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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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Abr19

Carrega mas não te esqueças de aguentar a carga


João Silva

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Este tema pode desencadear muitas vezes a ideia de que se está a ser “mole” e de que o corpo aguenta tudo. Há, efetivamente, muitas pessoas com esta mentalidade e que, como aprendi com um amigo há alguns anos, está sempre “com a roda no ar”.

Se, por um lado, concordo que os treinos devam ser exigentes e extensos, pois acredito mais no benefício a longo prazo decorrente de sessões intensas e com um grau de dificuldade elevado do que em exercícios mais curtos. Com efeito, sessões mais curtas também podem ser muito vantajosas e ajudam, seguramente, a melhorar os níveis de VO2, preparando o organismo para episódios anaeróbios. Ainda assim, de forma a não criar um desconforto constante, também me parece útil recorrer a sessões mais prolongadas no tempo.

Por outro lado, é necessário dosear a carga a que subtemos o nosso corpo. E é fácil de explicar e perceber porquê: treino a mais, fenómeno conhecido como “overtraining” ou “sobredosagem”, leva a um catabolismo muscular (destruição da própria massa em vez de assimilação dos benefícios do treino). Por essa razão, torna-se importante ouvir o corpo, perceber os sinais que ele nos envia, por exemplo, através de pequenas dores em zonas como tornozelos, planta dos pés, tíbias, joelhos, virilhas, ancas ou quadris.

Outro dos sintomas manifesta-se a nível psicológico: a irritabilidade, a insatisfação com detalhes do treino inóquos e aos quais não prestávamos atenção anteriormente, a ausência de boa disposição durante todo o treino ou o “empatar” e o atrasar de exercícios de força. Quando estes fenómenos se manifestam (e acabam por “dar sinal”), é importante reduzir a carga, mudar alguns métodos de treino, não exigir demasiado de cada treino.

Ao treinar seis dias por semana, o overtraining é um problema real. No meu caso, o desempenho, sobretudo, nos trabalhos de força e o meu estado psicológico são manifestamente afetados. Além disso, começo a sentir muitos espasmos nos gémeos, por exemplo, ao dormir, e a sentir dores fortes na planta dos pés.

Embora no início não percebesse o que me estava a acontecer nessas alturas, agora já consigo lidar com isso na perfeição, também porque o meu corpo entrou várias vezes em subrendimento. Ou seja, mais do que uma aprendizagem voluntária, tratou-se de um exercício “à força”.

Assim, quando sinto que estou a passar os limites do aceitável, procuro encurtar os treinos de força (normalmente, mexo mais facilmente nestes do que nos de corrida), tento aliviar a duração dos mesmos e, nos últimos seis meses, adotei uma estratégia diferente: dois modelos de exercícios de força e de musculação; quando estou em défice, faço a versão menos agressiva para os músculos das pernas (onde sinto mais o peso do overtraining). Dessa forma, além de diversificar o tipo de exercícios de força, também dou descanso a determinados grupos musculares.

Como disse antes, sou muito mais relutante no que toca ao treino de corrida. Tenho mais dificuldade em eliminar ou alterar percursos, distâncias e tipologias do que no caso dos trabalhos de força.

No entanto, tudo é aprendizagem e acabei mesmo por ser obrigado pelo corpo a realizar mudanças: em vez de ter três treinos seguidos com subidas, escadas e séries numa só semana, passei a separar os tipos de treinos e procuro não passar dois treinos desses géneros em cada bloco de seis sessões. Isto é, por semana, faço dois treinos técnicos e mais duros e os restantes de manutenção.

Outra das mudanças que implementei para contornar a carga e o impacto no meu corpo foi passar a folga semana para o dia anterior às provas. No começo, não me importava com isso e depois notava um cansaço excessivo e permanente em toda a competição, depois disso, passei a reduzir a intensidade dos treinos mais próximos do dia do “evento”. Por último, há cerca de um ano, decidi experimentar deixar a folga para o dia anterior. Como tenho uma “manutenção” diária, a verdade é que se revelou uma ação muito benéfica para mim. Chego às provas com maior frescura: física e, mais importante, mental para poder desfrutar daquele dia como mandam as regras.

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