmos na piscina das virtudes, achamos que está tudo bem, que o processo acabou e que as coisas vão por si próprias.
Nada mais errado. É fácil elogiar (é mais fácil criticar), mas, por norma, nós portugueses elogiamos pela frente e criticamos por trás.
Contudo, nem é tanto isso que me incomoda com as mensagens positivas. É pensar que poderei não estar à altura, que vai chegar o momento em que jã não haverá elogios porque já se conhece a história. E depois? Depois disso resta manter a humildade e perceber que o caminho é, acima de tudo, meu e da minha família. Portanto, não tento "rebaixar-me", mas tento relativizar tudo o que vou lendo.
Não entra a 100 e sai a 200. Bem sei que há elogios sinceros e que ajudam a criar uma boa autoestima.
Porém, fico sempre de pé atrás em relação. Nunca sei se não voltarei e se não me deixarei recair.
Portanto, prudência, meu caro!
(P. S.: fui mesmo mais breve do que o costume).